Das Mädchen in Rot - Chpt 4 [Portuguese - BR]
Das Mädchen in Rot [Portuguese - BR]
Descrição:
Das Mädchen in Rot (Alemão: A Garota de Vermelho) é uma adaptação sombria da história original escrita por Charles Perrault e os Irmãos Grimm. A adaptação conta a história de Nella, uma jovem que vivia com sua família em uma tribo e cujo pai foi morto por um Ser-Lobo negro (é como as tribos chamam os lobisomens) enquanto ele e um amigo salvavam a jovem Nella. Após atingir a maioridade, Nella foi convocada para fazer parte de um culto onde as mulheres adultas vestem um manto vermelho e partem da tribo para a casa da Grande Mãe para receber a bênção dos ancestrais, a fim de manter os Seres-Lobo longe da tribo. De acordo com a Anciã, a casa da Grande Mãe fica nas profundezas da floresta — o mesmo lugar onde os Seres-Lobo e outras criaturas terríveis espreitam, atacando os visitantes que se aventuram sem um pingo de cautela.
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Introdução:
Há cerca de quinze Luas Cheias, uma antiga tribo vivia numa região onde viria ser uma floresta. Essa tribo era conhecida por venerar uma entidade mística cuja forma lembra um lobo.
Quando a primeira Lua Vermelha surgiu no céu, o povo daquela tribo começou a se transformar na imagem da entidade. Ninguém sabia o que aconteceu para eles se tornarem a imagem da entidade, mas diziam que o vento carregava vários uivos pelo mundo inteiro.
Uma noite, um pequeno grupo de caçadores adentraram na floresta à procura de comida. E quando avistaram o primeiro cervo para levá-lo à tribo, um enorme vulto apareceu e devorou três dos caçadores que entraram naquele lugar, restando apenas um deles para contar o que aconteceu. Ele disse que a criatura que matou os outros que foram com ele tinha a forma de um homem, mas a cabeça e pelos de um lobo.
E foi naquele dia que a tribo passou a temer a criatura lobo que atacou o nosso povo na floresta.
Capítulo 4
A jornada de Nella até a casa da Grande Mãe estava perto de chegar ao fim. Com a ajuda de William, um jovem rapaz que ela conheceu na floresta onde que tentou impedi-la de ir adiante até onde a pessoa que ela precisava encontrar, mas foi convencido de que a jornada dela era importante após ter contado a ele a razão disso, podendo alcançar o fim desta parte da Grande Viagem e poder se preparar, com a sabedoria e as instruções da Grande Mãe, a comunhão de Nella com os Espíritos para salvar a tribo e a mãe dela dos Seres-Lobo, conhecidos como lobisomens.
Em meio ao caminho, William utilizou um atalho que ele descobriu na floresta para os dois chegarem à cabana da Grande Mãe, aumentando significativamente as chances da tribo sobreviver. Mas por motivo desconhecido, o guia da Garota de Vermelho acabou saindo, deixando ela para seguir o caminho sozinha. Nella chegou de tão longe para poder desistir por causa do William, mas suas palavras do seu último instante com a garota falavam mais alto a ponto de prosseguir.
Felizmente para Nella, a cabana da Grande Mãe estava próxima, podendo finalmente terminar esta etapa da Grande Viagem.
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Nella se aproximou da porta. Pela aparência do material usado em sua construção era simplesmente à base de madeira. Ela abriu e fui à procura da Grande Mãe. Tudo parecia tão quieto; sem um barulho sequer vindo. Olhou para os lados da sala à procura dela, mas estava vazia. Não havia ninguém para recebê-la. Andando pelos cômodos, foi explorar a casa pela figura citada pela Anciã.
“Grande Mãe? Você está aí? Sou eu. Vermelho.” chamou Nella por ela. Por ora nada.
