Antony in Warhammer 40K - Chpt 4 [Portuguese - BR]
Antony in Warhammer 40K [Portuguese - BR]
Descrição:
Antony em Warhammer 40K é uma pequena série fanfic, criada por Antony Bindilatti com inspiração em alguns crossovers de diversas séries de filmes, seriados e jogos com Warhammer 40K – criada por Rick Priestley e Andy Chambers da empresa Games Workshop.
O foco da história aborda o jovem Antony – protagonista de Antony's Triviality; em mais um dia qualquer, até encontrar um portal dimensional com energias estranhas para o mundo dele. Contudo, algo chamou a atenção dele a ponto de investigar o outro lado. Para a surpresa do herói, ele embarca numa jornada em um universo completamente diferente, na qual a Terra era um planeta tomado por várias megacidades e tecnologia rudimentar, ao mesmo tempo avançado para a época; e a civilização humana – conhecida como o Império do Homem; seguia uma doutrina militar religiosa austera e que despreza tudo aquilo que não fizesse parte do Império, como alienígenas, mutantes e hereges, decretando guerra total com esses seres.
E para completar a surpresa desagradável, Antony descobre que seus poderes e habilidades sumiram, na qual precisava lutar não somente pela sobrevivência como também para descobrir um meio de voltar para o universo dele e cortar a conexão com aquele mundo.
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Capítulo 4
Tudo seguia normal no campo de trabalho. Antony e os operários separaram mais peças de origem imperial das demais, apenas para vê-las sendo levadas pelos Serviçais dos Mechanicus com seus braços mecânicos para os Chimeras. As pilhas de peças e destroços de veículos e naves diminuía de tamanho e proporção, mesmo que levaria meses ou até anos para aquele campo de trabalho deixar de ser um ferro-velho.
Novamente, aqueles veículos deixaram o local, carregados de peças para o destino deles. Antony e os outros retornaram ao trabalho, em plena tarde ainda cinzenta.
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Com o entardecer se aproximando, os guardas que patrulhavam o campo de trabalho se dirigiram até o centro do local. Retiraram do colete deles uma espécie de apito, chamando todos os operários. Antony ouviu o chamado deles por meio do apito, parando o que estava fazendo.
“Atenção, todos vocês!” chamou um dos guardas imperiais. “Vamos retornar ao acampamento.”
“Deixem as peças e as suas ferramentas no local. Amanhã, retornaremos a este campo de trabalho para continuar onde pararam.” completou o outro guarda.
Finalmente. Ao menos os guardas imperiais sabiam respeitar os horários de descanso de seus operários que estavam sob a proteção deles. Para Antony, era um alívio. Mesmo que tivesse que dormir naquele quarto de hospital frio e isolado, era melhor do que ficar horas carregando peças pesadas, forçando as mãos, os braços, as pernas e as costas.
Ouvindo a fala dos guardas, o herói da Terra deixou as suas coisas no chão e seguiu até onde estava aglomerando os demais. Ele emitia um leve sorriso. No entanto, algo quase o fez cair no chão rochoso e repleto de pó e sujeira. Um dos operários passou esbarrando no lado direito do garoto. Uma batida no braço o quase tirou de seu curso.
Antony sentiu-se ofendido com aquilo, parando de andar por um instante. O operário de cabelo e sobrancelhas raspadas, de camiseta branca com manchas escuras, calça cinzenta de material que lembra plástico e botas de metal, olhou torto e de forma sinistra ao virar-se para ele.
O que chamou a atenção do garoto foi a tatuagem no braço esquerdo do careca. Era uma espécie de timão ou estrela de oito pontas, com apenas as três inferiores visíveis aos olhos do garoto, enquanto que as outras estavam cobertas pela manga da camiseta. Em vez de chamá-lo, pedindo que ele se desculpasse por aquilo, Antony permanecia parado encarando-o. O guarda ao lado chamou o jovem rapaz, com o homem de cabeça raspada seguindo adiante sem nada a preocupá-lo.
“Você aí! Continue andando!” chamou o guarda imperial, empurrando-o com a mão nas costas.
Antony sentiu aquela força exercida nele para fazê-lo andar. Não teve uma boa impressão com relação àquilo. Olhou com certo desdém, mas escondido enquanto olhava para frente. Andava até se juntar aos outros operários.
Com todo mundo reunido, os guardas ordenaram o grupo marchar até o acampamento. Não tinham veículos de reserva para levá-los em segurança. Em vez disso, tiveram que andar bastante. Alguns estavam cansados, com poucos caindo no chão de exaustão. Antony via aquelas pessoas naquele estado. E para completar, os guardas que escoltavam o grupo andaram sem se preocupar por aqueles que caíram. Simplesmente deixaram eles à própria sorte, com o seguinte dilema: Ou eles se levantavam para continuar andando até o acampamento ou ficavam para trás e morrer nas mãos dos Orks ou de quem fosse espreitar no meio do deserto.
Antony seguiu adiante, mantendo o olhar para frente, mas com aquela cena fixada na mente dele, de algumas pessoas que não tinham mais força para continuar andando, sendo deixadas para trás pelos soldados do Império. Os mesmos que alegavam que protegiam elas em troca do trabalho prestado ao tão mencionado Imperador da Humanidade.
