The Two Survivors - Chpt 10 [Portuguese - BR]
The Two Survivors [Portuguese - BR]
Descrição:
As Duas Sobreviventes é uma série de fãs de quadrinhos e histórias, criada por Antony Bindilatti e em parceria de Priscilla2Warrior, também conhecida por Priscilla McGee. A série tem a junção diferentes histórias dos personagens das séries famosas como Claymore (marca registrada de Norihiro Yagi e Madhouse Studio) e The Walking Dead (Robert Kirkman e Telltales Games por The Walking Dead: Michonne), todos focalizando em algumas jornadas, alguma ação e alguma diversão com os personagens favoritos (e alguns menos).
O foco da história aborda duas jovens garotas: Priscila e Paige. Priscila é uma recém-formada guerreira da Organização após receber seu lugar como Número 2, e Paige é uma das sobreviventes após um apocalipse zumbi ter devastado Geórgia e transformado as vítimas em Walkers.
E quando as duas sobreviventes se encontram, uma longa e incansável viagem começa e elas terão de lutar para sobreviver.
Meu segundo canal no Youtube:
Meus outros Blogspot:
Meu Instagram:
Note: Don't you dare to download these images and re-share it without my permission. If you do, please, leave the original author name.
As sobreviventes se encontravam diante de uma situação adversa. Rudolf, o líder dos Predadores, acompanhado dos motoqueiros e dos soldados armados com diferentes armas de fogo, cercaram as garotas e o prisioneiro, esperando por um momento de deslize da parte delas para abrirem fogo.
Foi neste momento que o líder dos assaltantes pronunciou-se.
“Façamos o seguinte: Larguem as suas armas e eu as deixarei viver, sob a minha custódia.” respondeu Rudolf, balançando sua cabeça para estalar algumas bolhas de ar nos músculos do pescoço.
Com aquilo dito, elas fizeram exatamente aquilo que ele ordenou. Christine, Alice e Paige soltaram suas armas no chão. Priscila, mantendo a espada na mão, encravou a lâmina com força no chão, desprendendo-se do cabo.
“Assim é bem melhor.” disse Rudolf com um sorriso cruel. “Eu sei exatamente o porquê vocês vieram para cá.”
“Se você sabe o motivo da nossa chegada, então você sabe que nós vamos levá-los, mesmo que venha nos impedir ou não.” disse a jovem Paige.
“Solte os meus filhos, agora!” demandou Alice.
Ouvindo aquela ordem vinda da mãe dos garotos, Rudolf soltou uma leve gargalhada, apenas para debochar do grupo na situação de impotência que se encontrava.
“Senhora, eu acho que você não entendeu a presente situação de vocês.”
Alice arregalou seus olhos momentaneamente. Ouvindo aquilo não parecia ter dado um conforto.
“Como pode ver, você está sob a minha custódia. Eu é que dou as ordens por aqui. E você, assim como as suas amigas, terão que me obedecer se quiserem tanto viver e ver os seus filhos.”
Novamente, a sensação de ter um outro homem cruel para dar ordens questionáveis não caiu bem na mente da mulher adulta.
“Antes de mais nada, uma coisa que eu quero. Phillip, venha até a mim.” chamou Rudolf para o homem que estava junto do grupo. Dito aquilo, Phillip, o motoqueiro feito prisioneiro, se aproximou do encarregado. As mãos dele ainda estavam amarradas com aquela braçadeira de plástico, mas isso não impediu de ele andar.
Rudolf sorriu ao ver um dos homens de confiança dele se aproximando sem hesitar nem questionar sua ordem. Com o homem estando um pouco próximo, a felicidade do motoqueiro foi sugada de repente ao avistar o patrão retirando uma pistola do coldre e apontando o cano na direção da cabeça. Sem dizer nada, o líder dos Predadores pressionou o gatilho, abrindo um buraco na cabeça do homem, assassinando-o naquele instante.
O som de tiro assustou Christine e Alice, ainda mais vendo o homem caindo morto no chão, com os olhos arregalados de horror misturado com felicidade. Sem mais nada a fazer, Rudolf retirou sua pistola de nove milímetros do alto, guardando-a no coldre porém mantendo o olhar no corpo de Phillip.
“É isso que acontece com traidores. Colaborando com os nossos inimigos e eles tem que pagar com sangue.”
Dois guardas foram até o corpo de Phillip. Pegaram-no pelas pernas e saíram arrastando para fora do pátio. Vendo eles tomando distância, Christine imaginava que o fim dado para os corpos seriam o despejo em valas comuns ou amarrados em árvores, igual ao do Jackson.
“Que isto fique bem claro para os demais. Eu não hesitarei em abrir fogo caso um de vocês venham conspirar contra mim ou serem mantidos sob cativeiro pelo inimigo.” Disse Rudolf com um olhar sério para os homens dele.
Mudando a atenção dele para o grupo, o líder dirigiu-se a Alice. “Mas já que quer tanto ver seus filhos, vou conceber o seu desejo. E eu quero ver se eles querem tanto voltar pra casa.” ao dizer aquelas palavras, Rudolf ergueu a sobrancelha direita com um falso sorriso. Com aquilo dito, um dos guardas armados com fuzil Tipo 64 foi para buscá-los da cabana.
Alice e as outras ficaram surpresas. Ouvir do líder dos bandidos que deixaria elas verem os meninos novamente foi algo inesperado da parte dele. A mãe de Mark e Andrew teve um súbito de alegria e alívio por revê-los. Porém, Priscila sentiu que havia alguma coisa estranha pelo sinal feito com a sobrancelha do homem. Como estavam cercadas por várias armas de fogo, não podiam fazer muito para tirar suas amigas do risco iminente de serem mortas pelos homens de Rudolf.
Depois de um minuto, o homem se dirigiu com o filho mais novo até o patrão. O coração de Alice palpitou rapidamente.
“Mark? Aqui Mark!” Chamou a mulher adulta.
Ouvindo as palavras dela, o garoto levantou a cabeça para ver quem o chamou, revelando os olhos irritados com olheiras e a íris contraída. Não disse nada nem sequer emitiu algum sinal de resposta, como ficar feliz em ver a mãe dele de novo. Priscila sentiu que algo estava errado.
Rudolf virou-se para o garoto, cochichando no ouvido dele. “Lembre-se do que eu te combinei.”
Paige e Christine também sentiram que tinha alguma coisa estranha. Mantiveram os dois na visão das duas garotas, com o homem se distanciando do menino.
“Pode ir, Mark. Vá até a mamãe.” Disse o líder dos Predadores.
O garoto atendeu o pedido feito pelo homem para ir até a mãe. Quando Alice abriu os braços dela para um abraço, algo súbito ocorreu a ponto de tornar o encontro familiar um desastre trágico. Mark, sob influência das drogas, retirou do bolso uma faca. Estava afiada o bastante para atravessar a barriga da mulher e dilacerá-la ao meio.
Felizmente, Priscila reagiu no primeiro instante, colocando-se entre os dois. A guerreira segurou com força a lâmina, prendendo-a com os dedos da mão esquerda. Os olhos da mãe se arregalaram de susto. Vendo a Priscila se colocando na frente dela pra impedir o reencontro podia ter causado uma dor no coração. Os homens de Rudolf se espantaram com a incrível velocidade da guerreira da Organização.
“Cara, você viu aquilo?!” Espantou o homem moreno com a AK-47 na mão.
“Eu vi. De repente ela estava alí, mas agora não está mais.” Respondeu o outro com um fuzil Tipo 56.
Rudolf cerrou levemente seu olhar. Não esperava ver a reação tempestiva da Priscila em impedir o Mark de desferir uma facada na própria mãe.
“Priscila!” Chamou Paige.
“Priscila, mas… o que está fazendo?” perguntou Alice assustada.
A mão esquerda dela ainda estava aguardada na lâmina. Podia-se ver o sangue derramado por entre os dedos, escorrendo até o chão de terra. A ponta estava perto da barriga da garota. Por pouco não atravessou ela para ocasionar um ferimento grave.