A jovem garota foi mais ao fundo da casa. Precisava ter certeza de que a Grande Mãe está naquele lugar, senão tudo foi em vão. Andando, tornou a chamar o nome dela várias vezes. Nella não podia se dar como vencida. Precisou ir ao fundo para encontrá-la e pedir a ajuda dela para salvar a tribo. Até que numa das chamadas, ouviu uma voz vindo de um canto da casa. Um na qual ela deveria estar: O quarto dela.
“Vermelho! Eu estou aqui!” disse a voz que a chamava daquele lugar.
A voz era de uma pessoa um pouco rouca e era bem grossa para ser o da Grande Mãe. Mas a jovem foi se aproximando da porta de seu quarto. Chegando perto com a cabeça e a mão na maçaneta, tornou a abri-la. Antes de fazer isso, Nella a chamou por um instante.
“Grande Mãe? Você está aí?”
“Sim, Vermelho. Eu estou aqui. Venha. Aproxime-se. Quero muito te ver.” chamava a voz daquela pessoa.
Sem questioná-la, Vermelho puxou a maçaneta e empurrou a porta para entrar em seu quarto. Tinha uma aparência simples, porém agradável. Uma lareira pra acender o fogo, móveis e uma cama confortável de várias cobertas. E nela, estava uma pessoa com uma touca e vestes de dormir.
“Ah, Vermelho. Como é bom te ver depois de tanto tempo.” dizia a pessoa a quem muitos a chamam de Grande Mãe.
“Bom, eu imagino que sim. Esta seria a minha primeira vez aqui.” respondeu de forma que este encontro foi o primeiro de muitos.
“Eu a entendo. Rostos novos sempre são uma novidade para mim.”
Ao dizer aquilo, Nella estranhou a forma como a voz ficou um pouco mais grossa de antes.
“A senhora está bem? Sua voz parece ter ficado mais grossa.”
“Eu… eu estive doente durante esse tempo de solidão. Sem ninguém para me cuidar.” respondeu enquanto tentava disfarçar seu tom.
“Ah, tá explicado. Bom, eu trouxe um pouco de comida, caso esteja precisando. Foi a minha mãe que fez para eu levar pra viagem.”
“Que doce de menina. Pode deixar a cesta em cima da cadeira. Venha. Quero ver o seu rosto.”
A garota foi se aproximando a pedido daquela pessoa que alegou ser a Grande Mãe. Nella tinha várias perguntas para ela, mas uma delas, sobre a preparação dela para se comungar com os Espíritos e de salvar a tribo, era a principal. Tudo parecia correr bem.
Contudo, o que ela não sabia era o perigo iminente que estava por vir. O sol já se pôs no horizonte. A noite predominava a floresta e quem estivesse lá fora teria buscado abrigo o quanto antes ou teria um encontro desagradável com as criaturas noturnas. Inclusive os lobisomens que aguardavam pelo Luar.
Quando Nella se aproximou dela, a Grande Mãe começou a sentir algo surgindo em seu corpo. Suas mãos começavam a tremer, seu rosto se distorcia aos poucos e a sua boca salivava. Isto não era normal para alguém como ela.
“Grande Mãe, você… você está bem?” perguntou a moça quando estava na beirada da cama.
“Eu…” seu tom de voz ficou mais grosso e rouco do que antes. “ … eu estou bem, Vermelho. Não se preocupe. Sei que está surpresa por esta ser a sua primeira vez aqui. Garanto que tudo ficará bem.”
Nella estranhou ao notar as mãos ficarem enormes. Pareciam que usava uma luva de couro, só que de carne.
“Grande Mãe, suas mãos estão enormes. O que aconteceu com elas?”
“Nada demais. Elas são assim. Me permitem apanhar algumas coisas muito bem.”
Os olhos dela se arregalaram e ganharam uma coloração dourada. Ficaram monstruosos à medida que a transformação alcançava um nível assustador.
“Grande Mãe, os seus… olhos.”
“Meus… meus olhos? Ora, eu consigo enxergar bem com os meus olhos.”
Em seguida, o nariz começou a ganhar uma aparência semelhante a de um lobo.