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A noite caiu em Dallos IV. Antony estava deitado na cama do hospital daquele lugar em que foi levado pelas Irmãs de Batalha. Lembrava na conversa com Geran, sobre o passado dele, a chegada de Antony neste universo cruel e o Império do Homem. Mas o que deixou ele inquieto era o homem de cabeça e sobrancelhas raspadas, ainda mais a tatuagem no braço. O que ela exatamente simbolizava era desconhecido para ele. Antony recordava a Flor de Lís nos uniformes das Sororitas e a águia bicéfala nos uniformes e nas armas dos Guardas Imperiais, conhecida por eles de Áquila. Mas não aquela estrela ou timão com pontas que lembram flechas.
No fim, Antony voltou a dormir naquela cama fria, dura e desconfortável. Pensava bastante em casa, na família dele, nos amigos e mestres e nas pessoas mais amadas. Ainda mais em uma garota que há muito tempo faleceu bem jovem.
“Suh…” pensava Antony enquanto lembrava do rosto dela.
Tratava-se de Suelen, uma garota que ele conheceu no tempo de escola e na época ela tinha uma irmã gêmea, Sabrina. No entanto, Suelen faleceu em um acidente de carro, aos 18 anos. A nota de falecimento foi passada para o jovem, na qual impactou profundamente na vida dele.
Mesmo tentando manter esse assunto discreto das demais pessoas, a mente e as emoções de Antony eram sondas pelos Deuses do Caos, podendo utilizar das fraquezas dele como um meio para influenciá-lo para se voltar para a causa sombria deles.
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Ao mesmo tempo que o garoto dormia no hospital, Geran estava deitado em uma cama improvisada pelos guardas do acampamento. Para protegê-lo do frio e do escuro, o local era coberto com lona, fazendo uma espécie de barraca. Além dele, outras pessoas dormiam em camas similares.
Em meio ao descanso do homem de idade, um vulto surge na entrada para a barraca. Passou pelos guardas sem ser detectado. O vulto se dirigia a Geran, aproximando-se do homem que dormia, estendendo uma mão negra na direção da costa dele.
Geran sentiu a mão pousando naquela região do corpo dele, sacudindo-o para tirá-lo do sono. Os olhos do homem abriram lentamente. Virando o corpo pra ver, era Björn.
“Björn? O que está fazendo a uma hora dessas?” Perguntou Geran, bocejando enquanto acordava.
“Geran, eu preciso conversar com você.”
Geran se levantou da cama. Vestia as mesmas roupas de quando saiu pra trabalhar. “Não tem como fazer isso de manhã?”
“Lamento Geran, mas é imperativo que seja agora e fora do acampamento.”
Ouvindo aquilo, o homem grisalho suspirou. “Eu estou a caminho.” respondeu ao se levantar da cama.
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Minutos depois, os dois se dirigiram a uma região distante. A noite permanecia escura, tornando-a inóspita para eles andarem sozinhos, ainda mais com a presença dos Orks nas redondezas.
Geran e Björn prosseguem até um local onde puderam ver uma luz no horizonte negro. Uma luz vermelha. Para a maioria das pessoas do mundo de Antony, parecia ser um sinalizador para um chamado de socorro ou algo parecido. Mas os imperiais, isso podia causar uma impressão um pouco negativa sobre o que aquilo poderia ser.
“Vamos Geran. Estamos quase chegando lá.”
Geran olhava para aquilo com certa desconfiança do lugar que o colega chamou para conversar. Andava com Björn em direção a luz vermelha. Sons de orações e canções estrondosas ecoavam de lá. O homem teve um pressentimento negativo de que tratava de um sítio erguido para a realização de cultos. Não para o Imperador da Humanidade, mas sim para os Deuses do Caos. E o colega dele se entregou de bom grado a eles.
Chegando nas proximidades, o pressentimento negativo se concretizou. Havia um altar dedicado a Khorne, o Deus do Sangue. Nele, havia marcas de sangue dos últimos sacrifícios realizados. Em sua maioria, sacrifícios humanos. A maioria das pessoas que estavam no local eram trabalhadores daquele ferro-velho que realizaram o turno de manhã e tarde, com poucos sendo de outros sítios de trabalho. Alguns pintaram partes de seus corpos com o sangue de seus mortos, outros riam, dançavam ou realizavam ritos sinistros para apaziguar o Deus do Sangue. Um deles foi levado à força para um pequeno altar, gritando de terror enquanto um dos praticantes chegava com um punhal na mão.
“Não! Por favor! Eu sou jovem demais pra morrer!” gritava o homem com os pulsos e pernas presos nas amarras e correntes.
O cultista se aproximou com a lâmina direcionada para o esterno do rapaz, exposto pelos demais para um ritual de sacrifício. Em seguida, o homem de capuz vermelho com uma coleira de espetos no pescoço apoiou com as duas mãos no cabo da lâmina.
“Sangue para o Deus do Sangue!” Proferiu as palavras dele, lançando o punhal rapidamente no peito do garoto.