Em seguida, a guerreira tomou a faca da mão do menino e jogou com força no chão, arrastando-se até o pé de Rudolf.
“Essa garota não é como as outras. Por algum motivo ela deve ter sobrepujado Marlon e os homens dele com os poderes dela.” pensou o líder dos Predadores, pouco surpreso em ver aquilo. “Seja como for, preciso tomar cuidado ao enfrentá-la.”
“Priscila, mas o que houve? Por que fez isso?!” Perguntou Alice assustada pela intervenção.
“Alice, alguma coisa não está certa com o Mark. Ele ia te esfaquear! Por isso eu precisei intervir.” Respondeu a guerreira, virando-se para a mãe dos meninos.
Dito aquilo, a guerreira ergueu a mão machucada. As colegas dela ficaram horrorizadas. Alice ficou em estado de choque. Em seguida, Mark se levantou para pegar a faca do chão, perto do homem que o torturou e dopou com drogas.
“Mark, por quê?! Eu sou a sua mãe. Não pode fazer uma coisa dessas! Largue essa faca agora!” ordenou ela nervosa e triste.
Não adiantou. Mark já estava de pé e com o artefato cortante em mãos. Em meio aquela conversa, o grupo escuta a risada cruel de Rudolf.
“Vocês acham que o garoto vai acatar com suas ordens?” Disse ele rindo de forma cruel.
“Seu… seu monstro!” Exclamou Alice se levantando. Os olhos dela estavam vermelhos de raiva e com lágrimas escorrendo. “O que você fez com o meu Mark?! E onde está o Andrew?!”
“‘Seu Mark’?” Rudolf disse, soltando um leve suspiro de zombaria. “Eu fui ver se ele estava querendo conversar comigo. Como ele só chorava, precisei adotar uma abordagem diferente para acalmá-lo.”
“Ao dizer ‘acalmá-lo’, você quis dizer com ‘coagi-lo’!” Respondeu Christine.
“Ele é apenas um garoto. Existem leis que prezam por crianças.” completou Paige.
“Leis?! E que diferença isso faz?!” Respondeu Rudolf com um temperamento explosivo, chutando um pedaço de madeira pra longe no processo. Isso assustou a mãe dos garotos, virando-se para baixo para não ser atingida enquanto Priscila se manteve no lugar. “Não existem mais leis, nem cidades, nem países! As cidades se foram no dia em que os zumbis se alastraram por todo o país. Dessa forma, não há mais leis! Só existe a regra do mais forte. Aqueles que sobrevivem às adversidades do mundo, são os mais fortes. Aqueles que não conseguem viver são fracos! E os mais fortes devoram os mais fracos! Essas são as regras da natureza!”
A guerreira permanece na frente da mãe dos garotos, encarando Rudolf com Mark do lado dele.
“Caso não tenha percebido, essa regra da natureza muitas vezes é falha e contraditória. Existem também seres fortes que fazem de tudo para proteger os mais fracos. Enquanto eu estiver por perto delas, nenhum mal será capaz de encostar um dedo nelas.” disse Priscila com um olhar sério.
Ouvindo a resposta da guerreira, Rudolf não demonstrou sinal de se importar com aquilo. “Você é mesmo ignorante, sabia disso?!”
Dito aquilo, as sobrancelhas da guerreira se serraram.
“Não importa quem seja. Seja uma criança, um adulto ou um idoso, todos vocês estão sob minha custódia até eu decidir o contrário!”
O olhar das garotas virou-se uma para outra com descrença. Com Alice horrorizada, Paige e Christine quase desesperançosas diante da força numerosa de homens armados, rindo por zombaria; e a Priscila com uma expressão fria diante daquilo, isto era um sinal claro que elas enfrentariam mais dias de trabalho forçado ou um fim cruel.
“O que você quer?” perguntou a espadachim, cerrando as sobrancelhas.
“Vocês fizeram parte da força laboral de Marlon ‘Samael’, o antigo líder dos Predadores da Selva. E pelo que sabemos, vocês conseguiram escapar do cativeiro dele e de Celine.”
Priscila teve as breves lembranças do tempo que passaram no acampamento daqueles seres cruéis que não se importaram com o bem-estar delas. Muito ainda quando a Paige adoeceu. Desde o dia que começaram o trabalho escravo ao momento em que Priscila violou a regra sagrada da Organização: a de não matar humanos; ao desferir um golpe de espada que decapitou Marlon e os homens dele no puro estado de frenesi.
Novamente, ela recobrou a consciência da atualidade. Encarando o homem que confrontava elas para querer saber a verdade sobre o dia em que elas foram os operários de Marlon.
“Se você ficou interrogando os meninos pra obter alguma informação a nosso respeito, porque precisa nos perguntar a mesma coisa?” perguntou Paige lá no fundo.
Rudolf colocou a mão direita dele no rosto, esfregando a testa de desaprovação. “Você sabe que uma criança costuma inventar coisas, mesmo tentando fazê-las falar a verdade. Já o garoto mais velho? Ele não se dispôs muito pra uma conversa amistosa. Por esta razão que eu faço a mesma pergunta que fiz aos dois pentelhos, para vocês. Qual de vocês foi a responsável por tacar fogo no acampamento na noite passada quando raptamos os garotos e ateado fogo na casinha de vocês?”
Ouvindo aquelas palavras de que uma delas tinha feito aquilo, incendiando o acampamento de Marlon e dos outros, Paige e as outras ficaram sérias. Nenhuma delas saiu da cabana na noite em que tudo aquilo aconteceu. E além do mais, eles não tinham ciência da presença de Tony Greenleaf, o soldado americano que estava seguindo os sobreviventes e que salvou Christine de ser estuprada pela segunda vez. Apenas Priscila tinha uma certa ideia, porém não tinha a certeza de que foi realmente ele.
“Ah, corta essa!” exclamou a jovem atiradora. Rudolf virou a atenção dele em Paige. “Você acha que nós saímos daquela cabana para incendiarmos aquele lugar?! Você tá louco!”
“Então, você está dizendo que não foram vocês. Estou correto?”
Paige balançou a cabeça dela para frente. Em resposta, Rudolf sorriu.
“Muito bem. Vamos ver se esta é a sua resposta final.” dito aquilo, o líder dos Predadores assobiou bem alto. Do mesmo lugar que saiu Mark, o irmão mais velho foi arrastado por dois homens fortes pelos braços. O rosto estava repleto de hematomas, a boca com sangue e saliva, manchando a roupa dele. Alice ficou arrasada.
“Andrew!” chamou ela, arregalando os olhos dela. As outras garotas ficaram assustadas.
“Solta o Andrew agora!” exclamou Paige.
“Ora, mas é claro que eu vou.” respondeu Rudolf, aproximando-se do garoto. No processo, retirou uma pistola tcheca CZ 75 de nove milímetros do coldre. Próximo do menino mais velho, puxou a cabeça para trás pelo cabelo, apontando o cano da arma no queixo. “Assim que ele não estiver mais respirando!”
“Não!” gritou as garotas e Alice horrorizadas. Num instante, Rudolf escutou algo que chamou a atenção dele. Era a Priscila.
“Espera! Eu digo quem foi que queimou o seu acampamento!” chamou ela. Rudolf retirou o cano do alcance da cabeça do pobre garoto. A fala dela deixou Paige surpresa.
“Priscila?”
“Muito bem.” disse o homem cruel, guardando a CZ 75 no lugar. “Nos diga quem foi e talvez eu deixe o garoto ir em paz.”
A tensão cresceu ao redor do acampamento e em todo mundo. A espadachim olhava ao redor dela, vendo os diferentes rostos dos homens armados de Rudolf. Depois, via o rosto das colegas dela. Estavam assustadas pela chamada súbita dela. Em seguida, virou-se para o homem que aguardava a resposta. Andrew continuava sendo detido pelos dois homens que o trouxeram para o pátio.
“Fui eu que queimei o seu acampamento!” respondeu Priscila decisiva.
Dito aquilo, O grupo se assustou. Rudolf sorriu.