“Seu… seu nariz! Ele…”
“O que houve? Tem alguma coisa errada com o meu nariz? Ele sempre foi assim, consigo captar melhor o cheiro das flores e das criaturas da floresta.”
E por fim, sua boca repleta de saliva se alongou e seus dentes ficaram afiados. Nella não queria mais ficar perto dessa pessoa que se transformava numa criatura monstruosa. Se afastava com passos para trás.
“E por que os seus dentes são afiados?!”
“Ora, são afiados para comer… carne humana!” respondeu com um tom mais idêntico ao de um monstro.
Nella se afastava dela. Na hora que o monstro se levantou, suas vestes se partiram durante sua transformação. Os pêlos crescem para cobrir seu corpo e as afiadas garras crescem na ponte de seus dedos. A moça caiu no momento em que a transformação estava completa. Um lobisomem de pêlos acinzentados com os da frente esbranquiçados.
“Grande Mãe, você é um… é um…” tentou completar a fala. Vendo um lobisomem de perto era tão assustador, igual daquela vez em que ela era uma menina e o pai dela se sacrificou para salvá-la. O medo a dominava por completo.
“Eu? Eu não sou a sua preciosa Grande Mãe. Eu sou um caçador da alcateia desta floresta.”
“O que você fez com ela?!” gritou ao se recuperar da queda.
“Ela foi muito fácil de ser abatida. Da idade que tinha, não teve a mínima chance de escapar das minhas garras. Só que o gosto da carne dela, era macia demais pra mim saborear. Gosto mais de carne pouco rígida, mas macia vindo de uma jovem menina como você!”
Ele deu um salto na direção de Nella. Suas garras estavam apontadas para perfurá-la. Diante daquele cenário, ela conseguiu reunir um pouco de suas forças para escapar do ataque. Na perseguição, ele lançou vários golpes para acertá-la, derrubando alguns objetos por diversos cantos do quarto. Mas Nella conseguia se desviar deles, e numa delas, conseguiu sair daquele quarto ao alcançar a porta.
A garota trancafiou ele pelo lado de fora ao colocar um banquinho na maçaneta. Dessa forma, teve uma certa esperança de que ele não conseguisse sair. Para o horror dela, ele conseguiu quebrar a parte superior da porta com aquela mão cheia de garras.
Em seu medo, Nella correu para a saída. Aquele lobisomem tinha uma força assustadora para quebrar objetos de madeira ou de materiais menos resistentes. Nella não tinha chance alguma de enfrentá-lo. E foi durante a tentativa de fuga que ela tropeçou outra vez no chão, mas esbarrou na porta para uma outra sala.
Ao olhar para lá, deparou vários pedaços de vasos e outras decorações tombadas no chão. E para completar havia uma mão humana, estendida de forma inerte e morta. Nella entrou para ver e para o terror dela, viu o resto do corpo. Era de uma mulher de idade com cabelos brancos, pele magra que estava colada nos ossos e vestia uma espécie de manto de pêlos e couro. Nela, havia várias marcas de dentes e garras. Uma marca estava visível em seu pescoço, fator principal de sua morte. Era a Grande Mãe, morta pelo lobisomem.
“Grande Mãe! Não!” gritou a Garota de Vermelho, desesperada por vê-la daquele jeito. Caída no chão sem demonstrar mais sinais de vida.
Era um cenário macabro e como aquela pessoa era a Grande Mãe, as esperanças que ela tinha de salvar a mãe dela e a tribo estavam perdidas. No meio disso, o monstro que a matou surgia com uma risada maligna.
“Que foi? Tá assustada agora que a sua Grande Mãe morreu? Não se preocupe. Você vai vê-la, quando estiver morta como ela!” disse ele erguendo sua mão direita para acertá-la.
Quando Nella acreditava que aquilo seria o seu fim, fechou os olhos dela de medo e cobriu o rosto dela com seus braços. E no mesmo instante, algo atravessou a parede de madeira e pegou o lobisomem assassino de surpresa. Ele o agarrou e foi arrastando para os outros cantos da cabana, quebrando paredes e móveis.
