The Two Survivors - Chpt 9 [Portuguese - BR]
The Two Survivors [Portuguese - BR]
Descrição:
As Duas Sobreviventes é uma série de fãs de quadrinhos e histórias, criada por Antony Bindilatti e em parceria de Priscilla2Warrior, também conhecida por Priscilla McGee. A série tem a junção diferentes histórias dos personagens das séries famosas como Claymore (marca registrada de Norihiro Yagi e Madhouse Studio) e The Walking Dead (Robert Kirkman e Telltales Games por The Walking Dead: Michonne), todos focalizando em algumas jornadas, alguma ação e alguma diversão com os personagens favoritos (e alguns menos).
O foco da história aborda duas jovens garotas: Priscila e Paige. Priscila é uma recém-formada guerreira da Organização após receber seu lugar como Número 2, e Paige é uma das sobreviventes após um apocalipse zumbi ter devastado Geórgia e transformado as vítimas em Walkers.
E quando as duas sobreviventes se encontram, uma longa e incansável viagem começa e elas terão de lutar para sobreviver.
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Capítulo 9
A viagem dos sobreviventes em direção às ruínas do acampamento dos Predadores se estendeu por horas. Priscila, Paige, as duas mulheres e o médico andavam com as armas nas mãos, seguindo a jovem guerreira-espadachim desbravando o caminho por meio dos rastros de pneus no chão.
Tudo permanecia quieto demais para elas. Os pássaros já batiam mais as asas, o vento parou de soprar nos galhos e a água não corria mais na correnteza, pois naquele momento, o grupo entrou no era o território de Marlon. Puderam ver alguns corpos pendurados nas árvores já em estado deplorável, com a carne bem magra e seca, mostrando os ossos e os rostos desconfigurados.
Alice ficou um pouco horrorizada ao ver aquilo, porém não emitia sinais de vida. Priscila cortou a corda que prendia o corpo na árvore pelo pescoço, derrubando-o no chão.
“Está morto, Alice.” disse Priscila, guardando a espada na transportadora.
A mulher adulta teve um momento de alívio momentâneo. Aquilo não podia fazer mal a eles no estado em que estava. Porém, Christine sabia que aquele corpo era conhecido para ela. Pelo buraco de bala no peito e do cabelo que ainda tinha, era o rapaz que foi com ela e o César durante o apocalipse zumbi e com quem teve sua primeira vez no motel.
“Jackson.” Disse a enfermeira com os olhos quase encharcados de lágrimas.
Ouvindo aquilo, Priscila virou-se para a loira.
“Conhecia ele, Christine?” Perguntou Alice.
“Ele estava comigo quando entramos no território dos Predadores. Ele era o meu colega e… o meu namorado da época.”
Alice ficou sentida pela colega. Por saber que o corpo era do rapaz que uma vez amou Christine e teve um final trágico nas mãos de Marlon. “Sinto muito, Christine.”
A enfermeira aceitou as condolências de Alice. Raj e Priscila prestaram os sentimentos pela perda dela em seguida. Como o corpo de Jackson não emitia sinais de vida, muito menos que venha se tornar um zumbi e atacar os sobreviventes no instante que forem removê-lo e enterrá-lo dignamente.
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Tudo estava calmo há cerca de duzentos e noventa quilômetros de distância da posição do grupo. Árvores e plantas cobriam o horizonte, com os raios de sol iluminando elas e poucos sons de pássaros e insetos ecoavam por entre os galhos.
O som é logo tomado pelo som de motocicletas, com os veículos surgindo em alta velocidade na direção dos sobreviventes. Os homens de Rudolf portavam suas AK-47, Uzis, Skorpions e fuzis SiG, todas carregadas e prontas pra atirar.
Junto deles estava Thomas, o homem dos Pit Bulls tatuado no braço. Ele liderava este destacamento para ir atrás dos sobreviventes e eliminá-los. As mãos dele estavam firmes no guidão de sua motocicleta, girando-a para aumentar a velocidade do veículo.
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De volta no local onde os sobreviventes estavam, Priscila, Paige e os outros estavam diante de um túmulo recém-cavado, próximo da árvore onde encontraram o corpo de Jackson. No interior da cova, estava o rapaz que teve pouco tempo de vida durante a fuga com Christine e César dos Predadores da Selva. Os braços dele estavam cruzados em cima do peito já falecido.
Em seguida, os sobreviventes pegaram porções de terra e foram jogando na cova, cobrindo o corpo do rapaz. Christine olhava para o corpo sendo velado com tristeza, mas sabia que os momentos dela com ele serão lembrados pelo resto de sua vida.
