Das Mädchen in Rot - Chpt 5 [Portuguese - BR]
Das Mädchen in Rot [Portuguese - BR]
Descrição:
Das Mädchen in Rot (Alemão: A Garota de Vermelho) é uma adaptação sombria da história original escrita por Charles Perrault e os Irmãos Grimm. A adaptação conta a história de Nella, uma jovem que vivia com sua família em uma tribo e cujo pai foi morto por um Ser-Lobo negro (é como as tribos chamam os lobisomens) enquanto ele e um amigo salvavam a jovem Nella. Após atingir a maioridade, Nella foi convocada para fazer parte de um culto onde as mulheres adultas vestem um manto vermelho e partem da tribo para a casa da Grande Mãe para receber a bênção dos ancestrais, a fim de manter os Seres-Lobo longe da tribo. De acordo com a Anciã, a casa da Grande Mãe fica nas profundezas da floresta — o mesmo lugar onde os Seres-Lobo e outras criaturas terríveis espreitam, atacando os visitantes que se aventuram sem um pingo de cautela.
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Introdução:
Há cerca de quinze Luas Cheias, uma antiga tribo vivia numa região onde viria ser uma floresta. Essa tribo era conhecida por venerar uma entidade mística cuja forma lembra um lobo.
Quando a primeira Lua Vermelha surgiu no céu, o povo daquela tribo começou a se transformar na imagem da entidade. Ninguém sabia o que aconteceu para eles se tornarem a imagem da entidade, mas diziam que o vento carregava vários uivos pelo mundo inteiro.
Uma noite, um pequeno grupo de caçadores adentraram na floresta à procura de comida. E quando avistaram o primeiro cervo para levá-lo à tribo, um enorme vulto apareceu e devorou três dos caçadores que entraram naquele lugar, restando apenas um deles para contar o que aconteceu. Ele disse que a criatura que matou os outros que foram com ele tinha a forma de um homem, mas a cabeça e pelos de um lobo.
E foi naquele dia que a tribo passou a temer a criatura lobo que atacou o nosso povo na floresta.
Capítulo 5
Passaram-se duas horas desde a partida de Nella, William e Hvit em direção à caverna onde ficava uma espada, da qual era capaz de matar lobisomens após o viajante mencioná-la após a súbita reação da loba quando ele tentou levar a Nella de volta pra tribo à força. No entanto, Nella optou por ir à procura da espada com ajuda de Hvit, e posteriormente a de William.
A viagem seguiu sem dificuldades ou complicações, muito embora o rapaz tenha pressentimentos negativos quanto à atividade daqueles monstros de cabeça lupina. Ele seguia a viagem na frente, com a finalidade de proteger a sua colega de possíveis agressores que viessem atacá-los por frente, enquanto a Hvit estaria atrás de Nella, protegendo-a de trás.
Nella mantinha a cesta de mantimentos da mãe dela pra uma eventualidade na qual precisa se alimentar. Com a Grande Mãe morta pelo lobisomem, não havia motivos para segurar o restante da comida a ponto de expirar. O que restou foram um pouco de pães, batatas, raízes, brotos e um pouco de água. Não era muito, mas dava para passar dois dias na floresta. E com a ajuda de William e Hvit, podiam contar com animais da floresta que eles caçaram.
Mas um dos episódios de caça não terminou bem pro lado de Nella. Quando a Garota de Vermelho apanhou algumas raízes de uma árvore pra fazer um ensopado, teve uma cena grotesca de William e Hvit arrancando um pedaço de carne de um cervo que caçaram recentemente. A cena fez o estômago dela ter um revertério e mal-estar. William retirou a porção de carne da boca pra falar.
“Desculpe, Nella. Hvit e eu não comemos nada desde a nossa partida.”
“William, é dessa forma que você se alimenta?” disse Nella com uma expressão de nojo e repugnância, cobrindo a boca e o nariz com a mão.
“Sim. Como eu tinha dito a você, eu me alimento com aquilo que vocês deixaram de acostumar.”
“É, mas caso não tenha notado, eu prefiro refeições que sejam preparadas antes de serem servidas! Comendo assim desse jeito parece um lobo selvagem!” respondeu ela séria, virando-se para se recompor da cena.
O garoto mudou o olhar para o cervo. Vendo o corpo da criatura abatida e em seguida na Nella, optou por arrancar uma coxa e perna, oferecendo-a para a garota como ingrediente pro guisado de cervo.
“Aqui, Nella. Pode pegar.” Chamou William, estendendo a coxa de cervo para a garota.
Ouvindo aquilo, a garota ficou surpresa, mas um pouco aliviada.
“Eu… vou tentar ser um pouco mais civilizado. Como você.”
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Depois daquela conversa, Nella e William prepararam um guisado de cervo com aquela coxa e alguns pedaços de carne. Hvit foi roendo uma costela para limpar os dentes e extrair o que sobrou de carne.