A lâmina atravessou com força e velocidade ao redor do coração dele, arregalando os olhos de terror e cuspindo sangue. Escutava o som de carne e ossos sendo dilacerados violentamente por aquele ser cruel. E com o buraco aberto, ele inseriu a mão nua, pegando no coração ainda pulsando para retirá-lo, com veias e artérias ainda intactas.
“Isso! Isso!” Dizia o cultista de Khorne, sorrindo enquanto levantava aquele órgão vital do rapaz. “Vejam como ele pulsa quente e vivo na minha mão!”
Aquilo fez o estômago de Geran revirar no avesso. Björn se aproximou do colega após conversar com um dos cultistas do Caos.
“Björn, me diga. Foi pra isso que você me chamou?!” Perguntou ele indignado com aquilo.
“Geran, eu te chamei aqui pra conversar.” Dizia o homem da barba dourada, estendendo os braços pros lados. “E não há nada melhor do que aqui, fora dos ouvidos do Império.”
“Você sabe dos riscos se nos apanharem aqui, realizando esses… esses cultos devassos para os inimigos do Império. Eles vão nos condenar como hereges e traidores!”
Björn ria daquela fala do colega. “Geran, você sabe muito bem o quanto nós sofremos nas mãos do Imperador. Das mentiras deles.”
Geran olhou pro lado, demonstrando temor pelo colega e conhecido ter mudado de fidelidade e lado.
“Você mesmo disse que queria sair daqui. Muitos de nós! E o que o Império fez enquanto demos o nosso suor e sangue para fazer o trabalho deles? Nada! E o que guardas fizeram quando um dos nossos morre de exaustão após dias de trabalho árduo? Nada! Aqui, nós somos esquecidos. Aqui, é o nosso túmulo. A nave deles que viria buscar a gente pra voltarmos pra Sacra Terra? Mentira. Eles selecionam os mais dotados para as Naves Negras, desperdiçando o nosso potencial aqui, neste planeta miserável.”
Entre os homens que estavam assistindo o ritual estava o careca que esbarrou em Antony na saída. Ele via a discussão dos dois homens.
“E vocês acreditam que, trocando a nossa fidelidade para os Deuses Sombrios vai mudar alguma coisa?” perguntou Geran.
“Os Deuses do Caos responderam às nossas preces. Não o Imperador. Ao contrário dos homens do Império, Eles são mais generosos e vão conceber os nossos desejos.” dizia Björn, andando até o colega dele com um sorriso sinistro. “Eles podem até realizar o seu.”
“Tá. Mas e o Antony? Ele tem algum envolvimento nisso?” perguntou Geran com relação ao garoto que veio pelo Portal do Warp.
“O garoto da outra Terra?” perguntou Björn, olhando para o lado esquerdo dele. Em seguida, sorriu de forma sinistra. “Os Deuses do Caos tem planos próprios para Antony. Ele será o arauto da manifestação deles no mundo dele, sinalizando o alvorecer de uma nova era. Uma era em que o Imperador da Humanidade não teria nascido e que todos serviriam aos nossos verdadeiros senhores: Khorne, Tzeentch, Nurgle e Slaanesh.”
Geran estava assustado com aquela resposta de Björn. O colega que uma vez teve uma família e uma vida promissora agora era um devoto cego pelo poder ofertado pelos Deuses dos Poderes Ruinosos, disposto a sacrificar qualquer coisa pela fidelidade com eles em vez do Imperador.
“Talvez ele venha nos servir como um novo devoto ao Caos. Assim como você deveria.” disse Björn, estendendo a mão direita dele para Geran.
As palavras do homem de barba loira soavam como veneno, corrompendo quem fosse ouvi-las. O careca assistia aquela cena sem demonstrar qualquer reação a favor de Björn ou de Geran. Porém, ele pendia para o lado dos devotos do Caos, quando viu a resposta do outro.
“Björn, eu sei que você passou por momentos difíceis de sua vida. Eu também passei. Mas ouça, isto não é motivo para se entregar para entidades do Warp. Ainda mais quando eu ouço falar das ‘bênçãos’ que eles oferecem e transformam pessoas em monstros.”
Björn via o colega com uma expressão de desaprovação com relação à posição dele sobre as “dádivas” mais sinistras do Caos se optar por aderir a causa sombria dele. Por fim, escutou a última fala dele, da qual perdeu o interesse no convite de se juntar ao Caos.
“Por essa razão que eu não vou aceitar este convite. Por mais que eu não conheça aquele garoto, eu sinto uma grandeza inimaginável Uma da qual ele não se entregaria às tentações do Caos.”
“Então você prefere continuar sendo um peão doutrinado do Império que só recebe ordens de comissários e chamar a gente de hereges. É isso mesmo, Geran?”
Geran não respondeu com palavras, nem com gestos corporais. A desconfiança que emanava dos olhos dele já era a resposta que Björn precisava.
“Muito bem. Receio que isto tenha chegado a este ponto.”