Quando jogaram mais porções na cova, Priscila virou-se para trás. Ela ouviu algo que chamou a atenção dela. Para o horror dela, era o som das motocicletas do grupo de Thomas.
“Priscila?” Chamou Paige, vendo a sua amiga parando por um instante. Num instante, é tomada pelo olhar reativo da guerreira.
“Emboscada!” Exclamou a guerreira Número 2, chamando os outros. E do nada, surge uma motocicleta do alto, com o condutor rindo. Além dele, outras motos surgem para cercar os sobreviventes. Alice, Christine, Raj e Paige abrem fogo com suas armas, com poucos tiros acertando eles, derrubando-os de seus veículos. Outros não acertaram em cheio por eles estarem rápidos demais.
Priscila, que por sua vez contava com a espada dela, conseguiu derrubar um motoqueiro ao atingir a roda dianteira, arremessando o homem para frente com força, atingindo uma poça de água.
A situação começa a mudar quando os motoqueiros chegam com armas. Estes abrem fogo no grupo, fazendo-o correr em direções opostas. Alice e Christine acharam um morrinho para se esconderem dos tiros, retornando fogo em seguida. Paige tentou se esconder atrás de uma árvore, recarregando seu fuzil Marlin sob pressão. Ao alcançá-la, virou-se para atirar novamente, mas os tiros de metralhadora a colocaram sob pressão.
Já o Raj, vendo que os motoqueiros estavam sobrepujando o grupo e a AK dele sem munição, viu que não podia fazer mais nada a não ser fugir por sua vida. Correu em direção da saída a fim de se salvar, deixando Priscila, Paige e as outras à própria sorte. Durante a fuga, Raj não percebeu o morro à sua frente, caindo em seguida no passo em falso. Não teve machucados graves ou torção em algum osso, mas teve alguns arranhões no rosto e nos braços.
Quando ele se levantou, ouviu o som de uma outra motocicleta surgindo. Ao virar, teve a visão de um bastão de beisebol feito de madeira. Na ponta, havia vários pregos torcidos após várias marteladas, transformando aquele bastão em uma espécie de clava primitiva. O motociclista desferiu um golpe certeiro na cabeça do médico com tamanha força e velocidade, que derrubou o homem no chão, praticamente sem vida. O rosto e o pescoço dele estavam cheios de arranhões, alguns pregos enfiados e pedaços de carne dilacerados pelo golpe. Cuspiu sangue, tossindo por sentir a traqueia obstruída, parando de emitir sinal de vida em sequência. O olho esquerdo dele estava saltado para fora da cavidade ocular do crânio. Agora, o grupo estava composto apenas por mulheres.
De volta no conflito, Alice, Paige e Christine atiravam com suas armas nos bandidos que chegavam armados. Alguns caíram no chão, derrubando seus veículos pelo peso deles. Priscila cortou outra moto no meio, derrubando o motoqueiro e o passageiro com força no chão. E quando avistou o outro se aproximando por detrás, a guerreira deu um salto para o alto, passando por cima do homem. Os dois se olharam brevemente. Era o Thomas, o homem da tatuagem dos cachorros Pit Bulls. Ela viu o espanto dele emanando dos olhos do motoqueiro.
Após o salto, a guerreira aterrissou no chão, com a capa balançando até cair. Thomas virou-se com a moto. Pegou uma Uzi do coldre, apontando-a na direção da guerreira. Priscila olhava para o agressor com os olhos dourados por usar seu Yoki. Em um gesto, ela levantou a mão esquerda, movendo seus dedos juntos em forma de onda que se arrasta para dentro, sinalizando o homem para vir atrás dela.
Thomas rugiu, acelerando sua moto em direção a Priscila. Com a arma na mão, o dedo dele pressionou no gatilho, abrindo fogo nela. A guerreira portava a espada na mão, repelindo as balas em movimentos frenéticos. Tudo o que podia ver era fagulhas e pedaços de projétil sendo despedaçados na lâmina de metal desconhecido para este mundo. E com o homem próximo o bastante dela, foi tomado por um outro momento de susto. Desta vez, Priscila passou do lado dele em passos lentos, com a moto girando os pneus em velocidade reduzida. Para a guerreira, tudo passou em velocidade lenta por usar o Yoki dela. Ainda carregando a espada na mão, desferiu um golpe no pescoço de Thomas. Com a guerreira virando-se para onde o adversário dela estava, ergueu a espada dela, derramando uma gota de sangue na lâmina. Algumas gotas de líquido vermelho vazaram na linha do corte, deixando o local pintado da mesma cor.