Nella apanhava com a colher aquele caldo de batata com legumes e carne da tigela. Estava quente e saboroso para o paladar dela. William tentou ingerir aquela porção, mas não demonstrou muito apreço pela refeição após aquela colherada.
“Tá tudo bem, William?” Perguntou Nella, preocupada ao vê-lo naquela expressão. “Não precisa se esforçar se não estiver se sentindo bem.”
“Não, Nella. Está tudo bem. Como eu falei, eu não estou acostumado em tomar sopa ou comer comida quente que vocês preparam.”
O olhar dela no seu colega de viagem ainda emitia preocupação, embora aceitando-a sem nenhuma queixa.
“William.”
“Sim, Nella?”
“Por que fez aquilo?” perguntou ela, olhando momentaneamente para a carcaça do cervo. “De caçar e se alimentar daquele cervo como se fosse um lobo?”
William suspirou ao ouvir aquela pergunta. “Por eu ter vivido a vida inteira próximo da floresta, me acostumei a caçar ao lado da Hvit. Adotei esse estilo de vida, pra me tornar parte da natureza.”
“Mas, você não demonstrou nenhum problema de saúde por viver só de comida crua e mal-preparada?”
Hvit continuava com o osso da costela por entre as patas dianteiras, mascando a ponta com seus dentes. Ouvindo a conversa dos dois aventureiros humanos, ela parava momentaneamente de roer o osso.
“Não. Por essa razão eu tenho dificuldades em me adaptar ao estilo de vida, seu e do seu povo. Eu seria chamado de selvagem e primitivo.”
“Mas William, você não é um selvagem. Nem é primitivo aos meus olhos.” Disse Nella séria e sincera. “Só tem uns costumes que eu não consigo compreender. Mas eu não quero que me leve a mal.”
Os olhos de William estavam arregalados “Eu a entendo.”
William ingeriu mais uma colher de guisado. Apesar de quente a ponto de queimar um pouco a língua, ele foi engolindo aquele alimento preparado por Nella. A garota mantinha o olhar nele, mas tornou a focar na tigela dela, alimentando-se de mais um bocado do guisado.
“Me fale mais dessa espada. O que ela tem de tão especial para os…” dizia Nella, até ser interrompida por William.
Em meio a conversa deles, o garoto escutou algo ao redor dele. O barulho de galhos e arbustos se mexendo o deixou nervoso. Hvit também ficou em estado de alerta.
“William, o que foi?” perguntou a Garota de Vermelho, nervosa pela reação dele.
“Precisamos ir, Nella. Se ficarmos mais tempo conversando, corremos o risco dos lobisomens nos alcançarem.”
Os dois encerraram o almoço deles, com a Hvit se levantando para jorrar neve e terra na fogueira. Nella guardou as tigelas e a pequena panela no cesto, dispensando o conteúdo delas na carcaça do cervo. Em seguida, eles correram para longe do local.
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O grupo correu para uma área rochosa da colina. Havia mais rocha e neve, com pouquíssimas plantas emergindo do solo. Nella estava um pouco exausta da corrida com William e Hvit. Parou por um instante, colocando as mãos nos joelhos dela. A respiração dela era ofegante e o coração acelerado. O garoto voltou para socorrê-la.
“Nella, não temos tempo pra descansar.” Disse ele com uma expressão séria e um pouco fria.
“Eu sei, William.” Respondeu a Garota de Vermelho, tentando recuperar o fôlego. “Eu só não estou acostumada a correr tanto como vocês. Ainda mais por ter que carregar a cesta da minha mãe.”
Vendo a colega dele exausta, William olhou para Hvit, com a resposta dela em forma de um balanço da cabeça para frente. Ele sabia que a subida acabaria com a pobre garota no estado que estava. Como resposta, ele teve uma ideia inusitada.
O garoto se aproximou dela, colocando-se na frente dela.
“Nella, pode subir em mim.” chamou ele.
“O quê?” Perguntou ela surpresa.
“Pode subir em mim. Eu não ligo se eu vou carregá-la nas minhas costas.”
Nella ficou nervosa e preocupada por ouvir aquilo. Ela sabia que o guardião dela estava se oferecendo para carregá-la até onde conseguirem chegar. Virando o olhar para Hvit, a moça viu o balançar da cabeça dela para frente, indicando-lhe confiança.
“Tá legal.” Respondeu Nella, aproximando-se de William.
O garoto olhava para ela. Estando próximo dele, ele se agachou, permitindo ela colocar a perna direita ao redor da cintura dele. Depois a da esquerda e, por fim, colocou a mão esquerda dela ao redor dos ombros dele, com a outra segurando a cesta de comida. As mãos de William se posicionaram nas coxas dela, agarrando-as firmemente enquanto ele se levantava.
“Eu quero que você se segure firme em mim.” respondeu ele, virando o rosto pra ela.
“Tudo bem, William. Eu não vou soltar.”