Os dois homens estavam próximos um do outro. Com o convite recusado, a mão de Björn que se estendia para Geran levemente deu uma abaixada, surgindo do pulso uma lâmina afiada. Dela, o homem agarrou Geran pela nuca, trazendo-o para perto do peito dele. Os olhos se arregalaram de horror. Mas não pelo fato que foi surpreendido pelo “abraço” de Björn. O que o de fato fez ele reagir dessa forma foi a lâmina entrando com força na região inferior da barriga dele, perfurando as entranhas e o intestino de Geran. Sangue esguicha da ferida e posteriormente da tosse da vítima.
Björn se aproximou do rosto do colega, precisamente da orelha esquerda. “Deveria ter se juntado a nós, Geran.” Sussurrou o cultista do Caos. “Mas não se preocupe. O seu sacrifício será um belo presente para Khorne.”
Dito aquilo, a lâmina dilacerava violentamente até o lado direito de Geran, abrindo a ferida até ficar de grande tamanho, o suficiente para expor os intestinos. Por consequência, Geran recuava devagar, mas a gravidade do ferimento o deixou em estado de choque, cambaleando para andar e perdia o equilíbrio, caindo em seguida no chão. O corpo dele gemia, contorcendo devido ao choque hemorrágico. Björn e os outros assistiam aquilo, com uns rindo e celebrando mais um sacrifício pros Deuses do Caos. Por fim, Geran não sentiu mais nada, o corpo parou de se contorcer e uma enorme poça de sangue crescia do local. A vida que ele tinha se foi.
“Esta noite, celebraremos mais um sacrifício! O sangue de mais um cordeiro cego pelos dogmas do Imperador será uma oferenda para Khorne, o Deus do Sangue. A caveira será uma nova adição para o trono magnífico dele!” clamava Björn, estendendo a mão e a lâmina banhadas com o sangue de Geran.
Os demais cultistas gritavam pelo nome de Khorne, com os dizeres “Sangue para o Deus do Sangue!” ecoando alto naquele lugar, como se fossem tambores sendo tocados e trovões percorrendo pelos céus.
“Sangue para o Deus do Sangue!” Clamou Björn, sendo seguido por uma multidão de fanáticos e loucos pela matança e derramamento de sangue dos inocentes e dos Imperiais, gritando os mesmos dizeres em plena noite cruel de Dallos IV.
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No dia seguinte, Antony acordou assustado. Levantou-se da cama, com o rosto suado, a respiração afobada e os olhos abertos, expressando medo. De alguma forma, sentiu que a noite foi cruel, mesmo não tendo presenciado a morte de Geran e de algumas outras pessoas que estiveram naquele sítio fundado por cultistas de Khorne.
Num instante, ele colocou a mão direita dele na testa, esfregando-a devido a uma leve enxaqueca.
“Eu sinto que o sol amanheceu vermelho. Sangue foi derramado esta noite.” dizia o jovem herói, deitado naquele objeto de metal.
Naquele quarto, o guarda que o monitorava entrou. Trajava o mesmo fuzil Lasgun, armadura verde e uniforme na cor de cáqui. O olhar do garoto virou-se para o soldado Imperial, pegando na extremidade da coberta.
“A sua presença está sendo requisitada no pátio.” Informou o homem armado para Antony.
Ouvindo aquilo, Antony balançou a cabeça pra frente, respondendo afirmativamente ao chamado do guarda. Levantou-se da cama, calçou suas botas e dirigiu-se com ele até o pátio.
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Horas depois, Antony estava novamente no pátio. Desta vez havia poucas pessoas com relação ao dia anterior. Olhando ao redor, pode ver o Björn e alguns operários que trabalharam com ele no ferro-velho, todavia, não havia sinal de Geran.
Antony ficou um pouco preocupado. Geran parecia ser um homem de confiança após intervir no momento que o garoto dispensaria o almoço dele, mesmo com uma aparência estranha, e por compartilhar um pouco da história dele com o garoto.
Os guardas que estavam no local chamavam os operários para os respectivos campos de trabalho. Um após o outro, cada um foi-se dirigindo para o respectivo guarda. Björn foi o próximo a ser chamado. Ao passar do lado de Antony, ouviu um breve chamado.
“Ei, Björn.”
“Antony. Agora não é a hora pra conversar.” respondeu o homem da barba loira.
“Eu sei. Mas… por acaso você viu o Geran?”
“Eu não sei. Talvez ele tenha saído mais cedo pro trabalho.”
Vendo o atraso do homem convocado, o guarda Kasrkin avançou neles, chamando a atenção dos dois com uma espécie de bastão elétrico para supressão de tumultos. “Vocês dois, se separem! Björn, pro seu posto, agora!”
“Sim, senhor.” respondeu o homem da barba dourada, distanciando de Antony sem dizer mais nada. Antony teve a ponta do artefato esbarrando no peito dele.
“Faça isso outra vez e nós vamos levá-lo ao pelotão de fuzilamento! Entendeu?!”
“Sim senhor.” respondeu Antony, mantendo o olhar naquele soldado, mesmo que os olhos estejam cobertos pela máscara.
“Ótimo! Agora, aguarde em linha pra ser chamado!” encerrou o guarda Kasrkin.
