The Two Survivors - Chpt 4-3 [Portuguese - BR]

The Two Survivors [Portuguese - BR]



Descrição:

 As Duas Sobreviventes é uma série de fãs de quadrinhos e histórias, criada por Antony Bindilatti e em parceria de Priscilla2Warrior, também conhecida por Priscilla McGee. A série tem a junção diferentes histórias dos personagens das séries famosas como Claymore (marca registrada de Norihiro Yagi e Madhouse Studio) e The Walking Dead (Robert Kirkman e Telltales Games por The Walking Dead: Michonne), todos focalizando em algumas jornadas, alguma ação e alguma diversão com os personagens favoritos (e alguns menos).

 O foco da história aborda duas jovens garotas: Priscila e Paige. Priscila é uma recém-formada guerreira da Organização após receber seu lugar como Número 2, e Paige é uma das sobreviventes após um apocalipse zumbi ter devastado Geórgia e transformado as vítimas em Walkers.

 E quando as duas sobreviventes se encontram, uma longa e incansável viagem começa e elas terão de lutar para sobreviver.

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Capítulo 4 parte 3

O sol estava beirando o horizonte. Paige estava revitalizada, mesmo que tossia aos poucos. Alice terminava de arrumar as roupas de seus filhos. Daniel e Raj guardam os remédios que pegaram da cabana de Christine. Priscila observava pela janela os guardas patrulhando com suas armas nas mãos. A única esperança que o grupo tinha era o de sair do acampamento dos Predadores da Selva. Mas como Marlon contava com a vantagem numérica e tecnológica, isso colocava o grupo de sobreviventes em risco de morte certa.

Em meio aos preparativos, eles escutam algo tocando o chão. O som era de um objeto macio sendo jogado pela janela. O grupo viu que era uma sacola de pano bem cheio. Paige, Daniel e Raj pegaram-na e ao ver o conteúdo, tratava de mais cartelas de remédios. Para a surpresa delas, uma figura humana com um capuz cobrindo a cabeça surge, entrando na cabeça com mais coisas. Quando desfez do capuz, era Christine.

“Christine?” disse Priscila com um tom de surpresa.

A enfermeira pede silêncio ao erguer seu dedo indicador até aos lábios dela.

“Pessoal, escutem. O nosso tempo é curto. Eu soube que vocês estão planejando sair daqui.”

“Soube?” perguntou Alice.

“E o que você vai fazer?” perguntou Paige com receio de serem entregues aos Predadores.

“Eu trouxe um pouco de suprimentos para vocês.” respondeu Christine, tirando mais sacolas de suas costas. Em sua maioria era comida não perecível, remédios, água engarrafada, lanternas e pilhas. “Vão precisar disso para sobreviver longe daqui.”

Daniel, Raj e os filhos da Alice ficaram surpresos pelo gesto altruísta da enfermeira loira. Mas a agradeceram pelos suprimentos.

“Você sabe que, ao nos ajudar, estará colocando a sua vida em risco. Tem certeza disso, Christine?” Priscila perguntou para ela, mesmo sabendo que a jovem havia ajudado o grupo com remédios para salvar Paige.

“Eu tenho, Priscila. Eu tomei as providências necessárias para que o meu envolvimento na sua fuga não seja descoberto.”

“Por que não vem conosco?” perguntou Mark.

Christine olhou para o jovem menino. Emitiu um sorriso sereno embora seu coração se encha de medo e tristeza. “Eu gostaria de ir com vocês. Mas, se eu for, Marlon descobrirá que eu fugi com vocês e me mataria, assim como mataria vocês.”

“Marlon pode ter a autoridade neste lugar. Mas fora do acampamento dele, perderia sua força de nos obrigar a fazer o trabalho sujo dele.” respondeu Paige.

“Sim. Mesmo que ele venha nos matar, eu não deixarei que ele faça isso. Não enquanto eu tiver uma chance de impedi-lo.” respondeu Priscila decidida, cerrando seu punho direito.

Christine ficou espantada. Porém, sorriu pela espadachim corajosa. “Sabe, você é estranha. Contudo, vendo que carrega um potencial de proteger os seus amigos, você é um farol capaz de trazer luz e esperança para este mundo cruel.”

Christine se levantou. Manteve seu olhar para Priscila e os demais sobreviventes.

“Eu tenho que retornar ao meu lugar para garantir que o Marlon não suspeite de mim e de ter ajudado vocês. Eu prepararei as minhas coisas para sair daqui. Se a sorte estiver do nosso lado, talvez eu venha alcançá-los.”

Dirigindo para a janela a fim de retornar à cabana de medicamentos. Antes de sair, Paige chamou ela pela última vez. Virou seu olhar para o grupo.

“Christine. Obrigada, por tudo que fez por nós.”

A enfermeira sorriu. “Eu que devo te agradecer por conhecer vocês.” Em seguida, ela saiu pelo mesmo lugar que entrou. Correu o mais depressa que podia para retornar a estrutura de medicamentos dos Predadores.

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Com a lua no alto dos céus, o grupo se encontrava no meio da vegetação do acampamento. Observava os guardas patrulhando com suas armas carregadas. Eles seguravam as lanternas com uma mão, apontadas para frente.

“Muito bem. Faremos o seguinte. Quando os guardas passarem por aqui, vamos imobilizá-los e tomaremos suas armas.” disse Daniel bem baixo.

“Mas precisamos fazer isso bem rápido para não levantar suspeitas.” completou Paige.

Com aquilo dito, os demais concordaram.

Os dois homens armados dos Predadores andavam em ritmo devagar. Entrando na linha de visão do grupo, o guarda da esquerda foi agarrado e puxado com força pela Priscila. Ela o apanhou pela boca, evitando-o de gritar ou emitir qualquer som a ponto de pedir ajuda. O da direita foi atingido na cabeça por um pedaço de madeira, rachando-a a ponto de sangrar e deixar o homem inconsciente por um bom tempo.