“Como assim foi você?!” perguntou Alice confusa pela resposta súbita de Priscila.
“Priscila, que história é essa?! Você esteve com a gente a noite toda!” disse Christine confusa.
“Sim! Não tem como você ter saído da cabana e ter voltado tão rapidamente em plena escuridão!” respondeu Paige, tentando negar a falar da outra a respeito daquilo. “Isso é impossível!”
“Paige, pessoal, me escutem! Eu sei o que estou dizendo! Confie em mim!” disse a jovem guerreira para as colegas. A atiradora e as outras começaram a entender o que a Número 2 estava tentando fazer, mesmo diante da súbita resposta.
Novamente, Priscila virou-se para Rudolf. “Fui eu a responsável por atear fogo nas cabanas e ter matado Marlon e os outros Predadores.”
A resposta parecia ter saciado a curiosidade e as exigências do novo malfeitor. “É exatamente isso que eu esperava de você.”
O líder dos Predadores se aproximou da guerreira da Organização. O olhar dela permanecia sério diante da expressão amarga daquele homem.
“Você não é como as outras pessoas que eu já encontrei na minha vida. Suas vestes, sua espada e seus olhos prateados, com certeza é uma forasteira.” Disse Rudolf com uma expressão fria e amarga.
Paige olhava para aquela cena com descontentamento. Christine e Alice permaneceram quietas em seus lugares.
“Me diga uma coisa. Como foi que você conseguiu matar Marlon, o homem que tomou o meu lugar de direito como líder dos Predadores da Selva? Sozinha pelo jeito você não teria chance.”
Priscila teve a lembrança de sua frenesi ao assassinar aquele homem antes que pudesse matar Paige a sangue frio. E depois disso, veio os gritos dos guardas e motoqueiros de Marlon sendo massacrados pela espada dela.
“Eu não posso te contar isso.” respondeu Priscila com um olhar sério.
Ouvindo aquilo, os guardas de Rudolf se espantaram. Rudolf, por sua vez, não gostou da resposta.
“Não pode? Ou você não quer contar!”
“Porque se eu te contar como foi que tudo isso aconteceu, vai desejar não ter feito essa pergunta.”
“É mesmo?” Disse Rudolf com uma expressão de zombaria. Em seguida, saiu rindo, atraindo os capangas dele naquela euforia. “Ela disse que ‘eu vou desejar de não ter feito essa pergunta’.”
Aquela situação ficou desconfortável para o grupo de mulheres. Os homens riram diante daquilo. Os olhos de Alice estavam arregalados de horror, com Christine e Paige tentando criar coragem para resisti-lo. Andrew permanecia detido pelos dois guardas, assistindo aquilo impotente. Priscila permanecia quieta, encarando aquele homem com as sobrancelhas se fechando de forma séria. As mãos dela estavam fechadas, apertando com força a ponto de esmagar a ponta de seus dedos contra a palma. Novamente, Rudolf virou-se para enfrentá-la.
“Você só sabe me divertir com isso.” disse ele rindo, recompondo-se aos poucos. Em seguida, a expressão de divertido mudou-se para cruel. “Mas quero que isto fique bem claro, sua vadiazinha! Não importa o que faça, suas ameaças vazias não significam nada! Aqui, neste acampamento, vocês são fracas e insignificantes! Sou eu que dou as ordens para vocês obedecerem! Se uma de vocês não aceitar, terão o mesmo destino que o Marlon, Celine e os outros que passaram por eles. Todos vocês vão morrer!”
Aquelas palavras calaram fundo a jovem Priscila. Ela sabia que não podia deixar suas amigas à mercê do destino. Porém, sem a espada dela, não podia fazer muita coisa. Como resposta final, recorreu ao último recurso dela.
“De onde eu vim, eu tinha uma regra na qual eu não podia matar humanos. Me mantive fiel à ela o tempo todo.” dizia a jovem guerreira do posto Número 2.
Rudolf manteve o olhar dele naquela garota estranha. Não disse uma palavra a ponto de interromper o que ela estava falando.
“Contudo, depois da experiência que eu tive aqui neste mundo, eu percebi que eu estou em um mundo diferente daquele em que eu nasci. Estou em um mundo onde que humanos matam humanos por qualquer coisa. E eu não permitirei que as minhas amigas sejam mortas por essas pessoas com pensamentos doentios!”
Paige e as outras ficaram surpresas com aquela frase da guardiã. Vendo ela determinada em lutar, mesmo sem a espada, apoiaram fortemente a decisão dela. Rudolf, entretanto, só teve mais um motivo que não valia a pena ter elas como sua mão de obra.
“Você é mesmo difícil de aceitar isso, não é?! Todas vocês! Pelo jeito vocês não valem a pena!” respondeu o líder dos Predadores com uma expressão amarga. “Muito bem. Vocês fizeram sua escolha.”
Rudolf virou-se enquanto tomava distância de Priscila, indo em direção do filho mais novo de Alice. Posicionou-se ao lado de Mark, colocando seus olhos no grupo. “Mark, matem elas!”
Aquelas palavras penetraram profundamente a mente do garotinho. Com a faca na mão, Mark correu furiosamente na direção do grupo. Vendo o filho caçula naquele estado, Alice estava horrorizada.
“Mark, por favor, pare!” gritou Alice, mandando ele não fazer aquilo. Porém era inútil. Ele não obedeceu a mãe dele.
Em vez disso, ele desferiu um golpe na direção da mãe. Novamente, Priscila interveio, tirando Alice do alcance da faca. O garoto desferiu vários golpes na guerreira. Todos eles foram esquivados. Priscila manteve seu Yoki estável, sem usá-lo a ponto de maximizar a velocidade dela. Andrew, Paige, Christine e Alice assistiam a jovem Priscila se esquivando dos golpes de Mark. Por mais doloroso vendo o filho mais novo sendo influenciado por Rudolf a ponto de se tornar uma máquina de matar, a mãe dele tentava chamá-lo para fazê-lo desistir disso. Porém, não teve efeito.
Rudolf assistia aquilo permanecer em um impasse. Enquanto Mark tentava desferir uma facada em Priscila ou em Alice, todos os golpes dele eram repelidos ou esquivados. Certamente o homem que comandava os remanescentes dos Predadores não imaginava que a Priscila tinha um potencial além da capacidade dele ou dos homens dele.
“Eu já enfrentei policiais, zumbis e outras gangues. Mas, nunca em toda a minha vida enfrentaria alguém como ela.” pensou o líder dos Predadores. Desviou o olhar momentaneamente, olhando para a pistola tcheca em seu coldre. “Seja como for, preciso agir caso o Mark venha me falhar.”
Priscila permaneceu esquivando dos ataques de Mark. Quando ele tentava ir atrás da Alice ou das outras, a guerreira se colocava na frente. No último golpe, a guerreira pegou Mark pelo braço, suspendendo-o no lugar e apertando o pulso dele, fazendo-o largar a faca pela dor que sentia do aperto. Em seguida, ela o empurrou com força, fazendo Mark cair rolando no chão na direção de Andrew. O golpe assustou Alice, chamando sua colega.
“Priscila, por favor, não machuque o Mark!” pediu a mãe dos garotos.
“Não se preocupe, Alice. Eu sei que você não quer vê-lo machucado. Só fiz isso para desarmá-lo.” respondeu Priscila, mostrando a faca na mão.
Priscila jogou a faca no chão, encravando a lâmina no fundo da terra. Manteve o olhar dela no jovem Mark, vendo-o se arrastando para longe. Por um instante, ela sentiu que o Mark ficou assustado em querer enfrentá-la.
“Mark, não precisa fazer isso! Resista a esse veneno que te deram. Você é mais forte do que isso!” Disse Priscila, sendo apoiada em seguida pelas outras.
Rudolf ficou vermelho de bravo diante daquela situação ter se escalado contra ele. Vendo que o garoto não estava demonstrando progresso com o plano dele, optou por agir.
“Isto está ficando fora de controle. Eu vou assumir uma postura mais agressiva! Homens, podem abrir fogo nelas!” Gritou o líder dos remanescentes dos Predadores.