Antony colocou-se de volta na fileira com os outros operários. Com a chamada em andamento, Antony ouviu um dos guardas chamar o nome de Geran.
“Geran!” Chamou o guarda imperial. Nenhuma resposta. Tornou a chamá-lo novamente, porém persistiu a resposta nula.
Sem mais nada a fazer, o guarda retirou do bolso uma espécie de tablet ou computador de mão para registrar a falta. “Este não deu sinal de resposta. Vamos incluí-lo na lista dos que não atenderam.”
Antony ficou surpreso. Naquele instante com Björn, a breve resposta foi que ele foi mais cedo ao campo de trabalho, apesar do local ser monitorado diariamente. Por fim, o jovem paladino ouviu o nome dele sendo chamado.
“Antony. Dirija-se à fila cinco!”
Balançou a cabeça pra frente, dirigindo-se onde o guarda estava apontando. Tudo parecia ir bem, mesmo que os pressentimentos dele sejam negativos. E pra completar o mal pressentimento, o mesmo homem careca daquela vez aguardava na mesma fila que ele, porém havia três pessoas entre o homem e Antony. Vendo a careca e a tatuagem causou arrepios na pele do herói.
“Você.” pensou Antony, disfarçando o mal-estar dele com a palma da mão cobrindo a boca.
O cara com a tatuagem da Estrela dos Poderes Ruinosos no braço virou a cabeça levemente, tendo o rosto do rapaz em seus olhos frios. Antony fingiu que não o viu, apesar do contrário. O homem teve uma breve lembrança da noite com Björn no sítio dos cultistas.
“Lembre-se: O Antony é de extrema importância para o Caos. Os Deuses o trouxeram para este universo para que possamos corrompê-lo, fazê-lo se juntar a nós e manifestar a nossa influência no mundo dele. Portanto não mate ele. Apenas convide Antony a fazer parte do nosso grupo.” disse o cultista da barba dourada nas lembranças daquele homem.
“E se ele resistir a nós?” perguntou o careca nas lembranças.
“Antony não seria capaz de resistir a nossa influência. Os poderes dele não funcionam aqui. Se ele tentar fazer isso, você tem as ordens de incapacitá-lo.”
“Sim senhor. Farei o que for a vontade dos Deuses do Caos.” respondeu o careca para Björn.
“Ótimo.” agradeceu o homem loiro. Em seguida, apoiou a mão direita dele na nuca do rapaz, trazendo-o pra perto do rosto, pousando os lábios dele nos do rapaz. “Faça isso por mim, Khozan.”
O homem de cabeça raspada, cujo nome era Khozan, olhava para Antony. O olhar expressava certo temor e desconforto em quem fosse vê-lo. Ele tinha o objetivo de levar o herói da Terra para se juntar ao Caos, de um jeito ou de outro.
Em seguida, os guardas ordenaram os operários a andar em direção aos respectivos campos de trabalho. Novamente, o ciclo se repete.
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Horas se passaram, os operários separavam mais peças de máquinas bélicas do Império das demais. Antony estava com os braços manchados de óleo e sujeira, além de marcas de queimaduras do sol, mesmo estando coberto pelas nuvens. Quando colocou a última peça extraída de um motor, o braço direito esfregou a testa dele, com várias gotas de suor escorrendo do pulso e da costa da mão.
Ele observava os demais homens fazerem o mesmo serviço. Pequenos acidentes aconteciam em diferentes cantos daquele lugar insalubre e perigoso. Mas o mais tenebroso foi que um dos homens teve um dedo decepado da mão direita após sentir uma conduíte do motor cair em cima, arrancando-o com força. O homem caiu no chão, segurando o membro lesionado, tentando estancar o sangramento e a hemorragia. Antony e os demais viram aquela cena assustadora. A primeira coisa que ele tinha em mente era socorrê-lo, mas sem os poderes dele não tinha como curá-lo ou amenizar a dor. Em vez disso, os soldados correram para atendê-lo.
O operário caído foi socorrido. Um dos guardas aplicou uma injeção de medicamentos no local da ferida, enquanto que outro aplicava uma espécie de spray contendo um composto similar a Medgel.
“Leve-no pro acampamento. Vai precisar de uma cirurgia com os Mechanicus.” disse um dos guardas, segurando a injeção utilizada no trabalhador ferido. O outro guarda imperial pegou no comunicador Vox para acionar um transporte dos Mechanicus.
Ouvindo aquilo, o homem ficou aterrorizado. Embora que cirurgias fossem para restaurar partes vitais perdidas ou para transplante de órgãos ou tratamento de alguma enfermidade interna, este tipo de procedimento era mais tenebroso, ainda mais nas mãos dos Serviçais dos Adeptus Mechanicus. O homem começou a se debater de horror.
“Não! Não, por favor! Os Mechanicus não! Os Mechanicus não!” Gritava o homem machucado, recusando a ajuda dos seres ciborgues. Os guardas correram para imobilizá-lo.