Daniel agarrou o corpo do guarda, arrastando para onde o grupo estava. Já o outro atirador, Priscila segurou ele com força, privando-o de oxigênio para apagá-lo de vez. Feito isso, o guarda perdeu a consciência, fechando seus olhos em seguida. A guerreira da Organização o colocou no chão e se reúne com o grupo dela. Daniel, segurando o galho forte na mão, desferiu um golpe no outro com fúria, emitindo um som de osso sendo quebrado e deslocado do corpo. O golpe quebrou a conexão do pescoço para baixo daquele soldado dos Predadores.

“Daniel, o homem foi detido. Não precisava fazer isso.” disse Alice assustada.

“Para cada dia que perdemos fazendo o trabalho deles, deve ser descontado neles para sentir a nossa dor.” respondeu o homem com o galho banhado em sangue. Deixando aquele instrumento primitivo no chão junto do guarda abatido, ele e Paige pegaram os fuzis AK-47 deles.

Sem mais nada para responder, o grupo prossegue em direção ao pátio do acampamento. Lá, Priscila precisava recuperar a sua espada e as armas que deixaram para trás.

No pátio, os sobreviventes avistaram uma pequena força estacionada no local junto de três duplas patrulhando. No total havia onze soldados. Demais para derrubá-los com apenas ataques sorrateiros. Sem falar que havia uma torre com um holofote iluminando a área, o que tornaria mais difícil.

“Holofote. Agora as coisas vão ficar mais difíceis.” respondeu Paige.

“Precisamos desligar os geradores de eletricidade deles se queremos tirar os holofotes deles.” disse Raj.

“E como faremos?”

“Já desativei um gerador antes. Eu posso fazer isso de novo.” respondeu Priscila com um olhar sério.

“Depois daquela vez, imagino que eles colocaram mais defesas.” disse Daniel em relação daquela pequena operação em pegar os remédios da cabana de Christine.

“Eles podem ter vantagem numérica. Mas eu sou uma guerreira da Organização.”

“Claro. Uma guerreira, porém sem espada.”

“Daniel, não se deixe levar pelas aparências. Ela tem habilidades sobre humanas. Conseguiu afugentar os homens de Marlon só com o olhar.” respondeu Alice lembrando da vez que Priscila usou o seu Yoki para afastar os guardas que a arrastaram enquanto Paige sucumbia ao resfriado.

“Sim. Mas duvido que o meu Yoki venha surtir efeito neles para assustá-los. Porém, eu posso maximizar a minha velocidade e pegá-los de surpresa.”

“Qualquer tática que você tiver, precisamos que ela funcione.” respondeu Raj.

Priscila balançou sua cabeça para frente. Em seguida, utilizou uma carga de Yoki, correndo para encontrar os geradores de energia elétrica. Os demais sobreviventes ficaram de olho no pátio enquanto os guardas patrulhavam.

Priscila corria como um relâmpago percorrendo o mar aberto. Ela lembrava da localização do gerador que desabilitou uma vez os holofotes para chegar na cabana de remédios. Porém, como havia vários geradores no acampamento, precisou vasculhar o acampamento pelos outros.

Chegando no lugar de antes, a guerreira notou a segurança reforçada. Mais guardas estavam de olho no perímetro. Um deles portava uma metralhadora PK enquanto a maioria portava Uzis e Skorpions. Se fosse adotar uma tática de ataque frontal, o resultado seria inútil. Contudo, Priscila é uma guerreira da Organização. Utilizou o seu Yoki para uma investida veloz. Ela não tinha um golpe similar à Espada Relâmpago da guerreira Irene, mas sua velocidade podia se equiparar a da Teresa do Sorriso Aparente, a mais forte de todas da Organização.

Na investida, ela pegou os guardas de surpresa, derrubando-os com seus golpes e quebrando o gerador a ponto de não consegui-lo consertar e reativar os holofotes. Em seguida, foi atrás dos outros.

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O grupo esperava paciente pela Priscila. Daniel estava sentado no chão com a AK em seu colo. Ele queria sair atirando nos Predadores da Selva, porém não podia a ponto de colocar o plano de fuga em risco. Paige conversava com Alice e os filhos dela e Raj ficava de olho no pátio e depois ao redor dos guardas. As coisas pareciam estagnadas quando precisavam esperar pela Número 2. Os homens de Marlon não faziam a menor ideia que os prisioneiros escaparam e estavam no meio da vegetação, esperando para atacar.

No meio daquela calmaria, o holofote apagou do nada, deixando os guardas nervosos.

“Ah droga. O holofote desligou.” exclamou um dos guardas.

“Ué? Será que as lâmpadas não foram trocadas?”

“Não! Essas lâmpadas ainda funcionam. Só não sabemos se os geradores estão apresentando problemas.” respondeu um deles, retirando o comunicador do bolso.

“É melhor perguntarmos aos rapazes que estão guardando eles para saber se eles não estão falhando como da última vez.”

Os guardas foram informar o chefe deles e as equipes que monitoram os geradores de energia. Como os comunicadores portáteis são alimentados por pilhas mas tinham alcance limitado, ficava mais fácil de comunicarem no caso de pane ou falta de energia e luz. Contudo, eles não esperavam que a Priscila se aproximava deles, nocauteando-os de surpresa. Daniel e Raj ficaram espantados pela velocidade da guerreira, correndo de um soldado para o outro, acertando-os na cabeça, tronco, membros inferiores e pontos vitais. Nenhuma arma abriu fogo.

Quando o último guarda caiu, Priscila sentiu seu corpo ficar pesado por utilizar o seu Yoki. Paige e os demais correram para socorrê-la. Ao se aproximarem, a guerreira virou seu rosto, mostrando as veias emergindo próximas dos olhos dela, os dentes afiados e a íris na cor dourada. Ela utilizou seu Yoki a ponto de se aproximar do limite de 70%. O grupo ficou espantado por vê-la naquele estado. Paige colocou sua mão no ombro dela, acalmando-a.

“Priscila, sei que você utilizou uma boa quantidade de Yoki. Precisa descansar um pouco para se estabilizar.”

A respiração da guerreira ofegava, assim como o coração dela estava acelerado. A voz de sua amiga a acalmava, desacelerando os batimentos cardíacos enquanto ela cessava o uso de seu Yoki. Os olhos de Priscila fecharam, reabrindo em seguida, revelando a íris retornando na cor prateada.