A resposta dele colocou Paige, Christine e Alice em estado de terror. Os capangas dele puxaram o coldre e os ferrolhos para armarem suas armas e apontaram nelas. Elas sabiam que não tinha escapatória. Eram muitos homens armados. Nem mesmo a Priscila, utilizando seu Yoki ao máximo, poderia repelir várias balas de direções diversas.
Ao avistar Rudolf retirando a pistola CZ 75 do coldre, a guerreira apresentou uma reação extremamente rápida após o olhar dela apanhar a mão dele retirando aquela arma do repouso e armando-a. Quando tudo desacelerou ao redor dela, Priscila estendeu a mão direita dela na direção da faca que ele deu para o Mark atacar sua mãe. Com os dedos se entrelaçando ao redor dela, puxou-a com força e em um segundo, arremessou a arma branca com força em linha reta. Priscila podia ver a faca girando violentamente na direção de Rudolf. E para o horror de todos que estavam ao redor dela e das outras, puderam ouvir os gritos de dor do homem que confrontou elas.
O horror deles veio quando a mão direita dele que portava a CZ 75 caiu no chão, separada do braço. Sangue jorrava no chão com força dos dois lugares. Rudolf caiu com a mão esquerda tentando segurar o sangramento e a hemorragia. Os olhos dele estavam arregalados pela dor.
“Minha mão! Minha… mão!” Rudolf gritava e urrava de dor incessantemente.
Os motoqueiros e os atiradores dele se espantaram. Muitos não tiveram tempo para absorver o acontecimento repentino diante daquele ato da Número 2. E como se as coisas não fossem piorar para eles, o aviso ignorado dela se transformou em um outro massacre. Priscila retirou a espada dela com uma velocidade espantosa. Em seguida, sumiu do local, pegando aqueles homens armados e as amigas dela de surpresa.
“Pra onde… pra onde ela foi?!” espantou um homem armado com uma AK-47.
Num instante, Priscila ressurgiu, e com a espada na mão, desferiu um golpe na linha das cabeças e dos corpos deles. Os outros ficaram horrorizados com aquilo. Cabeças rolaram no chão, sangue esguicha de corpos trucidados e mutilados. E ao reaparecer em outro canto, mais três e cinco soldados foram abatidos. Alice, Christine, Paige e os meninos assistiam aquele episódio macabro e sanguinolento. Os olhos da espadachim brilhavam na cor dourada, sinal que utilizava o Yoki dela para maximizar sua velocidade.
Com mais um soldado morto pela espada, Priscila tomou as armas que pertenciam às colegas dela e jogou para elas. De volta na ofensiva, Paige, Christine e Alice abriram fogo nos demais homens de Rudolf. E para não ficarem expostas, elas correram para uma das cabanas, abrigando-se por uma das janelas abertas. Com a Priscila para repelir as balas e atacar grandes formações de soldados, as garotas lutam com fogo e fúria para ajudar a guardiã delas a derrotar os Predadores da Selva.
////
Enquanto a guerreira enfrenta os soldados de Rudolf, uma figura humanoide se esgueirava na entrada do acampamento, passando pelas defesas e pelos guardas. Os que ficaram nas torres não estavam cientes do que estava acontecendo com seus companheiros ou com o líder deles. Muito ainda é que os guardas da entrada estavam sendo eliminados de forma sorrateira. Um deles teve o crânio perfurado por uma lâmina de baioneta. O outro teve as costas dilaceradas e um último teve os olhos arrancados.
Trata-se de Tony Greenleaf, a figura que atacou os guardas no chão com uma baioneta M1905. A lâmina e a mão dele estavam ensanguentadas, gotas escorriam pela superfície metálica, pingando no chão. Os olhos dele estavam fixos nos corpos. Porém, como sabia que havia guardas nas torres, virou-se para a torre da esquerda, indo em direção a escada.
Na torre, havia um soldado que olhava para o horizonte, sem se preocupar por nada. O homem moreno, portando um fuzil de precisão Dragunov, virou-se para a direita para mudar de posição. E para a surpresa desagradável, teve sua boca tampada por uma mão vermelha e a garganta dilacerada pela baioneta de Tony. Sem sinal de vida, o soldado americano deixou o corpo cair pra frente, criando uma poça de sangue nas tábuas de madeira. Os olhos do guarda estavam arregalados, emitindo uma expressão de surpresa e terror.
Tony subiu na torre com o fuzil M1 Garand nas costas e a baioneta na mão direita. No momento que entrou, teve as botas manchadas de sangue após assassinar o guarda a sangue frio. Porém, ele não se importou com aquilo. Avistando o outro guarda desavisado na outra torre, imediatamente pegou o fuzil semiautomático e abriu fogo, atingindo a cabeça dele em cheio. E como não foi avistado, aproveitou este momento para instalar uma mira telescópica no fuzil e montar uma posição de tiro para pegar alvos de oportunidade.
////
De volta no pátio, Priscila surge no meio de um grupo de soldados, desferindo um golpe circular, atingindo vários deles na cintura. A velocidade e os golpes derrubou a moral deles, com alguns com medo de enfrentá-la. Outros nem tiveram chance de abrir fogo nela, que estavam atingindo seus colegas em meio a confusão.
O motoqueiro moreno e mais um capanga de Rudolf retiraram o chefe deles da zona de perigo. Rudolf ainda tentava segurar o sangramento da mão dilacerada.
“Aquela garota. Ela… ela arrancou a minha mão fora! Ela vai pagar caro por isso!” gritava Rudolf para o servo de confiança dele.
“Senhor, aqui não é mais seguro! Temos que tirar o senhor daqui!” respondeu ele.
“O furgão! Preparem o meu… furgão para me tirar daqui!”
“Não se preocupe, senhor. Eu ficarei para ganhar tempo pro senhor.”
Rudolf apoiou a mão dele no ombro do motoqueiro. “Faça ela pagar pelo que fez! Mate ela! Mate as outras!”
Rudolf e mais dois homens armados saíram correndo para o fundo da floresta. Já o motoqueiro moreno prosseguiu com uma espingarda de cano duplo para enfrentar a guerreira da Organização.
Paige, Alice e Christine foram se revezando enquanto uma delas carregava suas armas. E quando avistaram Rudolf fugindo com dois guardas, chamaram a Priscila, mesmo no meio daquele tiroteio.
“Priscila, o Rudolf está fugindo!” apontou Christine.
Vendo aquilo, a guerreira concordou. “Eu sei, Christine! Eu vou atrás dele!” Em seguida, ela correu na direção dele.
Priscila correu para alcançar o líder dos Predadores que remanescem. Entretanto, o motoqueiro moreno surgiu com a espingarda na mão e ainda montado em seu veículo. O tiro não pegou na guerreira, pois ela tinha se desviado das balas. E ao recuperar-se do susto, Priscila se virou para aquele novo agressor.
“Deveria ter ficado parada naquele instante!” disse ele, girando a mão direita dele no acelerador da moto.
“E você deveria ter me deixado ir atrás do seu mestre!” disse a guerreira, avançando com sua espada.
Os dois correram em rota de colisão. A arma do homem abriu fogo novamente, com as esferas de metal percorrendo o ar em velocidade frenética. Porém, Priscila repeliu elas. E com um salto para frente, ela passou por cima do veículo de duas rodas, mantendo as pernas dobradas na direção do peito dele.
O golpe atingiu o homem moreno de forma certeira. Quando aterrissou seus dois pés, a guerreira desferiu um salto, direcionando a força em suas pernas para catapultá-la para trás. O impacto criou ondas de choque que atingiram a cabeça em cheio, criando uma espécie de onda de choque, quebrando os ossos e partindo parte do tronco em pedaços, jogando a cabeça para o alto. Priscila se lançou para trás, aterrissando no chão e com a espada para auxiliá-la a se recompor. O motoqueiro sem cabeça, caiu com seu veículo após atingir a outra cabana.