E após o tempo voltar ao normal, a cabeça do motoqueiro foi arremessada para o alto, desacoplada do pescoço com força violenta. Sem ela, os dois perdem equilíbrio com o motor em funcionamento, fazendo com que o veículo derrapasse no chão, colidindo-se com uma árvore, quebrando a estrutura principal e o tanque de combustível. Os olhos de Priscila voltaram na coloração prateada, com o uso do Yoki cessado para ela se recuperar da frenesi antes de ultrapassar os dez por cento. Os demais atacantes recuaram, vendo que as forças deles caíram consideravelmente. Paige e as outras deixam seus abrigos com a tormenta do tiroteio se dissipando e as motos tomando distância no horizonte.
Reunidas novamente, as garotas avistam a guerreira da Organização manchada de sangue.
“Priscila.” Chamou Alice. Em seguida, a garota sacudiu sua espada para o lado, espirrando algumas gotas na terra.
“Eu estou bem. Só não estou acostumada com a ideia de matar humanos, mesmo que fosse para auto-preservação.”
“Eu sei como se sente, Priscila. Mas, precisamos fazer de tudo, se quisermos sobreviver neste mundo estranho.” respondeu Paige.
“Sim. Embora que Rimuto e os outros venham me condenar por isto, farei de tudo ao meu alcance para ajudar vocês e resgatar Mark e Andrew.”
Alice balançou a cabeça para frente, concordando com a fala da guerreira. Antes de prosseguirem com a jornada, elas percebem que havia uma pessoa faltando. O médico indiano.
“Ei gente, vocês viram o Raj?” perguntou Christine.
“Ele não estava com vocês?” Priscila perguntou, da vez que ele estava com as outras durante o assalto dos motoqueiros.
“O Raj estava. Mas depois que nos separamos, não vi mais ele.” respondeu Alice.
“Certo. Vamos procurar por ele para depois voltarmos a…” dizia Priscila, interrompida ao ouvir uma voz vindo de trás.
As mulheres viraram para ver, e na visão delas estava um dos motoqueiros derrubados na poça d’água. Estava se recuperando da queda, com o veículo destruído.
“É um dos motoqueiros que eu o derrubei.” Disse Priscila, guardando a espada dela na transportadora. “Ele deve saber onde os outros estão e, consequentemente, seus filhos.”
“Eu vou até ele e pedir por informações sobre o Andrew e o Mark.” Respondeu a mãe dos garotos com o fuzil na mão. Antes de prosseguir, a guerreira colocou a mão na frente, impedindo-a de ir com intenções destrutivas.
“Calma, Alice. Se você for até ele e deixar com que a raiva e a angústia falem por si, poderemos perder a chance de encontrá-los.”
“Eu vou com você, Alice. Teremos mais chances de obtermos respostas e não sermos pegas de surpresa.” Disse Christine, juntando-se à mulher adulta. Paige se juntou às duas.
“Certo. Eu vou procurar pelo Raj.” Disse Priscila, separando-se das outras em seguida.
Sem mais nada a acrescentar, o grupo se separa para os respectivos objetivos. Priscila foi para trás enquanto Paige, Alice e Christine foram para a poça. No momento que as três se dirigiam até aquele local, o homem retirou o capacete, revelando um rosto branco, molhado e com barba curta, cicatrizes na testa e na boca. O cabelo era curto de coloração castanho e olhos verdes. A vestimenta consistia em uma jaqueta preta, blusa branca, calças jeans e luvas e botas de couro preto. A sorte delas é que ele não estava armado.
O motoqueiro sacudiu sua jaqueta, removendo uma porção da água marrom. Virando o rosto para frente, teve a visão de vários fuzis apontados para ele. Como resposta, levantou os braços para o alto.
“Tá legal. Tá legal. Eu me entrego.” Respondeu o homem para o grupo de mulheres, emitindo um olhar de derrotado misturado com uma leve alegria.
“Onde estão os meus filhos?!” clamou Alice, com o AK-47 na mão sendo elevado e o cano apontado para ele.
“Filhos?” Em seguida, o homem associou os dois meninos que estavam sendo mantidos sob custódia pelo patrão, sorrindo de forma sádica. “Ahh, então aqueles pequenos são seus filhos?”
Alice emitia um olhar sério para aquele homem. Ao mesmo tempo, sua angústia e rancor começavam a fluir no interior dela.
“Aqueles pequenos? Eles são bem difíceis de conversar. Nem mesmo com boa hospitalidade ou com bons métodos de tratamento com os nossos hóspedes.”
“Quando você fala em ‘hóspedes’, você quer dizer que vocês os mantêm sob total supervisão, privando a vontade deles de sair, só para o patrão de vocês ter o que quer!” respondeu Christine, mantendo a arma apontada no motoqueiro.
Ouvindo as palavras da enfermeira, o homem olhou com certo desprezo. “Você. Eu conheço você.”