“Obrigada, Paige. Fico feliz por ouvir a sua voz novamente.”

Paige sorria por vê-la recobrando a sua aparência física. Alice, Mark e Andrew correram para socorrê-la e ajudá-la a ficar de pé. Daniel e Raj pegaram mais cartuchos de AK para reabastecer suas armas.

“Bom Priscila, estamos impressionados que você nos abriu um caminho para a nossa liberdade.” disse Daniel guardando mais um cartucho de fuzil na sua bolsa. Raj entregou o fuzil Marlin de volta para a Paige, junto da munição e a bolsa dela. Priscila, por sua vez, pegou sua espada e a retirou do chão para inseri-la de volta na transportadora dela.

Enfim, depois de tanto tempo, já posso brandir esta espada mais uma vez para proteger aqueles que precisam de ajuda.” disse a guerreira em seus pensamentos.

Os sobreviventes tomaram as armas dos guardas nocauteados e se preparavam para deixar o acampamento de Marlon. Embora Alice detestasse a ideia de portar uma arma e ver seus filhos carregando uma, teve que relevar já que precisava lutar pela sobrevivência e protegê-los a todo custo. Apenas Priscila optou pela espada, dizendo que se sente melhor com ela do que com uma arma de fogo, além de não ter praticidade em usá-las.

Sem mais nada que tenham deixado para trás, Priscila, Paige e os demais prosseguem reunidos até a saída do acampamento dos Predadores.

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No mesmo tempo em que os sobreviventes corriam para a saída, um pequeno grupo de guardas vasculharam com as lanternas acesas para averiguar se os prisioneiros estavam dormindo ou acordados.

Ao passarem pela janela, apontaram as luzes para o chão. Para a resposta dos guardas, a cabana estava vazia. Não havia ninguém que estivesse dormindo ou acordado.

“Os prisioneiros. Eles não estão mais na cabana.”

“Avise o chefe que temos fugitivos a solta!”

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Enquanto isso, na cabana maior do acampamento dos Predadores, o chefe dos saqueadores repousava em seus aposentos, deitado em uma cama própria com colchão e lençol. Estava sem camiseta, sentindo o ar fresco percorrer seu corpo.

Além de Marlon estava Celine. Ela estava deitada do lado direito dele, deslizando sua mão no peito dele. Os dois descansavam após uma noitada, longe dos seus homens e dos relatórios que recebiam dos campos de trabalho.

E pouco antes de caírem no sono, eles escutam um bip seguido de outro. Esse som veio do rádio portátil de mão que ele e seus homens carregam para se comunicarem. Marlon não gostou de ouvir aquele som em meio a sua noite particular com Celine, entretanto, teve que pegar aquele aparelho para atender.

“O que houve?” perguntou ele pelo comunicador.

Senhor, os prisioneiros! Eles não estão mais na cabana!” informou um dos atiradores dos Predadores.

“Defina ‘não estão mais na cabana’.” pediu Marlon com um tom de voz amargo.

Passamos pela cabana deles para certificar de que estão dormindo. Quando olhamos pela janela, não havia ninguém lá dentro, acordado ou dormindo. Eles fugiram.

Celine também emitia uma expressão de amargura ao ouvir a mensagem dos guardas sobre a fuga dos sobreviventes. Marlon trouxe o comunicador para perto de sua boca, levantando seu tom de voz ao passar sua ordem.

“Informe os outros e prepare as motos! Nós vamos atrás deles e mostraremos a eles o que acontece aos fugitivos dos Predadores da Selva!”

Sim senhor.

Pressionando o botão de desligar, Marlon coloca o aparelho com força na cômoda. Celine se levanta, desgrudando-se do lado de seu encarregado.

“Mas que porra! Se aqueles desgraçados pensam que podem fugir de mim, eles estão mortos!”

Marlon se levanta da cama para apanhar suas roupas e vesti-las. Celine fez o mesmo.

“Eles não poderiam ter saído sozinhos. Alguém de dentro os ajudou com nossos recursos e armas.” disse ela enquanto vestia sua regata.

“Meus homens jamais ajudariam eles.” disse Marlon após vestir suas calças. “São fiéis demais a nossa causa.”

“Nós dois sabemos que eles não nos trairiam. Mas e quanto aqueles que não estão diretamente ligados a nós?” disse ela, vestindo suas calças e botas.

Marlon vestiu sua camisa e jaqueta. “Não há ninguém que possa operar fora de nossas operações. A não ser que…” dizia ele, até vier em mente a jovem Christine.

Terminando de se vestir, Celine olhava para seu encarregado. Ela tinha uma certa ciência de quem ele estava imaginando. Em vez de dizer quem era, ela optou pelo silêncio, ouvindo a ordem dele.

“Vá com os outros e prepare as motos. Eu cuidarei desse assunto pessoalmente.”

“Sim senhor.”

Celine deixou a sala de seu chefe a mando dele para auxiliar os homens dele para abastecer as motos e ir atrás dos fugitivos. Marlon olhava fixo para onde ela estava antes. Emitia uma expressão de puro rancor para uma única pessoa que conhecia que pudesse ter ajudado Priscila, Paige e os outros prisioneiros a escaparem.

Se ela não tiver saído daquele lugar, com certeza vai aprender a não desafiar a minha autoridade.” disse ele em seus pensamentos.

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Durante a fuga, o grupo encontra os quadriciclos estacionados próximos do depósito de armas dos Predadores.

“Quadriciclos. Os veículos que os Predadores usam para roubar qualquer cidade-fantasma e emboscar viajantes infelizes.” disse Raj vendo uma de perto.

“Podemos usá-las para escapar.” disse Andrew.

“Poderíamos, mas não temos as chaves de partida.” respondeu Paige vendo o contato da chave sem o instrumento de partida.

“Se formos atrás delas, perderíamos tempo que deveria ser usado na nossa fuga.” respondeu Raj.

“O que faremos então?” perguntou Priscila.

“Eu tenho uma ideia. Se nós não podemos usar estes veículos, então vamos destruí-los para que aqueles malditos não venham usá-los para nos caçar.” respondeu Daniel com um isqueiro na mão.