Os guardas e soldados que ainda restavam retornaram fogo na direção das sobreviventes. Como contavam com a vantagem numérica, Paige e as outras tentaram se manter escondidas na cabana, sem se exporem na janela para serem baleadas.
Entretanto, algo derrubou de vez a moral dos Predadores. Vários tiros de fuzil surgiram. Estes vieram da torre, mas para as sobreviventes, era desconhecido. Era o Tony, que estava ajudando elas de forma silenciosa. Paige e as outras ficaram sem saber o que estava acontecendo.
“Foi você que fez isso, Paige?” perguntou Alice.
“Claro que não, Alice.”
“Mas então?”
“Esses tiros não vieram daqui.” disse Christine.
“Seja como for, está nos ajudando a acabar com esses caras.”
Revigoradas, as garotas abriram fogo nos remanescentes dos Predadores. Como Andrew permanecia preso pelos dois guardas, Paige e Christine apontaram suas armas neles, atingindo-os para libertar o filho mais velho de Alice. A mãe dele saiu correndo para resgatá-lo.
Priscila, por sua vez, correu para quebrar as algemas dos pulsos dele.
“Valeu Priscila.” agradeceu o menino mais velho.
“Não me agradeça ainda. Vá com a sua mãe, resgate o seu irmão.”
“Mas enquanto a você?” perguntou ele, esfregando seu pulso esquerdo.
“Eu vou atrás do Rudolf. Eu farei com que ele se arrependa pelo que fez a vocês dois.”
Andrew balançou a cabeça para frente. “Tá. Tenha cuidado.”
“Pode deixar.” despediu a jovem guerreira.
Andrew viu a garota correr com a espada na mão em direção ao interior da floresta. Ao redor dele, vários capangas de Rudolf caíram no chão sem vida. Balas de várias direções procuravam seus alvos, atingindo um após o outro. E para evitar de ser atingido, Andrew correu o mais rápido que podia. Porém, algo chamou a atenção dele. Era o irmão caçula, tentando fugir daquele cenário.
////
Enquanto isso, Mark tentava correr para longe. O efeito da droga ainda percorria a corrente sanguínea e o cérebro, deixando-o agitado e confuso. Na visão dele, os homens se transformaram em monstros. O fundo ganhou forma assustadora. E quando isso começou a assolar a mente dele, Mark tentou se arrastar para trás. Para a surpresa dele, foi surpreendido pelo irmão quando este correu na direção do irmão caçula.
“Mark! Mark!” chamou o irmão mais velho.
Ouvindo o chamado de Andrew, Mark ficou assustado. Os olhos do menino se arregalaram de medo, com a imagem do irmão ficando distorcida. Mark tentou correr para se salvar, mas no processo acabou se tropeçando, caindo a ponto de machucar o joelho e o rosto. Andrew alcançou o irmão, porém, em vez de ser recebido com abraço, Mark reagiu de forma histérica, se debatendo no irmão para querer tirá-lo de cima dele.
“Mark! Mark, sou eu! Andrew!” chamava o irmão mais velho em meio aos murros e sacode.
“Me larga! Me larga!” gritava Mark ainda sob o efeito das drogas.
Vendo os dois filhos naquela cena assustadora, Alice sabia que não podia deixá-los. Por ser mãe, ela faria de tudo para protegê-los.
“Mark! Andrew!” gritou ela.
Como o perigo estava contido e os guardas de Rudolf desmoralizados, com alguns fugindo de medo e outros sendo mortos por tiros de sniper pelo atirador misterioso, Alice correu para socorrer seus filhos. Paige e Christine tentaram chamá-la que era arriscado em sair para socorrê-los, porém era inútil. Em vez disso, elas saíram para protegê-la de quem ainda tivesse força de vontade para enfrentá-las.
Vários soldados de Rudolf se encontravam mortos no chão. De fato, o cenário ao redor de Paige era uma carnificina. Pedaços de carne, membros despedaçados, dedos se retorcendo de dor enquanto tinham um pouco de vida e olhos abertos que expressavam terror. Era igual daquela vez quando ela e Priscila enfrentaram Marlon, Celine e os homens deles. O mal-cheiro de sangue podia causar um desconforto para ela.
Alice alcançou os dois, separando a briga entre eles. Mark tentou fugir, mas foi impedido pela mãe dele quando ela o segurou.
“Mark! Sou eu! A sua mãe!”
“Não! Não! Não! Não! Não! Não!” gritava o jovem garoto assustado.
“Não adianta fugir de mim! Eu estou aqui pra te ajudar!”
“Não! Não! Não! Me larga! Me larga!” gritava Mark, tentando tirar Alice de cima dele.
“Que largar você! Se pensa que vai fugir assim, está enganado!”
Mark tentava se livrar das mãos da mãe ao sacudir as pernas, os pés, os braços e o corpo. Em seguida, acabou se escapando, desferindo um soco no rosto de Alice. O golpe a deixou chocada, retornando com um tapa no rosto do filho mais novo.
“Mark, pra que fazer isso com a sua mãe?!” gritava ela nervosa e horrorizada com aquele golpe recebido. Vendo o filho tentando fazer isso de novo, Alice segurou-o com força. “Não adianta fazer isso comigo! Eu faço de tudo para proteger vocês dos perigos do mundo! E não adianta você tentar fugir de mim!”
Os olhos de Alice estavam encharcados de lágrimas. Algumas delas caíram no rosto dele. Foi neste instante que ele estava recuperando a sua consciência, com as imagens manchadas e distorcidas sendo desfeitas pela voz e pelo choro dela.
“Mãe…” chamava ele baixinho.
Alice ouviu aquela vozinha ecoando da boca de Mark. Em seguida, ouviu a mesma palavra, um pouco mais alto.
“Mãe…”
Isso foi um alívio para os ouvidos de Alice. Ela viu que o filho mais novo parou de se debater ou ficar extremamente agitado. Ela o abraçou, derramando lágrimas de alívio por reencontrar Mark.
Paige e Christine ajudaram Andrew a ficar de pé. Com os olhares fixos em Mark e Alice, as duas garotas expressaram uma certa preocupação pelo colega de viagem mais novo.
“Andrew, me diga. O quão ruim eles fizeram com o seu irmão?” perguntou a jovem atiradora.
“Muito. Pelo que eu sei, eles injetaram drogas para fazê-lo falar. Iam fazer o mesmo em mim, mas o Rudolf pensou melhor em não fazer.”
Paige virou seu olhar para frente, pensando furiosamente sobre o tratamento desumano de Rudolf com Mark e Andrew. “Aquele filho da puta! Gente que não tem coração para crianças certamente merecem morrer!”
“Eles têm algum médico ou suprimentos com eles?” perguntou Christine.
“Ele ainda está na cabana do Rudolf.” apontou Andrew para a cabana principal. Paige e Christine olharam para aquela estrutura de madeira e cobertura de palha e folhas de árvores.
“Vamos Christine. Vamos ver se ele está disposto em nos ajudar.”
A enfermeira loira balançou a cabeça para frente, concordando com a colega para irem naquela edificação. Alice permitiu que elas fossem buscar ajuda médica naquele lugar.
////
Tony manteve seu fuzil M1 na mão após disparar várias vezes para abater os agressores daquele grupo. O piso estava repleto de espoletas e clips En Bloc já usados. Todos estavam banhados de sangue devido a grande poça que se formou daquele vigia morto. E como não havia mais nada a fazer por aquelas garotas, o soldado optou por descer da torre e fugir novamente por entre a vegetação local. O trabalho dele já estava feito.
////
No meio da floresta, Priscila corria atrás de Rudolf e dos acompanhantes dele. Portava a espada dela na mão direita enquanto corria. O horizonte dela era repleto de árvores e algumas plantas altas. Parando de correr, ela olhou ao redor dela. Não havia sinais de seus adversários para serem caçados.
Entretanto, sentiu um leve cheiro estranho emanando do ar. Era um cheiro de carne envelhecida que passou vários dias em pleno céu aberto e com um pouco de sangue apodrecido. Não era um cheiro agradável, mas ela correu atrás para ver.