Com aquilo, os dois viajantes correram para longe da posição em que estavam. Nella segurava com força nele e na cesta. No começo se assustou conforme o cenário passava rápido por eles. As pedras, as camadas de neve e gelo, algumas árvores e arbustos e o céu azul coberto por nuvens.
À medida que passava, Nella passou a gostar do passeio, com o William sendo a montaria dela. O capuz que cobria a cabeça dela abaixou, soltando o longo cabelo castanho para percorrer com o vento. Ela sorria e ria, sentindo a capa e o cabelo dela balançando. Hvit corria e observava os dois. Ela sorria vendo a garota se divertindo.
No entanto, algo assustou ela por um momento. Adiante deles estava uma fenda, funda o bastante para caírem e serem perdidos nas profundezas da terra.
“William, cuidado!” chamou Nella assustada.
“Segure firme! Nós vamos pular!”
“O quê?!” Chamou ela, assustada ao ouvir que eles vão pular.
Nas proximidades da fenda, Hvit e William juntaram suas forças, saltando para frente para chegar no outro lado. Nella olhava para aquele buraco escuro e fundo. Isso a causou um certo medo, fechando os olhos dela em seguida. Já William e Hvit, olhavam para frente. O olhar deles era sereno e tranquilo, como se aquilo não fosse uma preocupação desesperadora.
Os dois viajantes e a loba seguiam retos até o outro lado da fenda. Num instante, eles sentiram os pés deles tocando terra firme. Conseguiram alcançar o local que precisavam chegar. Nella continuava com os olhos fechados de medo, agarrando-as com força nele e na cesta de comida.
“Nella.” Chamou William. “Já pode abrir os olhos. Já chegamos do outro lado.”
A colega de William tentava criar coragem para abri-los. Lentamente foi abrindo-os, com a vista de Nella sendo preenchida por várias árvores, terra, neve e montanhas. Nella ficou surpresa que estava viva, assim como William e Hvit. Desceu-se das costas do guardião dela e correu para um canto, sorrindo por terem chegado do outro lado da fenda.
“Eu… eu estou perplexa.” disse a Garota de Vermelho, dirigindo-se para frente enquanto fitava para aquele ambiente deslumbrante.
William olhava para a protegida dele com uma expressão agradável, mesmo com os braços cruzados. Hvit se aproximou dele, mantendo o olhar na garota. Os dois tiveram um breve relance, voltando a atenção em Nella.
Confusa, Nella virou-se para o garoto de cabelo castanho. “Eu só não consigo entender, como foi que vocês tinham tanta força pra chegar no outro lado com esse pulo?”
William sorriu, fechando os olhos dele. “Nella, eu tenho alguns truques que eu prefiro não comentar.”
“Seu chato.” respondeu Nella com um beiço. Em resposta, William riu.
“Venha. Vamos enquanto que não fomos alcançados.”
Sem nada a mais para a conversa, Nella e Hvit se uniram a William e prosseguiram adiante até a caverna onde estava a espada. Por conhecerem bem a floresta e a região que se encontravam, William e Hvit seguiram adiante, guiando Nella para trilhar um caminho seguro e rápido. Com eles por perto, a Garota de Vermelho sentiu-se segura e confiante para encontrar a espada e usá-la para salvar a tribo e a mãe dela dos lobisomens.
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Enquanto que o grupo seguia o caminho até as montanhas, o local que estiveram anteriormente para tomar o guisado de cervo permanecia quieto após a partida deles. Pássaros cantavam por entre os galhos das árvores. O vento balançava as folhas gentilmente. Alguns animais circulavam ao redor da carcaça do cervo abatido, sendo a maioria alguns corvos e pássaros carniceiros.
Entretanto, algo se aproximou daquele local, afugentando-os. O lobisomem de pelos pretos que matou o pai de Nella aproximou-se da carcaça do animal abatido por William e Hvit, farejando pelo cheiro deles e da garota pálida durante a varredura. Mas ele não estava sozinho. Havia com ele mais dois monstros de corpo humanoide e cabeça lupina.
Um deles tinha a pelagem marrom-escuro, corpo mais volumoso em músculos, altura elevada, cego pelo olho direito devido a uma cicatriz e garras afiadas. O outro era de tamanho quase médio, de pelagem cinzenta, garras e dentes afiados e um pedaço da orelha esquerda estava destruído. Estavam atrás de Nella no dia que ela entrou na floresta e conheceu o jovem William, na qual ele queria levá-la de volta à tribo.
Os dois lobisomens observavam aquele ser em meio aos restos mortais do animal abatido. O focinho dele estava manchado de sangue e tecidos da carne esticavam conforme ele puxava com força para arrancar um pedaço. Os olhos dele arregalaram, emanando uma espécie de fúria enquanto tinha a noção de onde aquele grupo estava.
“Eles estiveram aqui! Não faz muito tempo que eles partiram em direção a espada.” disse o lobisomem de pelos negros, olhando para onde possivelmente o grupo estaria.
“A espada é cercada com vários obstáculos. Eles não teriam a mínima chance de alcançá-la e usar ela contra nós.” disse o lobisomem de pelos cinzentos, aproximando-se do líder daquela pequena alcateia.