Todos assistiam àquela cena cruel, vendo o colega deles se debater de horror ao ouvir os Mechanicus. Com exceção de Antony, todos sabiam que acidentes que aqueles que passaram em cirurgia com os Mechanicus voltavam não mais como humanos, mas como seres desconfigurados por diversos implantes cibernéticos. Sem olhos, sem boca, sem nariz, sem rosto, sem braços, sem pernas e sem corpos. Apenas máscaras, respiradores, visores, membros robóticos e cabos que se estendem do cérebro e corpo para ligar em diversos computadores. A identidade original que ela teria não existiria mais, como se ela tivesse morrido na mesa de cirurgia. Só existiria mais um Serviçal do Império.
Os guardas ordenaram os demais homens retornarem a atenção pro trabalho, enquanto que os que foram socorrer o operário ferido aplicaram uma injeção com sedativos, fazendo-o ficar imóvel no chão de terra e pedra. Antony voltou para as peças deles para separar, pegando uma com cuidado para não ter o mesmo destino que o outro.
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Minutos depois, um tanque Chimera surge do horizonte, com dois Serviçais para levar o ferido para o acampamento Imperial. Carregaram ele até uma maca de metal, levando-o em seguida até a ala dos passageiros. Um dos guardas subiu com eles para acompanhamento, carregando o fuzil Lasgun nas costas.
“Está tudo pronto. Podemos partir!” Disse o homem armado para o Techno-Sacerdote, assistindo os Serviçais aplicando injeções de anestesia no braço e na máscara de oxigênio do ferido.
Em seguida, os motores do tanque rugiram, levando os tripulantes para o destino deles, sumindo no horizonte cinzenta. Os demais homens faziam o trabalho deles, sem dar muita importância para o que aconteceria depois.
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Horas depois, o almoço foi servido aos trabalhadores exaustos. Os guardas foram servindo o mesmo ensopado de antes. Apesar da aparência e da consistência, Antony tornou a comer aquilo que os imperiais prepararam no acampamento.
“Mesmo almoço de antes. Pelo jeito nunca muda.” pensou Antony, mastigando aquela mistura de carne com algum tipo de ingrediente duvidoso, sentado no chão de pedra. A mão esquerda segurava a tigela e a mão direita a colher.
Novamente, ele estava de cara com o careca daquela vez. O olhar dele estava fixo na comida, mastigando aquela mistura entregue pelos guardas. Porém, os olhos dele se levantaram para o rosto do rapaz, causando um desconforto a ponto de tornar o almoço dele um ambiente mais gelado e amargo do que antes.
Antony tentou disfarçar aquilo, mas tinha vezes que o limite da tolerância ficava instável. Virou-se para ficar de costas pra evitar de ver aqueles olhos sinistros. Feito isso, sentiu uma leve aliviada, mesmo sabendo que ele ainda estava lá. O guarda monitorava os operários em seus lugares, almoçando aquela refeição repetitiva e monótona. Ao passar pelo Antony, notou que ele não estava alinhado com os demais.
“Senhor, vire-se e retorne para sua posição de antes.”
Ouvindo aquilo, os olhos do garoto da Terra se arregalaram. O homem, ordenando ele voltar na posição de antes era de cair os ânimos, ainda mais voltar a ver aquele rosto sinistro.
“Tá bem.” Respondeu Antony em tom de desaprovação, porém acatado pela ordem da autoridade local. Virou seu corpo para frente com aquele homem de cabeça e sobrancelhas raspadas. A sensação de desconforto voltou com aquele “Skinhead” na visão do herói da Terra.
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Após o almoço, os operários e Antony formaram uma fila para devolver as tigelas e os talheres com os guardas. Todos se acomodaram enquanto a pessoa que estava na frente avançava após o outro ter passado com a vistoria deles. Antony segurava os utensílios dele nas mãos. A fila andava em ritmo lento. No entanto, um dos homens que estava na frente, vestindo uma camiseta cáqui já manchada de cinza e preto, uma calça já marcada pelo trabalho perigoso e uma fita na cabeça, apresentou sinais de mal-estar e azia. O ensopado não caiu muito bem no estômago, com o homem tentando segurar o suco gástrico na boca. A pressão era tanta que não aguentou mais, liberando todo o conteúdo ingerido no chão de pedra e pó. O homem tossia enquanto sentia o estômago revirar de mal-estar, forçando-o a vomitar mais.
Os guardas assistiam aquilo, com a fila paralisando após um outro homem, de pele vermelha, brincos na testa e no nariz, calvo e mesma jaqueta que o Björn, chega para socorrê-lo. Isso causou uma reação súbita do soldado, aproximando-se deles com um bastão de tonteio.
“Se afaste dele, senhor!” ordenou o guarda, chegando com o artefato na mão.
“Guarda, ele precisa de ajuda médica!” Respondeu o homem dos brincos, suplicando para ajudar o colega.
“Eu disse pra se afastar!” Respondeu o homem, atingindo o peito do outro com o bastão. O choque foi grande, fazendo o corpo dele se estremecer e cair paralisado na poça de vômito. E quanto ao outro que passava mal, o homem levantou o cano da Laspistol, abrindo fogo na cabeça do indivíduo. Antony fechou os olhos, virando o rosto de horror com aquela cena, do corpo caindo no chão e da cabeça se transformando em uma taça de sangue e pedaços de cérebro. Os demais se recuaram de medo, mantendo a posição deles na fila.