Procurando ver do que tratava, Priscila chegou em uma espécie de vala aberta. Havia vários corpos de pessoas mortas. Todas elas estavam despidas. Homens, mulheres, crianças, idosos. Todos eles eram pessoas capturadas por Rudolf e pelos bandidos dele, e todos tiveram um buraco de bala alojado na cabeça, independente da posição. Havia também o corpo de Phillip, do homem que estava com ela e as outras após mostrar o caminho para o acampamento do chefe dele. Também teve as vestes removidas e com o olhar de felicidade misturado com surpresa e terror após ser morto por Rudolf.
Os olhos de Priscila ficaram encharcados de tristeza e horror por ver aqueles corpos. Ainda mais por ver os indefesos terem um fim cruel nas mãos daquela pessoa infeliz.
A missão ainda não terminou para a guerreira da Organização. Priscila, escutando o som de passos ecoando por entre as árvores, voltou a atenção para correr atrás de sua presa. Com a espada na mão e os olhos de volta na coloração prateada, Priscila cortava alguns arbustos, folhas, árvores para abrir caminho ou revelar quem poderia estar escondido no meio da vegetação. Os golpes partiram os troncos no meio, fazendo-os cair em diferentes direções, derrubando o que tiver no alto das árvores atingidas rumo ao chão.
Não teve resultados esperados, porém a guerreira prosseguiu resoluta na perseguição de Rudolf e dos homens dele.
////
Os guardas corriam com o chefe deles sendo levado pelos ombros. O braço direito decepado estava coberto com uma camiseta que recebeu de um deles para estancar a hemorragia.
“Vamos chefe! Estamos quase perto!” disse um dos guardas carregando Rudolf. Tinha uma submetralhadora Skorpion pendurada pela bandoleira, passando do ombro esquerdo até a cintura direita.
Rudolf sabia que o furgão estava escondido no meio da floresta, em um campo remoto da posição que estavam. Ele escolheu aquele lugar para não chamar muita atenção dos outros membros no caso de precisar escapar e deixar a maior parcela do grupo, optando por levar apenas os membros de confiança e alguns suprimentos.
No entanto, a mencionada situação agora se encontrava após Priscila ter eliminado a contingência de homens, do acampamento ter sido devastado e Rudolf seriamente ferido, era o momento na qual precisava adotar o último recurso. E esse recurso era fugir para sobreviver.
Os três continuaram com a fuga para o furgão. Contudo, algo fez eles pararem. Os pássaros levantaram voo quando ouviram o som de uma árvore sendo cortada de uma só vez. Rudolf e os guardas viraram para ver. E o que tiveram foi uma árvore grande descendo com força na direção deles. Rudolf e o homem da esquerda escaparam daquele objeto, mas o da direita não teve a mesma sorte. Teve o corpo inteiro esmagado por aquela árvore, com a Priscila atrás do pedaço de tronco que restou, com as raízes mantendo-o fixo no chão.
“Fuja, chefe! FUJA!” gritou o homem com a AK-47 na mão, abrindo fogo na guerreira da Organização, dando a Rudolf alguma chance para fugir.
Rudolf saiu correndo, tropeçando poucas vezes devido ao terreno irregular e um pouco acidentado, mas recuperou-se com a ajuda do braço esquerdo ainda inteiro. Já o guarda que ficou, abriu fogo incontáveis vezes na Priscila, puxando um pente de munição para recarregar a arma.
Contudo, Priscila repeliu com a espada vários projéteis que foram na direção dela. Após partir o último, ela desapareceu, surgiu na frente do homem. O susto foi tanto para ele que teve o peito perfurado com aquela lâmina grossa e pesada, subindo violentamente para cima. O golpe partiu o homem no meio, restando da cintura para baixo ainda intacto. A guerreira olhava para o corpo sem demonstrar nenhum remorso pelos atos cometidos contra os bandidos, mesmo com a regra sagrada da Organização de não matar humanos. Por saber que estava em um mundo que não era mais o dela, a regra acabou perdendo valor e não havia outras guerreiras que pudessem persegui-la por esta violação. Com o vigor ainda invicto, ela retomou a caçada.
////
De volta no acampamento, Paige e Christine entram armadas na cabana principal. A jovem atiradora do fuzil Marlin desferiu um chute, abrindo a porta com força. Felizmente para elas, não havia ninguém armado para abrir fogo e levá-las a um final cruel. A única pessoa que puderam encontrar foi Stanley, o médico que estava presente com Rudolf para aplicar as drogas em Mark a fim de obter respostas sobre a destruição do acampamento de Marlon. E era justamente a pessoa que precisavam para ajudar o Mark a se recuperar dos efeitos entorpecentes.
“Não atire! Eu me entrego!” disse Stanley, estendendo as mãos para o alto em resposta aos canos das armas sendo apontados nele.
“Nós temos uma criança que precisa de atendimento médico. Você estava com o Rudolf para interrogá-lo e vocês injetaram drogas nela!” disse Paige com o fuzil Marlin nas mãos, apontando para o médico.
“Você sabe que você pode responder por isso se o apocalipse não tivesse acontecido!” completou Christine, apontando o AK-47 no médico.
“E você vai nos ajudar a tratá-la daqueles narcóticos. Do contrário, não hesitaremos em atirar em você!”
Stanley sabia do assunto que as duas garotas trouxeram durante a abordagem. Ele concordou em ajudá-las a socorrer Mark, pegando a bolsa com os medicamentos necessários para bloquear os componentes químicos circulando na corrente sanguínea e no cérebro do menino. Junto, pegou as ferramentas, como seringas, ampolas e agulhas para levar na bolsa.
Reunido os itens, Paige e Christine levaram o médico até Alice e os meninos.
////
No meio da floresta, Priscila correu em direção a uma clareira. Ela portava a espada na mão no caso de ser emboscada ou encontrar Rudolf para desferir o golpe final. Ela sentia que o líder dos Predadores estava naquele lugar, mas ao chegar, encontrou o principal meio de fuga dele: um Ford Transit modelo 2010. Tratava-se de um furgão com espaço adequado para acomodar várias pessoas e transportá-las para qualquer lugar. Teria sido esse veículo que ele usou para assaltar acampamentos e casas daqueles sobreviventes para trabalho forçado, acompanhado da escolta de motocicletas.
Porém, não tinha sinal de Rudolf. Por um instante ele poderia estar escondido no veículo. Priscila optou por verificar naquele lugar. Abrindo a porta, viu apenas os assentos dos passageiros. O espaçamento entre a cadeira e o piso era estreito demais para um homem adulto se esconder e não havia manchas de sangue nos carpetes. Nem na cabine ou debaixo do veículo.
Priscila fechou a porta do Ford Transit, se afastando do veículo sem emitir qualquer tipo de expressão de frustração ou fúria. Olhou ao redor dela, não havia nada de diferente exceto pelas árvores e da vegetação local. Em seguida, ela chamou bem alto o nome de Rudolf.
“Rudolf! Sei que você está aqui! Apareça! Aceite a sua derrota e se entregue sem resistência!” chamou a guerreira da Organização, mantendo a espada na mão.
Priscila chamou várias vezes pelo chefe dos Predadores. Sem sucesso. Andou ao redor do furgão para certificar que tinha chance de encontrá-lo. Manteve o olhar no cenário arbóreo, esperando por algum sinal de algo diferente. Em seguida, foi vasculhar pelas árvores, indo até uma delas que estava alinhada com a cabine do furgão.
Mas o que a jovem guerreira não esperava, era que Rudolf estava escondido em um arbusto. Este estava alinhado com a roda traseira do lado esquerdo do veículo. Rudolf estava de olho na Priscila, esperando ela passar perto do local para poder emboscá-la. O pulso direito parou de sangrar com aquela camiseta, mas o risco de morrer por alguma infecção ainda era alto se ele não procurar atendimento médico.
Com Priscila andando ao redor da floresta por aquelas árvores, o homem a notou passando perto da posição dele, entrando na zona desejada para emboscá-la. Com isso, Rudolf se levantou, surpreendendo Priscila pelo som de passos e folhas se mexendo.