Christine mantinha a arma nas mãos, segurando firme na peça de madeira do fuzil e o dedo próximo do gatilho.
“Eu estava no dia que abordamos o seu veículo. Fui eu que pendurei o corpo daquele rapazinho. Pendurei para depois fazê-lo de exemplo para aqueles que ousarem entrar no território dos Predadores. Assim como Marlon fez com os seus amigos.”
Os olhos da loira estavam vermelhos de raiva e tristeza por aquelas palavras. Christine poderia pressionar o gatilho e abrir fogo naquele homem com um jeito baixo de tratar seus prisioneiros e vítimas. Porém, não fez porque sabia que precisava dele vivo para encontrar Andrew e Mark.
Em seguida, Paige interveio. “Não queremos saber da sua história com o Marlon ou com os amigos da Christine. Queremos que nos diga onde estão mantendo Mark e Andrew.”
“E se eu não te responder? O que você vai fazer, boneca?”
Como resposta, Paige virou o fuzil Marlin, desferindo um golpe no rosto do motoqueiro capturado com a base da coronha, virando o rosto dele para a esquerda. Ao voltar a ver os rostos delas, a boca do homem estava com sangue escorrendo e a bochecha direita vermelha pela coronhada.
“Fale isso mais uma vez e nós abriremos fogo em você!” Respondeu Paige de forma séria.
“Tá legal. Eu já entendi. Mas se vocês fizerem isso, perderão a chance de encontrar aqueles pequenos.”
As três mulheres mantiveram-se de prontidão para uma outra escapada do homem em responder a questão principal.
“Eu digo onde eles estão. Mas terão que me levar com vocês.” Disse ele sorrindo.
Aquela resposta aliviou um pouco a mãe dos meninos. Porém, isto poderia ser algum tipo de truque para elas caírem nele e serem subjugadas por Rudolf e de seus homens. Com receio de que ele possa pegá-las de surpresa e tomar as armas delas. Paige foi na frente, pegando as mãos do motoqueiro e colocando-as atrás dele, prendendo-as com uma braçadeira de plástico.
“Você virá conosco. Mas só porque você vai colaborar conosco, não quer dizer que vamos confiá-lo por completo.”
“Eu te entendo, docinho. De verdade.”
“E pare de me dar essas cantadas!” respondeu Paige brava com o jeito do motoqueiro de querer flertar ou de fazer gracinhas.
Com o homem sendo mantido como refém, Paige e Alice o arrastam para ir na frente, mantendo as armas delas de prontidão e apontadas nele. Christine acompanhou as outras conforme o motoqueiro mostrava o caminho para o acampamento dos exilados.
Seguindo adiante, a guerreira surgiu no horizonte, chamando Paige e as outras. A expressão dela não era bem animadora.
“Priscila. O que houve? Encontrou o Raj?” Perguntou Paige.
A guerreira fechou os olhos dela, virando-se para mostrar a descoberta dela. Para o horror delas, o médico indiano estava caído no chão, sem vida e com o rosto arruinado após o golpe recebido de um dos motoqueiros selvagens de Rudolf.
Alice emitiu um som de horror, cobrindo a boca com a mão, Christine fechou os olhos de tristeza e Paige estava em choque. O grupo estava devastado ao verem a perda de um integrante essencial na sobrevivência em um mundo completamente hostil. O ambiente ao redor delas ficou pesado e cruel, estando apenas quatro mulheres e um homem estranho de um grupo de terroristas que tentaram matar elas.
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Dois minutos depois, o grupo de motoqueiros de Rudolf retornaram ao esconderijo. O que restou deles estacionaram seus veículos, levantando preocupação por entre os demais. O líder deles, ouvindo o som das motos, interrompe o interrogatório de Mark para atendê-los.
Dirigindo-se até a um motoqueiro de pele parda com uma jaqueta preta, anéis de aço com gravuras de caveira, calça jeans, cinto de couro preto e uma fivela grande de aço, o patrão perguntou. “Voltaram poucos. O que aconteceu?”
“Senhor, as sobreviventes se mostraram bem mais organizadas e bem preparadas no momento do ataque. Tivemos baixas para o nosso lado. Mas elas também perderam um integrante do grupo.” respondeu o motoqueiro.
“Onde está o Thomas?”
“Não tivemos notícias dele. Pelo visto ele está entre os deixados para trás.”
“Entendo. Não podemos arriscar mais ataques diretos diante da pouca quantidade de homens que temos a dispor.” disse o líder dos Predadores, virando-se por um momento, colocando a mão esquerda dele no queixo. “Tomar aquelas crianças despertou uma fúria nelas na qual não esperávamos enfrentar.”
O pardo permanecia em sua posição enquanto observava o homem cruel pensando na presente situação.