Dito aquilo, ele abriu a porta de acesso para abastecê-los com combustível, jogando um pouco de gasolina nos veículos e os incendiou-os. Feito aquilo, o grupo foi recebido com disparo de fuzis e submetralhadoras, todos vindos dos outros guardas que ainda estavam de pé. Priscila sacou sua espada e rebateu os tiros, protegendo seus colegas. O moreno, Paige e o médico abriram fogo nos Predadores, mas viram que eram muitos para derrubá-los. Como resposta, tiveram que correr o mais longe possível.

“Os prisioneiros estão fugindo! Detenham-nos!” gritou o soldado dos Predadores com uma Galil.

Um pequeno grupo de soldados corriam para deter os fugitivos. Ao se aproximarem dos quadriciclos, uma explosão surgiu dos tanques de combustível, jogando pedaços dos veículos para diversos cantos ao redor. Os homens que estavam por perto foram atingidos pela explosão. Alguns foram cobertos pelas chamas, outros tiveram estilhaços perfurando seus corpos.

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O grupo correu para o mais longe do acampamento. Priscila e Paige viraram seus olhares para aquele lugar, vendo aquela fumaça emergindo e aos poucos consumindo algumas estruturas de madeira que estavam próximas dos quadriciclos destruídos. Não havia mais nada a ser feito lá. Tudo o que restava era fugir.

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Enquanto os prisioneiros continuavam a sua fuga, Marlon dirigia-se com o seu quadriciclo à cabana de Christine. Os guardas que estavam na frente do portão o abriram, dando espaço para o chefe deles passar. 

Quando ele chegou perto da porta, Marlon pede para um homem armado com uma Skorpion deixá-lo a sós com a encarregada dos medicamentos. Ele estava com os seus óculos escuros cobrindo seus olhos repletos de raiva.

Na sala de medicamentos, Christine olhava para os frascos e cartelas de remédios em um armário de vidro com refrigerador ligado a fim de mantê-los conservados. Ela estava com uma preocupação moderada em relação a Priscila, Paige e aos outros que ajudou-os a escapar do acampamento dos Predadores da Selva.

De repente, ela escuta a porta se abrindo, virando seu olhar rapidamente para ver quem chegava. Era o Marlon. O coração dela disparou pela chegada repentina dele.

“Ahh. Chefe.” disse ela surpresa. “Não esperava que fosse vir aqui de repente.”

“Normalmente eu mando um dos meus homens para buscar alguma medicação ou algum kit de primeiros socorros caso tenham sofrido um acidente. Mas este não é o assunto que eu quero tratar aqui e agora.” respondeu Marlon com um olhar sério.

Christine imaginava que ele estivesse ciente da fuga, mas optou pela desinformação por ela estar sempre isolada dos demais e evitar de mencionar o seu envolvimento com o grupo.

“Mas então, o que seria?”

Marlon se colocou do lado da mesa dela. Emitiu um gesto para ela se aproximar. A jovem enfermeira deu um pequeno passo para frente, embora tivesse um receio sobre ele traria depois.

“Tivemos um pequeno problema com a nossa principal força de trabalho. Eles resolveram se revoltar e nos deixar na mão. Claro que eles não poderiam ter fugido por conta própria, sem ao menos terem algum tipo de ajuda.”

Christine continuou a se manter firme, mesmo que seu coração batesse acelerado. Ela vê o homem assustador retirando seus óculos, revelando a amargura dele diante daquilo, fixando-os nela em seguida.

“Você estava aqui nesta cabana quando os prisioneiros escaparam?” perguntou ele para Christine.

“Mas é claro que sim, chefe. Dificilmente eu saio a menos que um de seus homens me autorize.”

“É mesmo?” perguntou ele com um tom de questionamento. Marlon retirou uma cartela de cigarros do bolso de sua calça, pegando um para fumar no interior da cabana com remédios. Christine olhava com descontentamento pelo ato dele, mas não podia pedi-lo ou reclamá-lo a ponto de ser sobrepujada pela posição dele como chefe.

Em seguida, ele libera uma fumaça de fumo da boca dele. “E por que eu tenho recebido informação de que alguns de nossos suprimentos, armas e munição tem diminuído gradualmente?!” diante daquela fala, Marlon bate na mesa com seu punho, dando um susto em Christine.

O malfeitor dos Predadores se levanta da mesa e prossegue em direção dela. Ela tenta se recuar, mas não havia mais espaço para poder se esquivar ou escapar.

“Uma das prisioneiras que estava quase morta de repente foi se recuperando, e isso indica que alguém dentro dos Predadores estava ajudando ela. Mas nenhum dos meus homens seria capaz de fazer isso.”

“Mas senhor. Eu bem pouco saio e dificilmente eu saberia que um dos seus prisioneiros estava doente.” respondeu ela assustada.

“É mesmo?! E como foi que ela conseguiu os remédios para se tratar?!” gritou ele agressivamente, dando um tapa no rosto de Christine, fazendo ela cair no chão com força.

A jovem caiu em desgosto, segurando ao máximo a sua tristeza enquanto lágrimas escorriam de seus olhos e o lábio inferior que cortou sangrava.

“Alguém conseguiu se esgueirar e passar por aqui. De qualquer forma, você os ajudou pelas minhas costas!”

Marlon olhava com raiva para ela. A jovem enfermeira colocou sua mão na mesa, apoiando nela para se levantar. Christine passou a manga de seu jaleco no lábio dela, limpando um pouco o sangue que escorria dele.

“Eu… eu não poderia deixar de ajudar quem precisa de ajuda. Você tem me mantido aqui por muito tempo, sem ao menos ver a… luz do sol ou um rosto amigável.” dizia ela enquanto apoiava na mesa, segurando seu choro.

Marlon demonstrava nenhum sinal de compaixão ou remorso por ela depois do tapa desferido nela. Em seguida, ele ouviu a enfermeira loira falar uma última vez a ponto de reagir amarguradamente.

“Você me mantém presa aqui da mesma forma que eles. Desde o dia que você e os Predadores me encontraram vagando na floresta, só faço aquilo que você manda, privando-me de qualquer coisa e de algumas pessoas que estavam do meu lado quando eu mais precisei. Você me usou da mesma forma que a Priscila, a Paige e as outras pessoas que entraram na floresta.”