“Agora você não vai se safar dessa, sua vadia!” gritou Rudolf, derrubando Priscila no processo.
Priscila caiu no chão, derrubando a espada pesada dela. Com o líder subindo nela, alojando as pernas dele ao redor do peito dela, colocou a mão esquerda no pescoço, apertando-o com ajuda do braço direito. A garota tentou se livrar dele, balançando as pernas e o corpo dela, porém era inútil.
“Agora que eu te peguei, vou fazer você se arrepender por ter cruzado no meu caminho e por ter arrancado a minha mão!” gritou o homem com raiva. Num instante, prendeu ela com o antebraço direito, apertando o pescoço na linha do gogó. Com a mão esquerda livre, ele formou um murro dos dedos fechados, desferindo vários socos no rosto dela.
Priscila tentou mexer a mão direita para pegar no cabo da espada e recuperá-la para desferir um golpe para matá-lo. Infelizmente para ela, estava longe para apanhá-la. E com os socos que recebia dele, mal podia enxergar o que estava acontecendo. Rudolf socava com força, fazendo cortes na bochecha e nos lábios da garota, além de hematomas ao redor do olho direito, nariz lesionado e na lateral do rosto.
“Depois que eu acabar com você, eu vou atrás das suas amigas e da mãe daqueles garotos e vou fazê-los pagar na mesma moeda!” gritava o homem ainda machucado e furioso.
Rudolf continuava enforcando e socando Priscila até não aguentar mais e morrer por asfixia. Ela tentou resistir aquela cena antes que a vista dela ficasse escura. Ao redor da mão esquerda dela, sentiu alguns galhos no chão. A maioria deles era secos e firmes. Com um entre os dedos da mão, ela apanhou um que tinha uma ponta afiada o suficiente para perfurar a pele macia da perna e foi com força para atingir a coxa direita do agressor.
Rudolf gritou de dor, sentindo o galho atravessando a calça e perfurando a coxa direita. Priscila desferiu um golpe, rasgando um pedaço da carne ao puxar o objeto perfurante para baixo. A dor era tanta que o agressor caiu no chão, soltando a jovem espadachim de ser asfixiada. Priscila tossia por recuperar o ar e fôlego. Rastejou para fora do alcance de Rudolf enquanto recobrava seus sentidos. Virando o rosto para trás, viu o homem rolando com a mão esquerda alcançando o galho na perna, e a espada do outro lado.
Sem opções, ela correu para recuperar a espada, mesmo estando com os braços e as pernas para ajudar a se projetar para frente. O olho direito estava um pouco inchado pelos socos, dificultando a visão pela metade.
Já o agressor dela, puxou o galho pra fora da perna, causando mais dor a ponto de gritar. Priscila virou-se para ver. Arregalou os olhos de surpresa. Com a força parcialmente recuperada, ela se levantou para poder correr até a arma de assinatura.
“Eu vou te MATAR!” gritou Rudolf, tentando se levantar.
Priscila reuniu um pouco de suas forças para correr. Mesmo cambaleando e perdendo equilíbrio, ela alcançou o cabo de sua espada para recuperá-la. Porém, Rudolf deu um salto na direção da guerreira, agarrando a perna esquerda dela. Priscila gritou de susto pelo aperto na perna. Em resposta, desferiu um chute no rosto dele. Rudolf cambaleou para trás. Priscila correu na direção dele quando o agressor se recuperou do golpe, estando de pé outra vez. Ela desferiu vários socos no rosto, bochechas e no estômago, fazendo-o vomitar sangue. E no último golpe, ela o chutou com força, jogando-o contra uma árvore. No ato, ele teve várias costelas quebradas após o impacto nas costas.
A guerreira da Organização suspirava de exaustão após golpear seu adversário em uma sequência de socos e chutes. Estava quase tombando para ir ao chão, com o corpo projetado para frente e as pernas quase enfraquecidas. E ao virar para tomar a espada de volta, ela se aproximou de Rudolf.
Priscila colocava a ponta da espada no chão para apoiá-la, evitando cair por exaustão. E ao se aproximar de Rudolf, avistou o homem respirando de forma cortada e enfraquecida. Estava sentado por entre as raízes da árvore e com a camiseta dele manchada de sangue. Podia ver a baba misturada com sangue escorrendo da boca. E quando ele ouviu os passos das botas metálicas se aproximando, o rosto dele levantou-se.
“Você… conseguiu me destruir e aos… Predadores.” dizia Rudolf, tentando respirar e ficar acordado.
Priscila não demonstrou nada por ele. As sobrancelhas cerraram enquanto olhava para ele. Apertou os dedos ao redor do cabo da arma dela, preparando-se para atacar.
“Mas ouça isto! Não importa o que vocês façam! Não vai ter um… lugar neste mundo… seguro para vocês viverem. Seja de humanos ou… de zumbis!”
Novamente, a guerreira permaneceu quieta.
“Agora já me tem… eu não tenho mais… nada para demonstrar… resistência! Acabe logo… com isto!”
Em resposta daquela fala, Priscila levantou sua espada, desferindo um golpe cortante do alto da orelha esquerda do homem até o ombro direito. A cabeça dele partiu ao meio, caindo no chão junto do cérebro. Sangue escorria do local, marcando o tronco da árvore e ao redor do corpo, além da lâmina de Priscila.
Com a espada na mão, ela sacudiu a espada, espirrando as gotas no corpo para limpá-la. Em seguida, guardou-a na transportadora antes de cair por exaustão. A guerreira do posto Número 2 olhava para o alto do céu, fechando os olhos gradualmente para descansar.
“Espero que Paige e as outras estejam bem.” disse a jovem garota, cansada e ferida.
////
No acampamento dos remanescentes dos Predadores, Paige e Christine chegaram com o médico de Rudolf para atender Mark. Alice e Andrew ainda mantinham o menino sob contenção para não correr o risco de fugir ou de enlouquecer e atacar seus relativos. Stanley administrou a medicação própria para bloquear os efeitos da droga administrada por ele e por Rudolf. Mark gemeu pela agulha entrando na pele, gritando de dor e balançando as pernas. Depois de alguns minutos foi-se acalmando.
Alice agradeceu pela assistência concedida pelo médico. Em resposta, o homem respondeu de bom grado. Ele virou-se para Paige e Christine, prosseguindo até a enfermeira e a atiradora.
“O garoto está estável. Ao menos o perigo já passou.” disse o médico para Paige e Christine.
“Sim. Agradecemos pela ajuda.” respondeu Paige. “Se você tiver interesse em ir com a gente, será de grande ajuda termos um médico.”
“Agora, caso queira retornar a sua vida antiga antes de fazer parte do grupo de Rudolf, nós não vamos impedi-lo ou privá-lo dessa escolha.” completou Christine.
“Bom, eu não tenho mais por aqui. Além do mais, eu fazia aquilo que ele ordenava. Desde experimentos questionáveis até tratar os homens dele.”
“Eu sei como se sente. Eu também passei por momentos difíceis quando eu trabalhava para o Marlon e Celine.” disse Christine, compartilhando do tempo que ela passou com os Predadores, antes de conhecer Paige, Priscila e a família de Alice.
“Eu sinto muito pelo que aconteceu com você.” disse Stanley para a enfermeira loira. Retomando a pergunta das duas, ele chegou a uma decisão. “Mesmo que eu tenha feito coisas erradas, eu posso deixar isso no passado e seguir adiante. Eu vou com vocês.”
Alice e os filhos, Paige e Christine aceitaram contar com a ajuda do médico que trabalhou para Rudolf. Mesmo que o Raj era insubstituível como pessoa, o grupo pode preencher o vácuo de um profissional médico capacitado.
O grupo estava parcialmente reunido, porém tinha Priscila que ainda não regressou de sua caçada. E quando estavam para procurá-la, Paige ouviu o som de alguém chamando, vindo de trás.
“Paige! Pessoal!”
Era a guardiã dela. Priscila retornou com parte do uniforme dela manchado de sangue e o rosto machucado. Paige ficou assustada.