“Não se esqueça que tem alguém com eles que sabe como chegar na caverna. Ele pode nos representar uma ameaça se não for impedido!”
“Nós vamos atrás deles.” disse o de pelos marrom-escuro, aproximando-se com as garras afiadas expostas nas mãos. “Nós vamos impedi-los de chegarem na caverna e tomarem o Matador de Lobos.”
“Cuidem disso para que esse empecilho não saía do controle. Mas lembrem-se: a garota da capa vermelha que está com eles deve ser levada para o Alfa. Portanto, levem ela com vida. Já o Castanho é meu. Eu mesmo vou ter o prazer de matá-lo.”
“E os outros que estiverem com eles?” perguntou o cinzento.
“Matem eles! Devorem as carcaças deles!”
Com aquilo dito, os dois lobisomens receberam suas ordens. Apanharam o cheiro de William, Nella e Hvit ao redor do local e saíram correndo, com suas mãos servindo como patas para locomovê-los com tamanha força e velocidade sobre-humana na direção deles. O lobisomem de pelagem negra observava os dois se distanciando no horizonte.
“Devia ter morrido naquele dia, William.” pensou aquele Ser-Lobo com o olhar fixo no horizonte. “Mas saiba que eu vou encontrá-lo e garantir de que estará morto de vez.”
A situação escalaria para o grupo agora com a dupla de lobisomens correndo para alcançá-los e impedi-los de chegar naquele lugar destinado. Na situação em que se encontravam, não tinham meios de enfrentar a dupla caso sejam alcançados.
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O sol estava se pondo aos poucos. Nella, Hvit e William andavam em meio àquele terreno rochoso, coberto de terra, grama e um pouco de neve. Os pinheiros cobriam o redor deles com sombra, galhos e folhas espessas. O ar estava ficando um pouco gelado e o som de água ecoava à distância. Sinal de que eles estavam próximos de alguma correnteza.
“Água. William, estou ouvindo o som da água.” disse Nella enquanto andava com os outros viajantes.
“Sim, Nella. Tem uma correnteza nas proximidades. Adiante há uma ponte antiga que vai nos levar até onde a caverna está.” respondeu William, andando e mantendo o olhar para frente.
Os viajantes seguiram adiante no caminho até a ponte mencionada pelo garoto de cabelo castanho. Nella sentia-se confiante de que a Grande Viagem tinha como objetivo principal a de procurar a Grande Mãe, na qual a comunhão com os Espíritos seria a de guiá-la até a espada para salvar a tribo dela. Porém, com a morte daquela mulher de idade, William acabou sendo uma alternativa para ir atrás da espada, mesmo sendo uma ideia escapulida depois da pequena discussão com Hvit.
Nella estava um pouco curiosa com relação ao artefato que estavam à procura. Em seguida, chamou William.
“William, essa espada de que vocês falaram.”
O garoto permanecia atento para frente. “O que tem ela?”
“Você disse que ela é capaz de derrotar os lobisomens.”
“Sim.”
“O que ela tem de especial?” perguntou Nella, curiosa sobre a antiga espada.
“Nada demais, Nella. Eu só sei que ela está numa caverna não muito longe daqui.”
Aquilo não parecia uma resposta convincente para a Garota de Vermelho. Além do mais, a Anciã não mencionou essa espada nem sequer falou que deveria portar uma espada ou uma outra arma na Grande Viagem como um artefato para auto-defesa no caso de ser emboscada por lobisomens ou bandidos.
Diante disso, Nella assumiu uma postura mais séria com ele. “William, eu sinto que você sabe muito mais sobre ela, mas não quer me contar!”
Ouvindo aquilo, Hvit e ele pararam. “Nella, existem coisas que você não está pronta pra lidar se eu for contar tudo o que eu sei. Sobre mim, sobre a espada e sobre essa ‘Grande Viagem’.”
A garota olhava para ele com um leve grau de preocupação, mas ofuscou-a com o olhar sério enquanto o garoto respondia.
“E por que você acha que eu não estou pronta?! Eu não aceitei fazer parte da Grande Viagem à toa. Eu fiz isso pela minha mãe!”
“E você acha que, sacrificando a sua vida pela sua mãe vai salvar a sua tribo dos lobisomens?! Deveria ter pensado bem antes de ter entrado nesta floresta.” respondeu William. Os olhos dele expressavam um certo temor e frieza pelas sobrancelhas cerradas e pupilas contraídas.
Nella permanecia quieta diante daquilo tudo. Sem mais nada a acrescentar, William virou-se.
“Vamos logo. Depois que encontrarmos a espada, eu te levarei de volta pra sua tribo.” encerrou ele, retomando o caminho para a espada antiga. Hvit permaneceu quieta e imóvel depois da discussão dos dois. Olhava mais para a garota do que para William. Novamente, os dois optaram por seguir o garoto de cabelo castanho.