“Notifiquem os outros para ficarem de prontidão e abrirem fogo em qualquer um que for entrar em nosso território. Mesmo que venha matar um dos nossos.”
“Senhor?” Perguntou um dos motoqueiros.
“Vocês me ouviram. Se houverem sobreviventes, seja do Marlon ou um dos meus homens, não posso arriscar que venham para cá. Podem ser utilizados como meios de atrair aquelas mulheres que conseguiram escapar daquela cabana. E eu não aceito qualquer ato de traição vindo de meus antigos empregados. Vocês têm as minhas ordens. Executem elas!”
Sem questionar Rudolf, os homens prosseguiram para seus postos, informando os demais dessa decisão. Já o próprio, retornou ao interrogatório do filho mais novo de Alice. Entrando, o clínico dele acompanhava o desenvolvimento da busca pelas respostas extraídas com o soro da verdade. Mark chorava de dor enquanto falava tudo o que sabia.
Rudolf se aproximou do menino. Colocou a mão no ombro direito dele com um ar de querer acalmar o furão em estado de pânico.
“Sabe, de todos os meus hóspedes, parece que você se mostrou fácil de acalmar e de cooperar conosco. Sei que o começo foi difícil.”
“Por favor… eu… eu não aguento mais… eu quero ir pra casa. Eu quero ficar com a… minha… mãe.” disse o jovem Mark, chorando enquanto ainda estava preso na cadeira e o soro pulsando nas veias dele.
“Eu sei que quer ir pra casa e ficar com a sua mamãe.” Num instante, o temperamento de Rudolf mudou de repente. “Só preciso que me diga, quem destruiu o acampamento que era meu por direito?!” Como ato, ele bateu com força na mesa, assustando o garoto.
“Me diga quem foi e talvez eu te liberte desse sofrimento.”
“O… o meu nome é… Mark. Eu… eu vim com a… minha mãe e o… o meu irmão.”
“Sim. Eu sei que você veio com a sua mãe e o seu irmão. E o que mais?”
“Nós… nós fugimos dos… dos zumbis.”
“Sim. Também tô sabendo dos zumbis que arruinaram nossas vidas. Ou até trouxeram coisas boas para nós. Mas não é o bastante.”
“Fo… fomos encontrados por… Pr…Priscila e… Paige.”
“Deve ser as garotas que estavam com eles quando foram mantidas como prisioneiros de Marlon.” disse Rudolf com um olhar sério.
“Sim. Mark falou bastante nesses nomes por várias sessões.” acrescentou o clínico caucasiano, com cabelo cinza-escuro e roupas de civis.
“Sim. Mas ainda não temos a resposta direta para o que queremos.”
Rudolf virou-se para o Mark, colocando as mãos nos braços da cadeira.
“Mark, nos diga qual foi a última coisa que lembra do dia em que vocês conseguiram escapar do acampamento do Marlon.”
Mark tentou lembrar daquela noite onde que ele, Andrew, a mãe deles, Priscila, Paige, Raj e o Daniel fugiram dos Predadores. Várias imagens estavam borradas para conseguir lembrar direito. Podia ser um dos efeitos da droga, na qual mexia muito com a mente dele, deixando-o desorientado e confuso.
“Eu… eu só vejo… a minha mãe, o meu irmão, a Paige, a Priscila, o… Raj e o Daniel.”
“Certo. E o que mais você consegue lembrar?” Pediu Rudolf, pressionando as mãos contra os braços da cadeira.
“Eu lembro que… corríamos para longe. Os homens maus nos… perseguiram. E…” dizia Mark, tentando lembrar daquele dia. Porém tudo estava ficando difícil de visualizar as imagens. Mas os eventos marcantes foram, a mãe sendo baleada, Paige sendo espancada por Marlon até quase ser morta, sendo salva por Priscila após matar o líder dos Predadores. “… minha mãe foi baleada, Paige quase foi morta pelo Marlon… e depois a Priscila nos salvou. É tudo o que eu consigo me lembrar.”
“Mas não tinha nada de fogo quando vocês fugiram do acampamento? Me responda, garoto!” gritou Rudolf.
A voz deixou o garoto ainda mais nervoso, chorando mais. “Eu… eu não me lembro. Eu… quero ir pra casa.”
Rudolf suspirou de insatisfeito. Porém, distanciou-se da cadeira para ir na direção do clínico.
“O que você acha, doutor?”
“Senhor, o garoto falou tudo o que sabia. Não tem como dizer se ele estava mentindo ou não. Além do mais, nem podemos saber se de fato foram eles que queimaram o acampamento.”
“Quem quer que tenha sido, pagará muito caro por isso. E eu verei o rosto de quem fez aquilo para eu poder dar um tiro na cabeça dele.”