Em resposta, ele se aproximou dela e a colocou contra a parede.

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Ainda no acampamento, Celine se aproximou do local da explosão com dois guardas armados. Um dos soldados se aproximou dela para passar o relatório.

“Qual é a situação?!” exigiu ela.

“Senhora, os prisioneiros derrubaram os nossos geradores. Eliminaram alguns de nossos homens, levaram algumas armas e incendiaram os nossos quadriciclos.”

“Já percebi. Isso mostra que estamos lidando com prisioneiros bem organizados.”

“O… o que faremos agora?” perguntou o homem após passar seu relatório para Celine.

A mulher em questão retirou a sua Beretta M9 do coldre e pressionou o gatilho contra a cabeça dele. Os demais soldados sabiam o que precisavam fazer.

“Mais alguém tem uma pergunta sobre o que fazer enquanto os prisioneiros fogem de nós?!” perguntou ela em um tom agressivo. Para a resposta dela, nenhuma pergunta. “Então, atrás daqueles desgraçados!”

Mesmo com poucos quadriciclos que restaram, os Predadores pegaram alguns jipes e motocicletas e usaram para ir atrás do grupo de Priscila e Paige. Celine embarcou em um dos veículos, solicitando para ir na dianteira.

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Após ter o suficiente com a enfermeira, Marlon saiu pela porta da cabana de medicamentos. O malfeitor dirige o seu olhar para os guardas do lugar.

“Fiquem aqui até eu voltar e não deixe ela sair daqui. Podem atirar nela caso venha aprontar alguma gracinha.” ordenou o homem cruel para os dois guardas armados com submetralhadoras Tipo 64.

Eles responderam com a cabeça. Marlon prosseguiu para o quadriciclo e foi se juntar aos outros na caçada aos fugitivos.

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No meio da floresta e da vegetação, Priscila, Paige e os outros correm para longe do acampamento dos Predadores. Usavam as lanternas para iluminar o caminho e ver o que tinha de obstáculo visível para atravessar. O céu estava aos poucos mudando de cor preta para um azul-cinzento, permitindo os sobreviventes a ter uma melhora na visão.

Durante a fuga, Raj parou um pouco para recuperar o fôlego dele. Paige e Daniel pararam um pouco ao atendê-lo.

“Raj, está tudo bem?” perguntou Paige.

“Eu estou bem. Só… não estou mais acostumado a correr.” respondeu ele com as mãos nos joelhos.

“Raj, precisamos correr o mais depressa possível. Se pararmos, os Predadores vão nos alcançar.” disse Daniel, alertando que intervalos para descanso, mesmo sendo os curtos, podia ser perigoso demais.

“Eu sei, Daniel.”

Priscila se aproximou deles. Portava a espada na mão para cortar alguns galhos e raízes.

“Precisamos ir! Se ficarmos aqui, vão nos alcançar.”

A guerreira e a Paige ajudaram o médico a se levantar e continuar a fuga. Estavam a quase quatro quilômetros e meio de distância do acampamento. No ritmo atual, poderiam chegar até o portão em menos de quarenta e sete minutos.

Enquanto isso, os Predadores se aproximavam com seus veículos na direção que o grupo tomou. O som dos motores ficava perceptível nos ouvidos dos sobreviventes. Paige, Alice e os outros ficaram assustados.

“Essa não! Os Predadores da Selva.” gritou Alice.

“Eles estão se aproximando com seus veículos!” gritou Andrew.

O grupo viu as luzes aumentando à medida que eles se aproximavam.

“O que faremos, mamãe?!” perguntou Mark assustado.

“Continuem correndo! Eu vou segurá-los!” respondeu Priscila com a espada na mão.

Priscila correu em direção a uma árvore enquanto os demais correram para a saída. Utilizando uma porção de seu Yoki, a guerreira desferiu um golpe no tronco em um ângulo para que despenque em direção ao trajeto principal dos sobreviventes.

Feito isso, a árvore alta sucumbiu com o próprio peso, caindo a ponto de bloquear a rota. Em seguida, Priscila fez o mesmo com algumas outras, utilizando-as como barricadas. Na última, ela desferiu um golpe para derrubar a árvore e prossegue para a saída, reunindo-se com seus amigos.

Os Predadores e seus malfeitores chegam com seus veículos no lugar em que os seus alvos estiveram. O caminho estava repleto de troncos de árvores tombados, bloqueando a rota para atravessar.

“Droga! Eles bloquearam a rota com árvores!” gritou um dos soldados.

“Não vamos conseguir atravessar com os nossos veículos.”

“Esquece os veículos! Nós vamos atrás deles a pé!” ordenou Celine, saindo do jipe com o seu fuzil G3. Os outros soldados começaram a fazer o mesmo. A maioria deles portavam fuzis de assalto, submetralhadoras e lança-foguetes RPG-7. Apenas três deles portavam metralhadoras ligeiras, mas precisavam de mais um soldado para auxiliar no carregamento de munição.

Durante a perseguição, Marlon alcança seus homens e se reúne com Celine e as tropas deles. Fez o mesmo quando o quadriciclo dele parou perto dos outros jipes e motocicletas.

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Na cabana de medicamentos, a enfermeira loira permanecia caída no chão, recuperando-se do ato violento praticado pelo chefe dos assaltantes. A mão direita dela se agarrou na parede de madeira do edifício, segurando-a para se levantar. O rosto dela continuava machucado após o golpe que Marlon desferiu nela. A choradeira de Christine havia terminado após a partida de Marlon ao ir atrás da Priscila e do grupo, o que para ela o local voltou a ficar quieto.

Porém, o pesadelo dela voltaria com força. Ao ouvir o som emergindo da porta e ela se abrindo, Christine avista um dos guardas dele entrando. Os olhos dela se arregalaram de medo. O homem por sua vez emitiu um sorriso maléfico com alguns dentes quebrados, mirando a sua atenção para as pernas desprotegidas dela.

“Não, por favor…” disse Christine assustada.

“Ahh. Não se preocupe, neném. Garanto que depois dessa você vai ficar bem. Bem melhor.” respondeu o assaltante se aproximando dela, colocando suas mãos na calça dele.