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Passados quatro minutos desde a conversa de Nella e William, o grupo chega em uma ponte de madeira. A aparência dela era de uma ponte bem estreita para uma pessoa passar de cada vez. Além disso, as tábuas utilizadas para formar o piso já não se encontravam em boas condições. A madeira estava envelhecida, parcialmente rachada e alguns pedaços faltando a tornava um pouco arriscada em poder atravessar. As cordas que a sustentavam estavam cobertas de musgo, bem escuras por conta da umidade e envelhecidas. Elas estavam amarradas em colunas de pedra, que foram erguidas há muitos anos. Havia uma correnteza de água bem forte por debaixo da ponte, na qual a altura dela com a correnteza era grande.
William avançou na frente antes de colocar um pé na primeira tábua. Virou-se momentaneamente para dar um aviso para a protegida dele.
“Nós vamos atravessar, Nella. Mas tenha cuidado. Não sabemos como essas tábuas de madeira vão aguentar depois de muitos anos.” disse William em seu aviso. Em seguida, subiu na ponte para atravessá-la até o outro lado.
Nella viu o guardião indo em frente, com Hvit seguindo ele. Como não havia outro caminho para chegar na espada que pudesse ser mais rápido ou seguro, optou por segui-los. Subiu na primeira tábua e foi seguindo adiante à medida que andava. Era um caminho estreito e um pouco tortuoso. O peso de três indivíduos atravessando-a por cima fazia aquela construção balançar um pouco. O nervosismo crescia em Nella, ainda mais quando ela olhava para baixo. A correnteza se arrastava com força, empurrando o que tinha nela para o final, na forma de uma cachoeira.
William e Hvit estavam quase próximos de chegar no outro lado da ponte. A viagem parecia não ter tido algum problema ou interrupção para forçá-los a voltar ou parar no meio do caminho. E com a Nella no meio da ponte, os dois precisariam esperar por ela para chegar ao outro lado e continuar reunidos. No entanto, um infortúnio surgiu para eles, quando a Garota de Vermelho pisou em uma tábua grande, porém fragilizada pelo tempo. A força exercida nela foi o suficiente para quebrá-la, levando a Nella para ir de encontro com a correnteza.
“WILLIAM!” gritou Nella, chamando o colega dela para socorrê-la.
Ao ouvirem o grito dela por socorro, William e Hvit pararam de andar pra frente e recuaram, vendo a mão esquerda dela descendo rapidamente pelo buraco. O garoto correu até o local, projetando seu corpo para frente e a mão esquerda dele estendida para apanhar a mão dela.
“Nella!” Chamou ele, com a mão alcançando para segurar a garota pelo pulso e pela mão dela. “Te peguei.”
“William!” Chamava Nella assustada enquanto mantinha o olhar dela no guardião dela. Os pés dela balançavam no ar.
“Aguente firme, Nella. Eu vou te puxar pra trazê-la de volta!”
O garoto puxava devagar e com cuidado a colega para cima. Pressionava com força a mão direita dele como apoio na tábua ainda firme. Hvit estava por perto, observando o garoto trabalhando para resgatar Nella. No momento em que ela estaria um pouco próxima da beirada do buraco, a loba a puxaria pelo nó da capa.
“Mais um pouco.” pensava William, puxando Nella mais um pouco pra cima.
Mas que eles tivessem a garota nas proximidades, a companheira de viagem de William sentiu o cheiro de algo se aproximando da ponte. E para o horror deles, eram os dois lobisomens que foram enviados para caçá-los. O cinzento, na ponta de trás e o marrom-escuro na ponta dianteira. Hvit latiu para William, chamando a atenção dele enquanto segurava a mão de Nella.
“O que, Hvit?” Perguntou ele enquanto fazia força para puxar a colega dele.
Hvit latiu novamente, mexendo a cabeça dela para frente. Os olhos de William se arregalaram pelas duas figuras monstruosas estando próximas das cordas em cada canto. As garras e os dentes afiados deles estavam apostos para cortá-las.
“Não! Não façam isso!” Gritou ele horrorizado.
Quando Nella ouviu aquilo, ficou surpresa. “William! William, o que foi?!”
O rapaz voltou a atenção dele na pobre Nella. “Se segure, Nella! Nós vamos cair!”
Aquelas palavras calaram fundo para ela. Os olhos se arregalaram horrorizados. William gritou para ela se segurar. E num instante, as garras do marrom-escuro cortaram com facilidade as cordas que prendiam a ponte do outro lado e o cinzento abocanhou as cordas da parte de trás, puxando-as até arrebentarem aqueles objetos frágeis.
Os três viajantes sentiram seus corpos sendo arremessados junto da ponte destruída em direção a correnteza. Nella gritava bem alto, mantendo o olhar fixo em William enquanto a mão dela segurava com força a dele e a cesta de comida da mãe dela caiu junto.