“E enquanto o outro garoto? Pretende fazer o mesmo com ele?”
“Não. Aquele se mostrou mais difícil de cooperar depois de várias sessões de tortura. Mas eles ainda têm algum interesse em nos ajudar.”
Os olhos de Rudolf brilharam com um plano sinistro na qual colocariam os dois meninos de Alice no jogo. Ele se aproximou de Mark, colocando a mão direita dele no ombro do menino. As lágrimas ainda escorriam, mas ele não chorava de dor desta vez, e sim estava assustado.
“Garoto, eu quero te pedir um favor e espero que esteja disposto a fazê-lo.”
Os olhos de Mark se arregalaram de medo e terror. O homem frio e cruel, quando estava para falar, a porta se fecha com os três e mais um guarda no lado de dentro da cabana.
////
Passado-se duas horas após o ataque dos motoqueiros, as sobreviventes estavam diante de um monte de terra erguido próximo do local onde encontraram o corpo de Raj. Ao que indica que elas enterraram o médico indiano, deixando apenas uma marca na árvore, com os dizeres: “Aqui jaz Raj. Médico e sobrevivente”. Embora sendo pequeno e pouco rústico, dava para entender o que está escrito.
Priscila, Paige, Christine e Alice prestaram o luto e o respeito pelos feitos do médico ao ajudar a jovem atiradora, os demais sobreviventes que estavam em cativeiro nas mãos dos Predadores e do grupo após a fuga. Como último gesto, deixaram por cima do túmulo uma espécie de coroa de flores silvestres que conseguiram encontrar para fazer uma. Sem mais nada a acrescentar, elas se dirigem ao prisioneiro sentado em um tronco de árvore, fazendo-o mostrar o caminho para o acampamento de Rudolf.
Alice e Christine mantiveram suas armas apontadas no motoqueiro, enquanto Paige empurrava o homem a fim de acelerar o passo no momento que fosse tropeçar ou fazer corpo mole. Priscila ficou atrás das outras para manter a retaguarda protegida, brandindo a espada Claymore na mão.
O cenário parecia um pouco propenso para uma outra armadilha. Poucos sons ecoavam ao redor delas, com uma mobelha emitindo seu uivo característico por entre as árvores. As folhas permaneceram paradas pela falta de vento e não havia outros animais na região que pudessem demonstrar perigo ou não.
Enquanto andavam, o motoqueiro virou-se para Priscila. Vê-la carregando a espada pesada com uma mão só, teve a impressão de que ela não era uma pessoa qualquer.
“Ei garota, você leva jeito com essa espada.” disse ele, sorrindo levemente.
Ouvindo aquilo, a espadachim não demonstrou interesse em conversar. Continuou a jornada a pé, sem ser levada pelas distrações.
“Há outras como você neste mundo?”
Com aquilo dito, Priscila respondeu. “Por que quer saber?”
“Sabe, vendo você em ação depois do nosso ataque, não consigo parar de ficar pensando se há outras como você, com poderes que nenhuma pessoa sonhou em ter.”
“Se você soubesse a nossa origem ou a dos meus poderes, você pensaria duas vezes em desistir deles.” respondeu a guerreira. Paige e as outras ficaram um pouco incomodadas pela forma como a conversa estava se desenrolando.
“Por quê?” Perguntou o homem, curioso sobre o motivo da Priscila ter dito aquilo. “Alguma coisa que você não gostou de terem feito isso…” quando estava pra completar, Priscila estendeu a ponta da espada na direção do rosto, parando todas no lugar.
“Se eu fosse você, eu fechava a sua boca e seguiria as nossas ordens se quiser continuar vivendo!” ordenou a guerreira com a espada levantada para o homem. Paige, Alice e Christine mantiveram suas armas apontadas nele, juntamente com a colega delas.
“Já entendi, mocinha. Eu fecho a minha matraca.” Respondeu ele com um ar de submisso. Paige e as outras fizeram ele andar com uma coronhada de fuzil.
A jornada já era difícil na situação anterior, com o homem falando de forma que pretendia provocar uma delas tornando a viagem mais tortuosa e entediante. Alice pensava fortemente nos seus filhos, preocupada pelo bem-estar deles e que não sofreram algum mal nas mãos dos homens malvados.
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Depois de uma hora e meia, o grupo chega nas proximidades do acampamento de Rudolf. A vista era repleta com árvores, torres de monitoramento e cabanas de madeira com telhados de palha.
“É alí, meninas.” Apontou o homem com o rosto. “Alí é nosso esconderijo.”
Vendo aquilo, a atiradora de elite visualizava com a luneta do fuzil Marlin.