“Que isto sirva de exemplo para quem não tiver condições de continuar trabalhando! Mais uma queixa e nós montaremos um pelotão de fuzilamento!” Exclamou o guarda imperial para os demais operários.
O homem caído após o golpe com o bastão de tonteio tentou se levantar do chão, com porções daquele bílis escorrendo da bochecha e do rosto. Quando estava para se recompor, teve uma pisada do homem armado nas costas, derrubando o operário de volta pra poça.
“Você acha que não damos a mínima por vocês?! Vocês acham que o paraíso existe no Império?!” Dizia o guarda, oprimindo o operário caído na frente de todos os outros enquanto esperavam na fila para devolver os utensílios de comer. “Não. Aqui é uma prisão. Uma prisão na qual vocês estão destinados a cumprir suas sentenças infindáveis!”
Para Antony, isso era uma porção da realidade que as pessoas viviam no Império. Algo que seria fomentado pelos Deuses do Caos que surravam na mente do garoto. Os demais não puderam fazer a respeito disso. Viram o corpo sendo arrastado pelos outros soldados do Império pra longe do campo.
Em seguida, o homem que estava caído na poça de vômito se recuperou do choque e do trauma físico provocado pelo guarda. Ele tirou o pé das costas, permitindo-o voltar aos afazeres. Entretanto, a vista do outro sendo morto a sangue frio causou uma certa reação negativa com o Império do Homem e daqueles que serviam nas forças armadas.
Com o soldado portando o fuzil Lasgun nas mãos passando do lado esquerdo da fila, a atenção dele caiu-se em Antony.
“Isto vale pra você também. Não pense que você é exceção com relação aos seus amiguinhos penais.”
“‘Penais’?” perguntou Antony. “Quer dizer que aqui é uma colônia penal e eu sou um prisioneiro?”
O guarda recuou por um momento. “Vamos dizer que a sua sentença ainda não foi decidida, apesar de estar sob a nossa supervisão, sob ordens da canonisa Dolores. Até lá, não poderá ir pra lugar algum.”
Sem mais nada a dizer, o soldado Imperial deixou o rapaz para monitorar o andamento da fila. Os olhos de Antony estavam arregalados. Eles expressavam horror ao ouvir que Dallos IV não passava de uma pequena colônia penal do Império do Homem e que algumas pessoas que ele conheceu tiveram algum histórico criminal bem grave perante ao Império ou aqueles que habitam dentro da esfera de influência do Imperador.
Será que as Irmãs de Batalha sabiam que algumas pessoas resgatadas eram criminosas? Ou será que elas selecionaram algumas pessoas para um outro acampamento na qual de fato uma nave buscaria elas, deixando aquele que Antony se encontrava e os outros sob supervisão imperial, só para realizarem serviços penais? Tudo isso não importava para Antony, o jovem herói da Terra. Tudo o que mais importava era sair daquele lugar, independente quem fosse impedi-lo.
No meio daquele momento, com o olhar fixo naquela fala do guarda, ele ouviu o som dos homens chamando-o.
“Ei! A fila não anda se você ficar aí parado!” disse um dos operários batendo com a colher na tigela enquanto segurava ela.
Ouvindo aquilo, o olhar do garoto retomou a realidade, andando em direção aos guardas para devolver os utensílios.
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Novamente, mais um dia de trabalho realizado. Antony marchava com os outros homens de volta para o acampamento. A mente não saia daquele comentário feito pelo guarda, sobre o lugar ser uma colônia penal. A roupa estava encardida, com o suor, pó e pequenos arranhões devido ao trabalho de levantar peças pesadas e colocá-las em pilhas separadas. O trabalho naquele lugar cobrava um preço a medida que o tempo passava em Dallos IV. Para aqueles que estavam a mais tempo que Antony, parte de seus corpos foram tomados. Outros tiveram traumas psicológicos que os consumia gradualmente.
Olhando ao redor, o cenário cinzento e o céu ganhando um tom escuro era sinal que a noite estava próxima de chegar. Ao voltar a atenção dele para frente, notou a tatuagem das pontas afiadas no braço de um operário que esteve no mesmo lugar de antes. Era o “skinhead” de antes.
A expressão do garoto ficou azeda outra vez. Até quando aquele estranho vai parar de aparecer na vida dele? Antony olhou ao redor dele, procurando por alguém que pudesse perguntar ou pedir informação, sem que os guardas notassem ele. E para a surpresa do garoto, encontrou um operário moreno, com feições asiáticas e sobrepeso. Antony se aproximou dele, chamando-o em tom baixo.
“Ei, você.”
Ouvindo aquilo, o homem virou o olhar para o lado direito dele.
“Pois não?”
“Olha, eu não quero parecer ingrato, mas aquele careca com uma tatuagem estranha está me dando nos nervos.” disse Antony em tom baixo para não chamar a atenção dos guardas, nem daquele homem mencionado.
O moreno dos olhos puxados olhou para o operário de cabeça raspada. Viu a tatuagem no braço, mas não fazia ideia do significado dela.