O céu e os penhascos se distanciaram deles em meio a queda, ficando um pouco escuros à medida que estavam se aproximando do fundo do buraco. Num instante, um grande “tibum” ecoou, com Hvit, Nella e William entrando na água gelada da correnteza. Os corpos deles afundaram com força, sendo arrastados pelo forte fluxo de água. Nella abria a boca, expressando terror enquanto via a luz sumindo do alto da correnteza com os olhos arregalados. Bolhas de ar escapavam da boca, permitindo que se afogasse nas profundezas do desespero. Tentou mexer suas mãos, braços e pernas para sair do lugar, porém se mostrou inútil já que a força dela minguava à medida que se debatia contra a correnteza.
Vendo que ela não estava conseguindo nadar até a superfície e sendo arrastada até o final dela, William e Hvit se aproximaram de Nella, agarrando-a pelos braços. Com a garota resgatada, o garoto levantou o rosto para o alto, mantendo a respiração enquanto nadava em direção à superfície. Dessa forma, ele e Hvit uniram suas forças para vencer o obstáculo difícil e poderem respirar novamente.
Na superfície, os viajantes subiram em meio aquela água gelada e violenta. William puxava Nella para cima, fazendo-a recobrar a consciência enquanto cuspia a água ingerida para respirar.
“William. William.” chamava a garota assustada, tentando se manter erguida na água.
“Nella, acalme-se! Você está segura comigo!” respondeu o companheiro de viagem dela, segurando-a enquanto procurava por terreno firme.
Hvit emergiu para ajudá-los. Nadou na frente, com William seguindo a sua companheira lupina, levando Nella nos braços. A pele dela estava ficando mais pálida por conta da exposição prolongada à água e ao frio. William tentou mantê-la acordada enquanto lutava contra a correnteza.
Por fim, avistaram uma região rochosa. Hvit e William nadaram com o restante de suas forças, trazendo Nella em segurança. Ao chegarem em terra, eles a deitaram, vendo a garota tossindo enquanto se recuperava do susto. Hvit se chacoalhava para se secar, espirrando a água dos pelos dela para várias direções.
William estava próximo de Nella, notando o estado já comprometido. Ela estava gelada e quase branca. Isso não era um bom sinal para ele. Por ter perdido calor durante o mergulho na correnteza, precisavam acender uma fogueira e alguma coisa para cobri-la.
“Vamos, Hvit! Precisamos achar um lugar e madeira para acender uma fogueira pra Nella!” chamou ele, carregando a garota quase morta em seus braços.
Os dois correram para uma região distante da água. Agora estavam em uma corrida contra o tempo para salvar a colega que viajava desde o início daquela jornada perigosa.
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Passados treze minutos, William montou uma pequena pilha de gravetos e folhas de árvores, com algumas pedras ao redor para depois acender uma faísca com duas pedras de sílex. Com aquilo feito, teve uma chama pequena, que crescia à medida que assoprava com cuidado.
Como coberta para colocar ao redor dela, ele utilizou uma carcaça de caribu que caçou há pouco tempo. Apesar do cheiro de sangue e das vísceras, era o suficiente para aquecer Nella. E o fogo manteria eles protegidos do frio e de possíveis predadores. William via as fagulhas saindo da ponta das chamas, brilhando momentaneamente até desaparecerem. Hvit estava deitada no chão, enrolada nela mesmo. Nadar até a margem a deixou exausta. Em meio aquele silêncio, ele escutou o som de alguém se recuperando do frio. Era Nella.
“William…” chamou Nella, em meio às tosses.
Ouvindo aquilo, a loba levantou a cabeça. William foi até a companheira dele, estando do lado dela.
“Sim, Nella.”
“Onde… onde estamos?”
“Bom, estamos em uma área da floresta, longe da correnteza. Hvit e eu conseguimos te tirar da água, mas…” dizia o garoto, tentando encontrar um bom motivo para completar a fala, sem causar desconforto para Nella.
“O que houve?”
“… por um instante quase tivemos a sensação de que você não resistiria. Mas a boa notícia é que você está viva.” respondeu ele, sorrindo para tranquilizá-la.
“É mesmo? Bom, eu devo ser sortuda mesmo.”
“Ou os Espíritos estavam conosco.”
Nella balançou a cabeça dela para frente. “William, você sabe onde foi parar a minha cesta?”
William se levantou, indo em direção ao objeto mencionado por Nella. “Falando nisso, Hvit e eu voltamos para a correnteza à procura dela. Conseguimos encontrá-la, mas infelizmente tudo o que estava nela foi perdido.” respondeu William, pegando na cesta e levantando-a, mostrando um grande buraco no fundo. Tudo o que tinha nela, comida, utensílios, potes e panelas, se foram.
Aquilo a deixou arrasada. Eram os itens que a mãe dela preparou com carinho e cuidado. E agora, não existem mais. Ou foram levados pela correnteza ou foram no fundo dela. William ficou um pouco sentido pela expressão desanimadora dela.
“Isso tudo é minha culpa.”
“O que?” perguntou ele confuso.