“Tem vários homens armados naquelas torres. Vai ser difícil entrar pela porta da frente sem sair atirando.” disse Paige enquanto olhava pela luneta. A maioria deles portava AK-47 e cópias de origem chinesa, checa, árabe e vietnamita. E de fato ela estava certa com relação a parte de entrar no acampamento sem atirar a ponto de chamar a atenção dos guardas, ou indo pela entrada.
“Tem uma outra forma de entrar sem sermos notados.”
Os rostos das garotas viraram para ele ao ouvirem aquilo. “Como?” perguntou Paige, abaixando o fuzil dela.
“A vegetação e as árvores ao redor do acampamento dificultam a visão dos guardas nas torres. Podemos usar isso a nosso favor.” apontou o motoqueiro capturado.
Paige levantou o fuzil dela na direção das árvores ao redor das cabanas e das torres. Não havia muitos guardas monitorando no alto, com alguns patrulhando embaixo. E com a vegetação um pouco alta, isso poderia ser vantajoso para o grupo entrar sem problemas.
“Você tem razão. Aquelas árvores e plantas podem nos ajudar. Podemos nos esgueirar por entre elas e entrar no acampamento pra procurar o Mark e o Andrew.”
“E tirá-los de lá.” Completou Alice.
“Sim. Pra entrar é fácil. Só na hora de sair é que vamos enfrentar dificuldades.” disse Priscila com relação de como vão conseguir sair depois de resgatarem os meninos.
“Mas você tem a sua espada e esses poderes sobre-humanos podem tirar vocês dessa enrascada.” Disse o homem para a Número 2 da Organização, acreditando que ela é alguma personagem heroica de gibis.
“É, mas eu não sou uma heroína de gibis. Eu sou uma guerreira da Organização. E se eu não tomar cuidado, os meus poderes podem me transformar em algo terrível.”
“Sim. E ela fala bastante dessa consequência por usar demais os poderes dela.” Completou Paige.
“Já entendi. Então, estamos numa situação bem difícil.” Respondeu o homem com um olhar sério, balançando a cabeça para concordar com elas.
“De toda forma, nós temos que tirar os meus filhos de lá!” Disse Alice, decidida em agir.
Vendo a mãe dos garotos se levantando, Paige, Priscila e os outros concordaram em ir com ela até o acampamento por meio da vegetação. O prisioneiro delas prosseguia com o grupo, mostrando o caminho até o centro do local.
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O grupo de sobreviventes, consistindo nas mulheres e no prisioneiro, pegou o caminho pela direita. Eles prosseguiram por entre as plantas, esgueirando-se para não atrair a atenção dos guardas. As plantas e as árvores auxiliavam a cobrir o grupo, diminuindo as chances de ser avistado e abatido com armas de fogo do inimigo.
Os homens de Rudolf estacionados na torre não faziam a menor ideia de que estavam sendo invadidos pelas sobreviventes. Nem os guardas que patrulhavam notaram a presença delas.
O grupo parou momentaneamente, pensando que ouviram passos de um dos homens armados com AK surgindo para ir de encontro com os sobreviventes. Olhando ao redor delas, Paige, Priscila e os outros notaram que nenhum sinal de guarda alertado da presença deles surgiu, na qual puderam seguir adiante.
Em seguida, eles entram no pátio. Para a surpresa deles, estava vazio. Sem sinal dos homens de Rudolf e nem do próprio líder deles. Muito menos de Mark e Andrew. Havia apenas as cabanas de madeira, algumas caixas de suprimento e motocicletas. As mesmas utilizadas pelos Predadores para emboscar o grupo.
“Este lugar está vazio.” Disse Alice. “Tem certeza de que é aqui onde os meus filhos estão?”
“Tenho toda certeza.” Respondeu o motoqueiro que acompanhou o grupo. “Vai ver que eles estejam fora por alguma caçada ou tacando fogo em cabanas de madeira, como a sua.”
Paige suspirou de desconforto ao ouvir aquilo. “De toda forma, precisamos procurar pelos meninos o quanto antes. Se ficarmos por mais tempo por aqui, corremos o risco de sermos descobertos por aqueles caras armados.”
“A Paige está certa. Precisamos procurar por eles nestas cabanas antes de sermos descobertos. E eu não quero passar por mais uma temporada de trabalho forçado ou por coisa pior.” concordou Alice. Christine apoiou o comentário dela.
“De acordo. Vamos nos separar em duplas para ir mais rápido.” disse Priscila, dividindo o grupo em duplas, apesar de serem em cinco. “Paige, você e a Christine vão de um lado enquanto a Alice e eu vamos no outro.”
“Mas e eu?” chamou o motoqueiro com as mãos atadas pela braçadeira de plástico.