“Tá falando do Khozan?”
“Khozan? É esse o nome do cara?”
“É sim.” respondeu o asiático moreno.
“Ele é assim desse jeito? Todo esquisitão com a cabeça e as sobrancelhas raspadas?”
“Bom, eu não conheço ele muito bem. Dizem que ele tem uma ficha criminal das bem grandes.”
“O quão grande?”
“Dezessete assaltos, trinta assassinatos, cinco casos de violência seguida de estupro, nove sabotagens e quinze casos de violação em santuários e templos Imperiais. Dá pra se dizer que o Khozan é um cara problemático.”
“Certo.”
“Algum problema com ele?” perguntou o asiático, curioso em saber o motivo da curiosidade e da implicância de Antony com relação ao homem mais perigoso.
“Diretamente não, mas quase toda hora ele me olha torto, como se eu fosse fazer alguma coisa pra ele. Não tem como vocês pedirem para os guardas fazê-lo parar?”
“Olha, os guardas não tão nem aí pro que acontece com a gente. E outra, o Khozan não é muito de conversar se for tentar falar diretamente com ele.”
“Entendi.” respondeu Antony, olhando pra frente, mas levemente pro chão. Levantando o olhar pra frente, Khozan não estava mais lá. Por algum motivo saiu do percurso ou seguiu adiante na marcha ao acampamento.
Tudo seguia normal, conforme a fila de várias pessoas andava sem interrupção para chegar no destino final.
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Mais uma noite chegou em Dallos IV, e novamente, Antony se encontrava no leito hospitalar daquele quarto fechado. Dormia se virando de um lado para o outro, tentando pegar no sono em meio aquela temperatura gelada e naquele leito reto, plano, duro e desconfortável.
O guarda que o vigiava no quarto, agora patrulhava o local pelo lado de fora. Manteve o fuzil Lasgun alojado nas costas. O mesmo uniforme cáqui e peças de armadura e capacete de cor verde pulsava conforme o brilho das lâmpadas.
Os corredores e a sala estavam iluminados, com poucas luzes piscando. Em meio a patrulha, algo derrubou a grade de energia elétrica da instalação, apagando todas as luzes. O guarda retirou o fuzil nas costas, desativando os mecanismos de segurança e ligando uma lanterna do capacete. Agora já tinha os meios de combater quem estivesse na escuridão enquanto protegia a entrada para o quarto hospitalar.
Uma das lâmpadas no teto do corredor acende, porém em baixa intensidade. O guarda avistou uma figura humanoide surgindo em meio às sombras. Não dava para ver muito bem, mesmo com a lanterna do capacete apontada para frente. Ele levantou o fuzil Lasgun, apontando para aquela figura misteriosa.
“Quem está aí?! Identifique-se!” avisou o homem do Império, apontando com sua arma para aquele vulto.
A figura parou por um momento. Não emitiu uma resposta com relação ao pedido de identificação. Em vez disso, levantou uma espécie de pistola pro alto, apontando para o guarda. A arma emitia um brilho azul em uma espécie de câmara do cano. O soldado ficou espantado. Mas não era com relação à arma o motivo de ter ficado espantado. Era do projétil que surgiu do bocal. Era uma espécie de bola de plasma concentrada em um disparo. Tinha a coloração azulada e em tom brilhante, vindo em velocidade espantosa.
O guarda sentiu o projétil atravessar o peito dele, atingindo a porta de metal, dissipando em grande proporção, queimando tudo o que tinha na superfície metálica a ponto de restar uma marca preta em formato circular. No entanto, para o guarda, o projétil atravessou ele, deixando um grande buraco que consumiu o peito dele e tudo o que tinha nele. O fuzil, as mãos e parte dos braços foram consumidos por aquela bola de plasma azul. Não conseguia ficar de pé por muito tempo, sentindo o corpo perder equilíbrio devido à dor intensa da queimadura e pelo coração destruído.
A figura misteriosa avistou o soldado imperial cair duro no chão, provocando um som alto de batida no piso metálico. Os olhos do guarda estavam arregalados, expressando horror pela vida ceifada. Sangue escorria da boca, enquanto que o buraco provocado pelo tiro tenha cauterizado as veias e artérias. Sem mais nada a se fazer por ele, a figura dirigiu-se à porta, acessando o painel ao lado para abri-la.
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Do outro lado, Antony ouviu o som da porta se abrindo pelo lado de fora, junto de passos no chão de metal. Ele se levantou da cama, mantendo o olhar fixo naquele lugar. E no meio da escuridão, uma luz surge à medida que a porta interna se abria, com uma sombra crescendo enquanto entrava naquele quarto gelado. O rapaz estava um pouco assustado. Pois de lá porta surge uma figura humanoide que se dirigia a ele. Era o careca com as sobrancelhas raspadas.
“Olá Antony.” cumprimentou o homem de feição sinistra. “Enfim nos encontramos.”
“Você! O Skinhead de lá do campo de trabalho.” respondeu Antony, sentindo o coração dele disparar de temor ao ver aquele homem que o incomodava certos momentos. Em seguida, chamou pelo nome dele. “Khozan.”
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