A vil criatura humana se desfazia do cinto e do zíper para liberar o membro viril e abusá-la da mesma forma que o chefe dele. Durante a aproximação, ele liberava uma risada cruel enquanto se desfazia de sua calça.

No lado de fora da cabana, outra figura humana se aproximava do local guardado pelo outro soldado dos Predadores. Este não vestia roupas de civil como calça jeans, bermuda, camiseta de botão, regata ou qualquer tipo de calçado. O homem usava botas marrom, uma espécie de perneiras verdes para cobrir as canelas e a parte de cima dos calçados, calça verde parcialmente desbotada, jaqueta verde acompanhada de suspensórios e um cinto cheio de bolsas para munição. Para completar, ele portava um capacete de aço norte-americano modelo M1, outrora usado pelo exército durante a Segunda Guerra Mundial, e com um desenho de uma folha de carvalho na cor dourada para simbolizar a patente de major. Como conjunto de armas, ele carregava nas costas um fuzil M1 Garand, uma pistola Colt M1911A1 no coldre e uma submetralhadora M1A1 Thompson.

O homem tinha a pele branca, olhos azuis e sobrancelhas grisalhas, com algumas rusgas ao redor dos olhos, pálpebras, boca e testa, além de um pouco de barba.

O soldado americano se aproximava do guarda, chamando a atenção dele quando se dirigia para a cabana. O homem dos Predadores levantou sua submetralhadora Norinco Tipo 64.

“Ei você! Se afaste! Esta área é restrita!” ordenou o guarda para o soldado americano.

O homem do capacete não respondeu. Em vez disso, retirou a sua pistola do coldre e pressionou o gatilho várias vezes, executando o guarda a ponto do corpo acertar a parede e cair imóvel no chão.

O som dos disparos chamou a atenção do outro que estava dentro com a enfermeira. Ele estava próximo de Christine, quase subindo nela a ponto de arruina-la pela segunda vez. Virou o rosto em direção à porta ao ouvir o som de batidas nela, estragando a felicidade dele de ter a sua diversão.

“Ah, mas que porra!” resmungou ele. Levantou-se e foi em direção a única entrada que tinha na cabana, pegando a sua arma encostada na parede e vestindo a sua calça no caminho.

O assaltante feioso se aproximou daquele objeto, exigindo quem estava batendo na porta. Meio tempo, disse que não havia nada de interessante para pessoas não-autorizadas entrarem. Contudo, nenhuma resposta. Os olhos cerraram de bravo quando ouviu mais batidas.

Quem é que está aí batendo na porta sendo que eu avisei que não tem nada para pessoas não-autorizadas?

Colocou a mão esquerda na maçaneta, puxando-a para perto a fim de responder na cara. A infelicidade dele chegou na forma de uma rajada de balas da Thompson, rasgando o peito dele e atravessando até acertar a parede. Em seguida, o corpo dele caiu no chão de madeira. Christine ficou assustada ao assistir aquela cena. Os olhos do assaltante estavam arregalados de dor, medo e horror após ser atingido.

Após aquilo, ela avista uma bota surgindo da porta, pisando um pouco no sangue que esparramava do corpo abatido. Depois, o restante do soldado surge com passos calmos. Ele manteve a submetralhadora Thompson na mão, se aproximando da enfermeira caída.

“Não. Não me machuque!” disse ela assustada, levantando a mão esquerda na frente de seu rosto.

“Não se preocupe. Não vou machucá-la.” respondeu o soldado americano. Ajoelhou-se com um pedaço de esparadrapo para tratar o rosto de Christine, colocando a sua arma do lado dele.

A enfermeira recebia o tratamento médico dele. Com um pouco de água, ele foi embebedando-o para limpar os cortes feitos pelo Marlon nela. Em seguida, ele retirou mais um esparadrapo do kit de primeiros-socorros e entregou para ela se limpar. O soldado se levantou para se dirigir até a porta, virando para dar um pouco de privacidade a ela.

“Depois que terminar de limpar, pegue tudo o que puder e saia daqui. Pois este acampamento vai sumir do mapa depois que eu incendiar tudo o que tiver daqueles cretinos.”

“O que vai acontecer comigo?” perguntou Christine ao ouvir que ele colocaria fogo no acampamento dos Predadores.

“Estou te dando uma chance de fugir daqui. Garanto que você ficará bem. Já aquele grupo e aquela garota espadachim, verei o que posso fazer para ajudá-los a escapar.”

Christine viu o seu salvador se dirigindo até a porta para sair da cabana. Ele estava para colocar seu plano em prática, de incendiar o acampamento até não restar nada dos Predadores para ser utilizado. Seja edifícios, armas, veículos e suprimentos. Contudo, ela o chamou mais uma vez.

“Espera.” a voz dela o fez parar por um instante. Os olhos do soldado voltaram-se nela. “Qual é o seu nome?”

“O meu nome é Tony Greenleaf. Major Tony Greenleaf.” respondeu Tony.

“Christine.” introduziu a jovem enfermeira para o major.

“Prazer em conhecê-la, Christine.” concluiu Tony. Em seguida, ele saiu pela porta principal, deixando a enfermeira loira sozinha.

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O céu já se encontrava claro e o sol subindo no horizonte. Os sobreviventes continuaram correndo para longe de seus perseguidores. À medida que corriam para a saída, mais difícil ficava quando avistaram as armadilhas que eles mesmos haviam instalado por obrigação de Marlon e seus homens.

A primeira armadilha era a cerca de arame farpado. Como Priscila tinha uma espada afiada e capaz de cortar qualquer coisa, ela desferiu um golpe naquela parede de fios metálicos com pontas afiadas capazes de infligir dor e fazer com que pessoas desavisadas fiquem presas neles. O golpe partiu o arame como se fosse fios de nylon. Dessa forma, o grupo prossegue com a fuga. Paige, Alice, Andrew e Mark foram na frente, com Raj, Daniel e Priscila indo por último.

Tudo parecia fácil após atravessar o arame farpado, mas o próximo obstáculo são os fossos contendo estacas de madeira podre e o campo minado. Esses dois são os mais difíceis para aqueles que não possuem equipamento de detecção de metal ou para localizar os buracos sem colocar a própria perna.