“Você vem com a gente.” respondeu a guerreira com a espada na mão. “E vê se você consegue ficar de bico calado para não chamar atenção.”
“Sem problemas, garota. Eu não direi um ‘piu’.”
Decididos de forma unânime, o grupo se separou para procurar Mark e Andrew nas cabanas. As mulheres sabiam que precisavam ser rápidas antes de Rudolf ou dos homens dele surgissem para apanhá-las e capturá-las para fazer o trabalho sujo dele ou serem acometidas a algo terrível.
Priscila e Alice foram de uma cabana a outra, levando o motoqueiro com elas. Olharam ao redor da sala e do quarto por algum sinal dos meninos. Infelizmente não havia nada. Em seguida, prosseguem até a próxima estrutura de madeira.
Paige e Christine também tiveram o mesmo resultado que as outras. Nenhum sinal de Mark nem de Andrew nos cômodos.
“Nenhum sinal dos meninos por aqui.” disse Paige com uma expressão de frustração. Virou-se para a enfermeira que estava do lado. “Teve sorte por aí, Christine?”
“Nada. Eles não estão aqui.”
“Imagino que as outras tiveram o mesmo resultado que a gente.”
Christine se reuniu com a colega, mantendo o fuzil de assalto na mão. “O jeito mesmo é reunirmos com as outras e procurar pelos meninos até onde pudermos.”
“Sim.” concluiu Paige.
Dito aquilo, as duas garotas saem daquele lugar para se reunirem com Alice, Priscila e o motoqueiro.
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No lado de fora, os dois grupos se reúnem de mãos vazias. Passaram-se sete minutos de busca naquelas cabanas. Apenas para terem nada.
“É inútil. Olhamos em todas as cabanas e nenhum sinal dos garotos.” disse Paige.
“Nós não podemos nos desanimar. Nós temos que procurar os meus filhos!” disse Alice ainda resoluta.
“Mas como? Se já olhamos em todas elas e até agora nada.”
“Será que vocês olharam em todas elas?” disse a voz do motoqueiro.
Priscila e as outras olharam para ele com uma expressão de surpresa. “Como assim?”
“No fundo do acampamento, tem a cabana do chefe. Ela fica escondida no meio daquelas árvores.” respondeu ele, virando o rosto dele para a esquerda.
Com aquilo dito, as mulheres olharam para o local apontado pelo olhar dele. Mal dava para ver, mas havia uma estrutura idêntica àquelas que elas vasculharam. Estava parcialmente coberta pelas folhas e pelos galhos das árvores.
“Tão vendo? É ali que aqueles pequenos estão sendo mantidos.” respondeu o homem, mantendo o olhar dele naquele lugar.
“Impressionante.” disse Priscila com o olhar sério e um pouco surpreso.
“Olha. Para um cara cruel feito ele, o seu chefe sabe muito bem esconder as coisas.” disse a garota com o fuzil Marlin.
“Ele é bom nisso. Tão bom que ele fica se gabando por ter mais miolos do que o Marlon.”
“Seja como for, precisamos correr para achar o Mark e o Andrew antes que seja tarde para nós.” disse Paige.
O grupo se dirige à cabana de Rudolf. A situação ficou mais tensa à medida que prosseguiram até aquele lugar com a intenção de resgatarem os dois meninos e saírem o quanto antes. Alice olhava fixamente para aquele lugar. Mantinha o fuzil AK nas mãos, sacudindo-o conforme corria para procurar seus filhos.
“Mark! Andrew! Estamos chegando!”
Tudo parecia calmo por um lado, embora a tendência para ficar difícil era alta. O motoqueiro corria com as mulheres na direção da cabana, mesmo que não aguentasse ficar de pé por muito tempo. Porém, algo chamou a atenção do grupo a ponto de parar. Um tiro de fuzil de precisão surgiu do alto de uma torre, atingindo o chão de terra na frente de Paige. O tiro fez com que ela e os demais pararem.
O coração delas batia rapidamente pelo surto de adrenalina em decorrência ao susto. Ver um tiro passar de raspão antes de pegar em alguém foi inesperado. E pra completar a situação, o chefe dos remanescentes dos Predadores surge com o motoqueiro moreno, os demais homens que atacaram o grupo e os outros homens armados. Os guardas que patrulhavam a entrada se reuniram para cercar os sobreviventes. Rudolf sorria ao vê-las reunidas.
“Então vocês conseguiram sobreviver aos meus homens, só para chegarem até aqui. Estou impressionado.”
Priscila, Paige, Christine e Alice mantiveram-se caladas, encarando o líder dos Predadores com um olhar sério. Contudo, a situação para elas era bem complicada com várias armas apontadas nelas.
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