“É tudo a minha culpa.” dizia Nella chorando. Lágrimas escorriam dos olhos dela. “Eu… eu não devia ter aceitado isso. Eu deveria ter voltado pra a minha casa, mesmo que isso fosse manchar o meu nome e o da minha mãe.”
“Ei, Nella. Não diga essa besteira. É claro que não foi culpa sua.”
“Não?”
“Não. Mesmo que eu te dei todas as oportunidades de voltar pra sua tribo, você resistiu. Demonstrou que você é mais forte do que qualquer coisa neste mundo. Tanto que você me convenceu em deixar você trilhar o seu caminho na Grande Viagem.”
Nella limpava os olhos dela enquanto o nariz dela escorria.
“E eu aposto que você consegue continuar neste trajeto até chegar na espada e salvar o seu povo e a sua mãe.”
“Você… você tem a certeza disso?” disse ela em meio aos soluços e tossindo.
“É claro. Só precisa ser mais confiante em você mesma. Nenhum obstáculo seria capaz de impedi-la de realizar qualquer coisa que desejar.”
Ouvindo a fala do guardião dela, sobre ser um pouco mais confiante nela mesma, Nella ficou surpresa. Porém sorriu de alívio.
“Sabe, parece que a Anciã… não estava enganada quando me falou de que eu era corajosa em aceitar uma coisa dessas.” disse a Garota de Vermelho, sorrindo pro William, apesar de estar um pouco doente.
Os dois viajantes passaram aquele momento de conversa. Os olhos deles permaneciam fixos um no outro. Uma espécie de sensação romântica e de ternura florou neles. William se levantou para se aproximar de Nella. Quando estavam quase encostados, Nella tossiu sem parar.
“Pelo jeito você pegou um resfriado bem forte depois que saímos daquela correnteza.”
Nella tossia sem parar. “Eu… eu estou bem, William. Não se preocupe comigo.”
“Nella, isso não é razão pra dizer que está bem. Vou preparar algo pra você se alimentar.” Disse o jovem rapaz, levantando-se para procurar por ingredientes para fazer uma espécie de remédio. Hvit ficou de guarda a pedido de William, na qual deveria chamá-lo caso acontecesse algum problema.
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Um tempo depois, ele retornou com várias ervas, raízes, um favo de mel e uma espécie de tronco oco de tamanho pequeno. Era o suficiente pra fazer uma espécie de chá quente para Nella tomar.
William colocou as ervas, o mel e algumas raízes no copinho, mexendo até virar uma espécie de caldo grosso. E na consistência desejada, ele o deixou esquentando próximo da fogueira.
Nella colocou a mão direita dela na frente da boca, tossindo e os olhos fechados. As olheiras estavam visíveis debaixo deles. Ao parar por um momento, ela via o viajante mexendo a mistura com um graveto enquanto esquentava no fogo.
Experimentando um pouco, ele sentiu que estava pronto para servi-la. Retirou o copo das proximidades da fogueira e entregou para Nella.
“Aqui, Nella.” Disse ele, entregando o copo de madeira para a garota. “Isto vai te ajudar a se sentir melhor.”
Nella pegou com as duas mãos aquele objeto. O cheiro parecia agradável, apesar da aparência um pouco bruta. Ao trazê-lo para perto da boca, ela foi engolindo aquele chá de ervas com mel. Sentiu um gosto adocicado e quente, mas não ao ponto de queimar a garganta dela.
“Ficou muito bom. Obrigada, William.” Agradeceu a moça, apreciando o sabor adocicado do chá.
“É o mínimo que eu posso fazer por você.”
Nella bebeu mais um gole daquela mistura de ervas, mel e raízes. Isso foi aliviando a garganta após as tosses que raspavam as cavidades dela, além de amenizar a vontade de tossir.
“Se precisar, eu faço mais chá pra você tratar a tosse.”
“Obrigada. Mas creio que isto vai me ajudar.” Respondeu Nella com um sorriso.
Dito aquilo, William voltou a atenção na fogueira. Adicionou mais gravetos e folhas para alimentar a chama. Puderam ouvir os estalos ecoando da madeira sendo queimada. Contudo, a história da espada antiga permanecia um assunto sem resposta conclusiva. Foi aí que ela o chamou.
“William.”
Ouvindo o chamado dela, William virou para atender a colega dele. “Sim, Nella?”
“Essa espada de que vocês falaram. O que é exatamente… ela? Por que os lobisomens temem… tanto ela?”
William ficou quieto por um momento. Olhou para a fogueira soltando brasa e fagulhas no ar. O som de estalos emanava das chamas que abraçavam os galhos e os pedaços de madeira. Em seguida, o silêncio dele se rompeu.
“Você realmente quer saber dela, não é?”
Nella respondeu com o balançar da cabeça pra frente.
“Reza a lenda de um poderoso caçador que veio para cá há muitos anos. Ele carregava consigo uma espada.” Relatava o jovem viajante. Nella prestava atenção no relato dele, apesar das tosses. Hvit descansava tranquila, amontoada próxima de um tronco oco de árvore.