“Priscila! Você está bem?!” perguntou a jovem atiradora, correndo até Priscila.
“Eu estou bem, Paige.”
Christine, Stanley, Alice e os meninos se reuniram com a espadachim da Organização. Os integrantes originais ficaram aliviados pelo retorno dela.
“Está feito. Os Predadores já não existem mais. Rudolf está morto.”
Paige e as outras ficaram aliviadas agora que o perigo passou com a morte do atual líder dos Predadores e do grupo de bandidos desfeito.
“Há um veículo que eu encontrei em uma clareira durante a perseguição de Rudolf.”
“Deve ser o furgão que o Rudolf usou para trazer suprimentos e os prisioneiros dele para cá.”
“Mais prisioneiros?” perguntou Christine.
“E onde eles estão?” perguntou Paige, curiosa em saber se há mais pessoas que possam ajudar o grupo.
“Há uma vala que eu encontrei no caminho repleto de corpos.” respondeu Priscila.
“Infelizmente não há mais ninguém. Dos que foram obrigados a trabalhar para ele foram todos mortos.” respondeu Stanley com um pesar.
Paige abaixou a cabeça por frustração.
“De toda forma, podemos pegar o furgão para sairmos daqui.” disse Alice. “Esperamos que esteja abastecida.”
“Sim. Podemos sair daqui e prosseguir com a nossa jornada para procurar por um abrigo.” disse Paige.
“Tem razão.” concordou Stanley. “Eu vou o que ainda sobrou dos suprimentos para pegarmos a estrada.”
Com a conversa encerrada, o grupo prossegue em direção às cabanas por munição, comida, água, combustível e outras peças essenciais para levarem no furgão. Sem mais ninguém que tenha sobrevivido dos bandidos, o grupo tinha liberdade para saírem daquela floresta e deixá-la para trás.
////
Duas horas e meia se passaram após deixarem o que restou do acampamento. Paige, Priscila e os demais estavam no lado de fora do veículo para abastecer o tanque de gasolina com um dos bidões. Estavam próximos de uma placa informando que a fronteira com o México estava há alguns quilômetros de distância. Alice estava animada em poder continuar a jornada por um abrigo no sul.
“Bom, daqui pra frente é México. Não sabemos se o apocalipse se estendeu até o sul, mas, esperamos que possamos encontrar alguém disposto a nos ajudar.” disse Paige, sem saber da extensão do apocalipse zumbi além da Geórgia.
“Pelo menos estaremos a salvo lá no México.” disse Alice, confiante em procurar por algum abrigo.
Paige sorriu. Contudo, ela sabia que aquele lugar seria a despedida. “É. Falando nisso, receio que esta seja a nossa deixa.”
Ouvindo aquilo, Alice ficou surpresa e um pouco frustrada. Mark e Andrew ficaram tristes por ouvir.
“Vocês não vem conosco?” perguntou o filho mais velho.
“Receio que não, Andrew.” respondeu Priscila.
“Existem algumas coisas que ficaram lá pra trás do tempo que eu passei internada naquele hospital.”
“Alguém que ficou para trás?” perguntou Stanley.
“Talvez seja a família de Paige que possivelmente tenha sobrevivido ao apocalipse. Seria isso mesmo, Paige?” completou Alice.
“Talvez. Ou até talvez alguém que tenha escapado do início do apocalipse. Alguém que não vejo há um bom tempo.”
“Ou até da razão pela qual eu vim.” disse Priscila.
Alice ficou sentida pela decisão das duas sobreviventes em seguirem caminhos separados. Mas respeitou a decisão delas. Mark chorou pela partida.
“Por favor, fiquem conosco. A gente se sente bem com a proteção de vocês.” chorava o menino. Paige e Priscila o abraçaram.
“Desculpa, Mark. Mas, se tudo correr bem e encontrarmos o que estamos procurando lá, talvez nós possamos nos reencontrar novamente.” disse Paige, acariciando o escalpo do caçula de Alice.
“Nós sempre lembraremos de vocês.” completou Priscila.
Em seguida, Andrew e Alice se aproximaram das duas garotas para um abraço. A despedida foi grande para o grupo.
“Obrigada Paige. Obrigada Priscila. Vocês nos ajudaram por tudo que nós passamos.” disse Alice, agradecendo as duas sobreviventes por terem acompanhado ela e os filhos durante a viagem toda.
“Não há de que, Alice. Ao menos passamos por vários perigos juntos.” respondeu a espadachim da Organização.
“Sem falar dos apertos que passamos lá atrás no acampamento de Marlon.”
“Nem me fale daquilo. Prefiro os zumbis do que aquela gentalha dos Predadores.” respondeu Alice com uma expressão nada agradável ao lembrar da bala que recebeu da Celine. Em seguida, os demais riram daquilo.
“Pois é. Quase tivemos um mal-bocado nas mãos dele.” disse Paige.
“Sim.” disse Alice. Em seguida, o olhar dela mudou-se para Christine e Stanley. “Stanley, Christine, caso vocês tenham o mesmo desejo de procurarem por algo que tenha ficado para trás, talvez seja uma boa hora de se pronunciarem. Caso não, eu ficaria feliz em contar com a ajuda de vocês.”
“Bom, não tenho mais nada que tenha sobrevivido na Geórgia. Minha família provavelmente já não existe mais, nem o Jackson. Eu vou com você, Alice.” respondeu a enfermeira loira.
“Eu vou com vocês também. Eu não me incomodo em deixar o que eu tinha lá pra trás.” respondeu Stanley.
“Muito obrigada. Ter a companhia de vocês me faz sentir segura.” disse Alice sorrindo para os dois sobreviventes com formação em medicina.
“Boa sorte, amigos. Estamos torcendo para encontrarem um abrigo e se estabelecerem com pessoas que possam confiar.” disse Priscila.
“Obrigada Priscila. Também estamos torcendo por vocês encontrarem o que estão procurando.”
“Incluindo o tão falado ‘Terminus’.” disse Mark. Em resposta, Paige e Priscila sorriam.
“Por acaso vocês não chegaram a ouvir desse lugar?” perguntou Paige para Stanley e Christine.
“Não. Nunca que tenha ouvido falar.” respondeu o médico.
“Não Paige.” respondeu Christine. “Talvez vocês tenham mais sorte em procurar por algum abrigo ou acampamento mais ao norte.”
“Bom, o jeito é procurar por lá.” respondeu a jovem atiradora.
Antes da despedida, Andrew retirou do bolso da calça dele o retrato de Denise do momento que o grupo teve com Sullivan antes de se sacrificar para explodir o restaurante de caminhoneiros. Ele entregou para as garotas.
“O retrato de Denise. Isso foi lá da vez com o Sullivan antes de morrer para os zumbis.” disse Paige.
“Sim. Talvez vocês tenham mais sorte em encontrá-la do que a gente.” respondeu o filho mais velho de Alice.
“Tem razão. Nós a entregaremos caso a gente encontre ela.” disse Priscila.
Paige e Priscila se despedem do grupo. Lágrimas escorreram dos olhos delas em meio aquele abraço aconchegante porém triste pela partida.
E com Alice no assento do motorista e os meninos, Christine e Stanley nos assentos dos passageiros, o furgão se dirige em direção ao horizonte do sol poente. O grupo acenava para as duas sobreviventes, sendo respondidos em seguida. Sem mais nada a se fazer por eles, Paige e Priscila prosseguem a pé em direção a um lugar em meio ao desconhecido. Talvez de volta à cidade onde tudo tinha começado, o encontro das duas no hospital ou de encontrarem a mãe e os dois filhos. Ou talvez uma outra pousada para caminhoneiros.
Mas isto é uma história para um outro capítulo da vida de Paige e Priscila. As duas sobreviventes em um mundo pós-apocalipse de zumbis.
-x-
Página principal onde você pode encontrar os capítulos disponíveis (Paige and Priscilla: The Two Survivors):
Capítulo anterior:
Próximo capítulo:
Em breve
Comentários
Postar um comentário