Nella recuperou-se do susto e foi ver o que estava acontecendo. Ao ir para a sala, ela se deparou com outra coisa assustadora para completar com aquele ser. Um segundo lobisomem. Só que este era castanho.
Os dois estavam se enfrentando com garras e dentes, como se fossem dois lobos selvagens. Um conseguiu arranhar o outro, mas receberia as mesmas de seu adversário. Suas patas traseiras se arrastavam no chão pela força de quem estivesse dominando a luta. Era um confronto sem igual ao que ela tinha visto antes. E no meio do confronto, o lobisomem castanho avançou ferozmente no outro, abocanhando-o na garganta e arrancou com força um pedaço de carne que deixou seu adversário incapaz de ficar de pé e respirando.
A criatura que assassinou a Grande Mãe tentava resistir à hemorragia por alguns minutos, o que muitos acreditam que eles tenham capacidades regenerativas. Mas como o ar não passava para os pulmões devido ao rasgo pela mordida do outro, aquilo fez com que ele ficasse parado no chão, sem mexer sequer um membro.
Nella estava assustada de ver aquilo. Dois seres com a cabeça de um lobo se enfrentando e um acaba morto aos olhos dela. Embora que aquele que caiu morto tenha usado daquela pessoa para atraí-la a uma armadilha, o outro continuava a assustá-la. E quando ele se aproximava da garota, Nella tentou recuar para fugir, mas tropeçou por não ter mais espaço atrás dela. Ele a olhava fixamente, como se ela fosse fazer alguma coisa ameaçadora. Nella não estava em posição de demonstrar resistência, mas algo fez com que ele a deixasse aqui e prosseguisse para outro canto da floresta. E foi o que ele fez.
Nella ficou aliviada por estar viva, ao mesmo tempo, ela chorava por não ter chegado antes e poder se comungar com os Espíritos através do auxílio da Grande Mãe. Diante disso, ela acreditava que a tribo inteira estaria condenada pelo seu atraso.
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No dia seguinte, Nella estava dormindo no chão da cabana. Passou a noite chorando pelas pessoas da tribo por não ter alcançado o objetivo da Grande Viagem e de acreditar que este seria o fim dela. O lugar se esfriava à medida que o inverno se estendia nesta época do ano. Partes da cabana que estavam destruídas durante a briga dos dois lobisomens permitiam que o ar gelado dominasse o calor residual e o sobrepujasse de vez. E o que persistia era o sussurro do vento.
Em meio àquele silêncio, a Garota de Vermelho sentiu algo se aproximando dela. Sentia um sopro quente tocando em seu rosto, e às vezes, algo que soltava esse sopro esbarrava nela. Uma ponta que estava um pouco gelada, mas quente quando vinha de baixo. E quando finalmente acordou, viu aquele mesmo rosto de antes. O rosto de um lobo.
Nella se assustou quando se tratava de um focinho de lobo, mas não era um dos monstros sanguinários, igual aquele que tentou matá-la. Seu olhar era sereno e pacífico. Foi neste momento que ela percebeu que era a mesma loba do dia em que Nella era uma criança, presa na floresta por ir atrás do cabritinho que fugiu do cercado de casa. Nada mudou nela em relação àquele dia.
“Você… você se lembra de mim?” perguntou Nella surpresa ao vê-la.
Ao se aproximar dela, a loba esfregou sua cabeça na de Nella e lambia o rosto e boca dela. A garota pode entender que o gesto dela respondia sua pergunta. Em troca, ela abraçou a loba. Foi um momento reconfortante depois de muito tempo. Quando Nella voltou a olhar nos olhos dela, resolveu perguntar outra coisa.
“Você poderia me levar de volta pra casa?”
A loba não respondeu. Permanecia quieta diante daquela pergunta.
“Eu gostaria de poder voltar pra casa, mas, receio que tudo esteja fora do meu alcance.”