Paige e os outros olhavam ao redor da floresta pelos perigos reservados pelos Predadores da Selva para qualquer aventureiro desavisado que entrar ou sair do território deles. Priscila manteve a sua espada na mão tocando o chão por buracos ou outras formas de armadilhas. Felizmente não havia nada que pudesse ser acionado para levar o grupo a um fim terrível.

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Sete minutos se passaram, Priscila, Paige e os demais chegam numa região em que a vegetação foi removida e poucas árvores podiam ser vistas com inúmeras marcas de queimado. Poucos esqueletos eram vistos amarrados por entre os galhos. Alguns tinham os ossos desaparecidos, o que dava a entender que eles foram explodidos ao atravessar as minas.

“É aqui, pessoal. O campo minado dos Predadores.” disse Daniel se aproximando de Paige e Priscila.

As duas garotas olharam para o rapaz, em seguida para a área aberta. O terreno foi bem preparado para ser superado por qualquer um sem equipamento específico.

“Eu imagino que você já esteve aqui antes.” disse Paige.

“Eu já. Uma vez quando Bernard e eu estávamos sob custódia e trabalhando para aqueles desgraçados. Isso foi bem antes de vocês chegarem.”

“Porém, não temos detectores de metal para localizar as minas.” disse Raj. Como Christine não entregou um por receio de chamar demais a atenção dos guardas, o grupo teria de atravessar do jeito mais difícil.

“Precisamos atravessar este lugar para podermos sair daqui.” respondeu Paige.

“Eu posso usar a minha espada para sentir se há alguma coisa de metal. Posso deslizar a ponta no chão. Se eu encontrar alguma que possa afundar, avisarei onde é seguro para pisar e onde não é.” respondeu Priscila.

“É arriscado.” disse o rapaz moreno.

“Não temos muitas opções.” respondeu Andrew.

“Se ficarmos discutindo, com certeza aqueles assaltantes vão nos alcançar.” completou Alice.

Daniel suspirou de desconforto. Mas aceitou a decisão dos demais.

“Tá bem. Vamos em frente.”

O grupo inicia a sua travessia no campo minado. Priscila foi na frente com a espada na mão. Os outros tiveram que ir atrás dela em fila. Como isso poderia levar um pouco mais de tempo para atravessar, era o único jeito que tinham sem correrem o risco de pisar nas armadilhas.

A primeira armadilha detectada foi um piso de madeira podre coberto por terra. Não era grande o bastante para guardar várias estacas de madeira, mas tinha tamanho suficiente para instalar uma mina Teller.

“Este canto tem uma mina. Vamos ter que pegar o outro lado.” avisou Priscila virando seu olhar para os outros.

Paige, Alice e seus filhos, Raj e Daniel acompanharam a guerreira até o outro lado. O caminho ficava tortuoso à medida que encontravam mais armadilhas no terreno.

Enquanto isso, os Predadores chegaram na barricada de arame farpado. Marlon e Celine se aproximaram do emaranhado de fios cortados. O chefe apanhou um do chão, erguendo-o com a mão crua. Cerrou as sobrancelhas enquanto que o rancor pelos sobreviventes crescia.

“Esses prisioneiros acham que podem escapar de nós. Eles vão se arrepender por fazerem uma coisa dessas!” exclamou ele, jogando com força o arame farpado no chão.

Um dos soldados se aproximou dele.

“Envie duas patrulhas na frente. Veremos se os nossos prisioneiros conseguem escapar enquanto atravessam o campo de armadilhas que eles mesmos prepararam.”

“Sim senhor.” respondeu o assaltante com a Skorpion na mão.

Um pequeno grupo consistindo em doze homens prosseguiu na frente, seguido de um outro com quinze. Todos corriam para alcançar Priscila, Paige e os demais. Celine se aproximou de seu chefe com o fuzil Gewehr 3 na mão.

“Aquela garota da espada certamente não é daqui. Carrega uma arma completamente arcaica em relação às nossas, porém tem poderes que não compreendemos. Mas afinal, como foi que ela foi parar aqui neste mundo?”

“Não importa de onde ela é ou como foi que ela veio parar neste mundo, Celine. Ela estará morta quando eu colocar as minhas mãos nela.” respondeu o chefe dela em um tom agressivo. Os olhos dele podiam estar atrás de seus óculos escuros, mas a boca e as sobrancelhas já expressavam tudo.

A capataz dos Predadores manteve a sua atenção nele, depois virou seu olhar para frente. Mesmo que tenha incontáveis perguntas sobre a Priscila, nenhuma delas teria algum valor já que ela é parte da ralé.

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De volta no campo minado, o grupo já se encontrava no meio do caminho, com algumas armadilhas para atravessar. Priscila localizou a próxima com sua espada. Desta vez este tinha uma largura e comprimento bem maior e podia acomodar um tapete de estacas afiadas, prontas para perfurar a carne de viajantes desavisados e levá-los a uma morte horrível.

“Mais uma armadilha, pessoal. Essa aqui é bem grande. Vamos ter que dar a volta.” avisou a guerreira para o grupo.

Alice e seus filhos, Paige, Raj e Daniel concordaram com ela. Contudo, como era largo, a fim de atravessar teria duas direções opostas para escolher. Ambos perigosos se forem para escolher às cegas. Se forem pegar uma direção e por mal-pressentimento perceberem que há mais armadilhas do que o outro, atrasaria na fuga. E como havia uma pessoa com algum objeto mais longo a ponto de desbravar o caminho, ficaria mais difícil se fosse separar o grupo em dois.

Mark se aproximou da guerreira. Ele a viu deslizando a ponta de sua espada pelo piso de madeira coberto de terra.

“O que houve, Priscila?”

“Nós temos duas direções para escolher. A da direita e a da esquerda. Se formos para um lado, poderemos encontrar mais armadilhas do que o outro. E consequentemente podemos perder mais tempo para voltar.” respondeu a Número 2 conturbada.

“Ambos são perigosos, Priscila. Se não tomarmos uma decisão, com certeza os Predadores nos alcançaram.” respondeu Daniel.