“Essa espada não era como as outras. Dizem que ela foi feita não de ferro, mas sim de prata. E a prata é um veneno para os lobisomens. Dizem que os ferimentos ocasionados por ela os queimava por dentro, corroendo e envenenando os corpos deles. E quando ela atinge o coração deles, a morte era certa.”
“E… o que aconteceu com esse caçador?” perguntou a viajante da capa vermelha, tossindo enquanto tentava ficar acordada.
“Dizem que ele enfrentou o líder da alcateia e o derrotou, mas a custa da vida dele. As feridas que ele recebeu em combate eram tão profundas que não sobreviveria se ele optasse por voltar para a tribo dele.”
A chama da fogueira ainda queimava a madeira daquele amontoado, esquentando e protegendo os viajantes do frio.
“Ele se refugiou na caverna, enterrando a espada para o próximo sucessor. Depois disso, ninguém veio até ela para recuperá-la. Os lobisomens tinham conhecimento dela e passaram a rondar os arredores da caverna. Eles a chamam de o Matador de Lobos.”
“Matador de Lobos?”
“Sim. Uma espada capaz de derrotar os lobisomens.”
“Essa espada, o Matador de Lobos, será que a Grande Mãe e os outros tinham conhecimento sobre ela?”
“Eu não sei, Nella. Dado ao fato que não eram muitos que conheciam essa história, ela ficou enterrada por entre as névoas e a neve, assim como a própria espada.”
“E você é uma delas, não é?”
“Sim.” Respondeu William, olhando para a Garota de Vermelho.
“Como?”
William suspirou ao ouvir aquilo. Tinha receio de contar o motivo de saber sobre a espada de prata, capaz de matar os lobisomens. Ou até mais.
“Nella, eu sei que está curiosa em querer saber mais sobre o Matador de Lobos. Mas, tem certas coisas que você não está pronta pra lidar com a resposta.”
Nella cobriu a boca dela, tossindo. “Mas… mas William, eu já estou pronta pra qualquer coisa. Não importa… as circunstâncias.” Respondeu ela, olhando para a fogueira tossindo muito.
William se aproximou de Nella, colocando a mão dele na testa da garota. Sentiu a temperatura corporal dela se elevando, sinal de que a febre dela era preocupante.
“Está com febre, Nella. Precisa descansar. Vou pegar mais madeira para a fogueira. Não queremos que você adoeça.”
“Tá. Mas William, por favor…” disse Nella, sentida e tossindo. “… não me deixe.”
William balançou a cabeça para frente. “Não se preocupe. Eu não vou te deixar. Hvit.”
Ouvindo o chamado do acompanhante, a loba se aproximou de Nella, acomodando-se ao redor dela para esquentá-la.
“Hvit vai te fazer companhia enquanto eu procuro por mais madeira.” respondeu ele, beijando a testa da garota. Em seguida saiu à procura por mais madeira e galhos secos na floresta. Nella sentiu-se aliviada por receber aquele gesto carinhoso. Isso a fez lembrar do tempo em que ela era uma criança e os pais dela a cuidavam para tratar a febre. A mãe dela falava que um beijo na testa curava quaisquer males.
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Em meio a noite fria, coberta pela nevasca durante o inverno na floresta, a febre dela deu uma elevada, fazendo o corpo dela gemer de calafrios. William a via daquele jeito, socorrendo-a ao se colocar do lado dela, abraçando-a para aquecê-la. Hvit se aproximou deles, deitando-se perto de Nella para usar o corpo e os pelos dela como uma coberta extra.
O calor deles estava sendo passado para a Garota de Vermelho. Ela tossia enquanto a febre não passava. William deu um pouco de água para ela beber. Isso foi aliviando a garganta dela, embora que seja feito em pequenos goles.
William manteve a fogueira acesa a noite inteira, jogando mais madeira e galhos secos nela. E no meio da cortina de neve e ventos gelados, ele sentiu algo que estava observando-os. Vendo adiante, havia um par de olhos dourados naquela escuridão. Pode ouvir o rosnado de lobo ecoando daquele lugar.
Os olhos de William cerraram, expressando um olhar para intimidá-lo. E com a mão esquerda levantada, ele acenou com um dedo prós lados, dizendo que não.
A criatura ainda rosnava para eles. Devido a postura firme do garoto enquanto protegia suas companheiras, acabou desistindo delas. Manteve o olhar neles, porém seguiu para a esquerda, deixando-os em paz. William manteve o olhar naquela criatura que partia para longe. Sentido que não demonstraria mais perigo, voltou a atenção dele em Nella.
A nevasca durou por aquela noite. Quem estivesse vagando na floresta, sem abrigo e sem comida, teria morrido por inanição, hipotermia e pelas criaturas noturnas. Incluindo os lobisomens. Para William, Nella e Hvit, contudo, contaram com uma fogueira para protegê-los do frio e desses predadores.
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