Olhando para Nella, parecia entender alguma coisa que ela disse sobre o desejo de voltar para casa por não ter conseguido realizar o papel dela na Grande Viagem. A loba se afastou da garota ao ir para fora da cabana e parou. Nella pensou que ela fosse mostrá-la alguma coisa. Diante disso, foi acompanhá-la.
Nella deixou a cabana da Grande Mãe ao seguir a loba até um lugar que ela sabia. O ar estava ficando frio à medida que ela se aventurava na floresta. Devido ao maior número de árvores, o sol não conseguia aquecer os lugares mais fechados daquele lugar.
A garota acompanhava a loba sem parar, sendo guiada até uma clareira com um lago na qual ela poderia descansar. Mas lá, avistaram a última pessoa a quem Nella esperava ver. O rapaz que a encontrou quando iniciou a ida dela até a cabana da Grande Mãe: William. Nella ficou surpresa ao vê-lo. Ele estava de costas, olhando fixamente para o lago sem razão específica. Nella olhou para ele, depois alternou para a loba com aquele olhar de surpresa, e em seguida voltou nele. Foi neste momento que se aproximou de William. Nos poucos passos adiante, o rapaz sentiu a presença dela e colocou seu olhar nela.
“William?” perguntou Nella, surpresa ao vê-lo outra vez.
“Nella. O que está fazendo aqui?” disse ele espantado. Estava mais surpreso por vê-la do que ela ao vê-lo.
“William, eu… eu… estava lá. E… foi assustador.”
“Assustador? Me explique.”
“A Grande Mãe… ela… ela foi morta… por um lobisomem. E eu… ele quase me pegou.” respondeu ela assustada.
“Ah Nella, eu sinto muito. Muito mesmo.”
“Por que você me deixou lá atrás? Poderia ter ido junto comigo.”
“Nella, eu… ”
Ao fazer aquela pergunta, a loba que mostrou o caminho para o lago se aproximava dos dois. Emitia alguns sinais nas quais ele podia entender melhor.
“Hvit. Por que você a trouxe pra cá? Não deveria levá-la de volta para a aldeia?”
“Hvit? Este seria o nome dela?” perguntou Nella, referindo a loba que a encontrou durante a infância dela e agora.
“Sim, Nella. Esta é Hvit. Ela tem me ajudado quando eu vou caçar ou vou para um lugar isolado do perigo.” respondeu ele. “Eu pedi a Hvit para te levar de volta, mas parece que ela é um pouco teimosa para fazer isso.”
Como sua primeira pergunta continuava sem resposta e Nella não entendeu o que ele queria dizer com levá-la de volta pra aldeia, tornou a perguntá-lo.
“William, do que está falando? Como assim me levar de volta?”
“Quando eu senti que a cabana da Grande Mãe foi atacada e ela foi morta, eu assumi a pior quando você estava lá. Tentei voltar o quanto antes, mas soube que o perigo passou.”
“Sentiu? Como?”
“Mas isto não vem ao caso. Preciso te tirar daqui. Os lobisomens começaram a rondar por esta floresta e você não está mais segura aqui.”
“Mas William?”
“Não há tempo. Precisamos sair deste lugar, o quanto antes.”
William foi colocar sua mão no pulso de Nella. Naquele momento, Hvit reagiu de forma estranha e tentou abocanhá-lo. O rapaz retirou a sua mão a tempo antes que fosse mordido por ela. A jovem moça se espantou quando ela começou a rosnar.
“Hvit?” disse ela espantada.
“Hvit, para que foi isso?”
Ela latia para ele como se fosse demonstrar algum gesto agressivo. Um comportamento incomum de um lobo proteger um humano.
“Hvit, não precisa ser teimosa. Nella têm o povo dela e nós precisamos seguir com a vida que temos neste lugar.”
Nada mudou ao dizer aquilo para Hvit. Continuava naquela postura defensiva, pronta para avançar nele caso avançasse em Nella daquela forma. Em meio aos latidos, ela dizia algo para ele mas que a garota não conseguia entender do que se tratava. Apenas ele.
“Você não está falando sério. É perigoso ir para lá, e você sabe muito bem disso!”
O que ele quis dizer com “lá”? Isso a Garota de Vermelho não fazia ideia do que eles estavam se comunicando.
“Desculpe, mas, para onde você quis dizer com ‘perigoso ir para lá’?” perguntou ela para William. Ele suspirou de desconforto por precisar responder aquela pergunta.
“Na região mais profunda desta floresta, há uma caverna na qual existe uma antiga espada. E essa espada, é capaz de derrotar os lobisomens.”
“Mas então, o que estamos esperando? Vamos lá. Podemos ir para lá e salvar o meu povo.”
“Mas eu não a aconselharia a adotar tal atitude. A caverna fica no interior do território deles e não permitirão alguém entrar lá. E mesmo que fossemos para lá, não acredito que esteja relacionado aquilo que a Grande Mãe te conduziria nesta Grande Viagem. Além disso, foi pura estupidez do seu povo te mandarem pra cá.”
“Em todo caso, eu vou para lá. Com ou sem a sua ajuda.” respondeu Nella de forma decisiva para William. Sem tempo a perder, foi para onde estaria a caverna que eles falaram. Hvit foi na frente para mostrar, mas o rapaz ficou para trás. Ele relutava em querer ajudá-la a encontrar aquela espada da caverna e usá-la para salvar a aldeia em que ela nasceu.
“Essa garota é um tanto teimosa e tonta! Vai acabar morta antes mesmo de chegar na espada.” pensou William, olhando para as duas figuras andando em direção a caverna mencionada por ele.
////
Três horas se passaram depois que Nella e Hvit deixaram a clareira em busca pela espada. Tudo ao redor delas parecia ficar gelado e coberto por neve e névoa parcialmente opaca. Árvores, pedras, arbustos, troncos ocos, musgo e cogumelos. Tudo estava coberto por aquela cortina branca de vapor, água e gelo. Mas não estava completamente invisível.
Nella avançava adiante com a sua nova companheira. Puxou as extremidades da capa vermelha pra perto dela, cobrindo seus braços do frio. Suspirava conforme a subida naquele terreno de cascalho, terra e vegetação rasteira. Hvit mantinha o olhar dela para todos os cantos, tendo um pressentimento de que o perigo era iminente. Num instante, a loba parou. Sentiu algo se aproximando.
“Hvit? O que houve?” perguntou a jovem garota.
A criatura lupina não respondeu. Permanecia quieta, sem latir ou rosnar. Isso deixou Nella um pouco nervosa. Antes que pudessem avançar, ouviram uma voz. Ela veio atrás delas, chamando-as.
“Nella! Hvit!”
“William?” disse Nella em tom baixo.
Hvit virou a cabeça em resposta ao chamado que veio de trás. Para a surpresa de Nella, era ele, correndo para alcançá-las.
“Nella, espera.”
“William, o que foi? Não vai me dizer que vai me fazer mudar de ideia pra desistir da espada?” perguntou a jovem moça, cerrando as sobrancelhas com uma expressão séria.
William balançou a cabeça para os lados. “Claro que não, Nella.”
A Garota de Vermelho ficou um pouco surpresa por ouvir a resposta dele. Olhou momentaneamente para a loba e depois para William.
“Eu vou com vocês. Hvit e eu sabemos como chegar até a caverna, mas vão precisar de ajuda pra chegar lá.”
“Eu aprecio que venha nos ajudar a chegar até a espada. Eu realmente aprecio.”
O garoto se juntou ao grupo, guiando a Garota de Vermelho em mais uma jornada perigosa. Com a Hvit do lado dele, prosseguiram na frente por conhecerem a floresta e o terreno adiante. Dessa forma, podiam utilizar quaisquer meios de chegarem no interior da floresta o mais rápido possível e com segurança.
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Em breve.
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