“Sim. Mas eu não posso falar para tomarem direções opostas a ponto de colocar as nossas vidas em risco. Vocês poderiam acionar uma armadilha dos Predadores se pegarem o outro lado.”

Enquanto o grupo discutia sobre o caminho a tomar, Paige pegou o seu fuzil Marlin para visualizar com a mira telescópica o local em que estiveram antes de atravessar o campo minado. Para a má notícia dela e do grupo, a patrulha surgia em grande número. Os olhos da atiradora se arregalaram.

“Pessoal, nós não temos muito tempo para escolher. Olhem!” chamou Paige.

Priscila e os outros ficaram espantados vendo os homens de Marlon e Celine atravessarem o campo minado com facilidade. Isso porque havia alguns soldados equipados com detectores de metal.

“São muitos deles. Não podemos vencê-los em campo aberto.” disse Raj carregando um AK-47 nas mãos.

“Eu posso segurá-los daqui com o fuzil Marlin. Mas seremos sobrepujados se ficarmos parados aqui.” respondeu Paige levantando o fuzil dela na direção dos Predadores.

“Eu vou detê-los.” respondeu Daniel.

“Sozinho?!” perguntou Alice assustada.

“É suicídio!” exclamou Priscila.

“Vocês têm uma ideia melhor? Se não tomarem uma decisão, com certeza morreremos nas mãos deles. Além disso, eu quero fazê-los pagar pelo que fizeram. Pelo Bernard e pelos outros que morreram fazendo o trabalho sujo deles.”

Priscila recusaria o plano de Daniel em se sacrificar por eles a fim de atravessar. Raj colocou a mão esquerda na ombreira direita dela, emitindo um gesto de que não daria certo se for fazê-lo desistir da ideia. Ela suspirou.

“Muito bem, Daniel. Eu deixo que você segure eles. Mas tenha cuidado. Não sabemos quantos deles são.”

“Não se preocupe comigo, Priscila. Vá. Proteja os outros.” despediu Daniel, pegando o caminho que a guerreira pavimentou por entre as minas e as estacas de madeira.

Os sobreviventes adotaram o caminho pela esquerda para atravessar o fosso largo dos Predadores. Paige acompanhava o grupo como a última integrante na fila, atirando nos soldados de Marlon à distância. E quando o grupo avançava, ela parava para acompanhá-lo.

Daniel, contudo, ao chegar até um certo alcance, começou a atirar nos Predadores à média distância. Do outro lado, os soldados dos Predadores retornavam fogo nos sobreviventes. A maioria das armas eram submetralhadoras e fuzis de assalto, onde a eficácia dos projéteis perdia em longas distâncias.

Durante a troca de tiros, Paige conseguiu incapacitar e eliminar alguns assaltantes que se aproximavam. Um dos operadores que portava um detector de metais foi atingido por uma de suas balas, caindo por cima de uma das fossas cavadas, acionando uma mina Teller. A explosão levantou pedaços de carne, terra e pedra para o alto. Daniel pressionava seu dedo no gatilho do AK-47, descarregando todo o pente de munição nos Predadores, com alguns atingindo em cheio neles. E quando ouvia um “Clack!”, ele removia o pente vazio para inserir um novo e continuar o ataque.

Os Predadores chegavam em números para suprimir o avanço dos sobreviventes, mas as baixas disparavam quando alguns guardas e soldados eram abatidos ou eram gravemente feridos. Algumas das tropas especializadas chegavam para tentar reverter a situação com armas pesadas, como metralhadoras e RPG-7. Paige viu aquelas armas enquanto acompanhava Priscila e os outros. Como aquelas armas tinham poder de fogo maior em relação aos fuzis de assalto e submetralhadoras, ela apontou o seu fuzil Marlin para o primeiro soldado com uma PK, despachando-o na cabeça.

Daniel fez o mesmo quando a tropa pesada chegava. Quando chegou um homem com uma RPG-7, ele pressionou o gatilho, ferindo-o a ponto de fazê-lo atirar com o lança-foguete nas proximidades e ser atingido no peito com a própria arma.

Ouvindo um outro “Clack!”, Daniel ejetou outro pente vazio e pegou um novo para recarregar seu AK-47. Porém, a intensidade do fogo inimigo aumentou quando Paige e os demais ficavam cada vez mais distante a ponto de dar suporte.

Quando o grupo finalmente atravessou, a jovem atiradora chamou Daniel para se reunir com eles. A resposta dele, mesmo de longe e com o som de tiro ecoando, foi para fugirem. Em seguida, o jovem rapaz foi atingido por vários projéteis de armas capturadas pelos Predadores. Paige ficou horrorizada ao vê-lo atingido e caindo no chão perante a patrulha inimiga. Priscila a chamou, puxando-a pela mão para fugir enquanto tiros passavam de raspão pelo corpo e cabeça.

“Paige, temos que ir! Não podemos fazer mais nada por ele!” chamou a guerreira, puxando sua protegida para fora da zona de tiro.

As duas garotas correram para se reunir com o restante do grupo. Os olhos da jovem garota estavam fixos no corpo de Daniel de longe. Como a Priscila falou que não havia mais nada por ele, a atenção dela mudou para frente.

Enquanto isso, um pequeno destacamento de soldados se aproximou do corpo do rapaz moreno. Podiam vê-lo respirando mesmo com vários buracos de bala no corpo por onde o sangue vazava, manchando a camiseta dele de vermelho-escuro. No meio do aglomerado de pessoas, o chefe dos bandidos se aproximou dele, fazendo alguns homens se distanciarem dele.

Os olhos de Marlon estavam fixos em Daniel. O dedo indicador da mão esquerda puxou os óculos para mostrar o rancor guardado pelo fugitivo. O rapaz em questão tossia sangue enquanto conseguia se manter acordado enquanto sua vida se desfazia aos poucos.

“Me diga para onde os seus amigos insignificantes foram, e talvez eu acabe com o seu sofrimento de uma vez!” disse o chefe dos Predadores para Daniel.

O rapaz permanecia no chão, sangrando e perto de morrer. Os dois mantiveram seus olhares por um momento, enquanto o outro permanecia de pé, sem se importar demais pela vida da sua vítima.

Como resposta, Daniel reuniu o que restou de suas forças para dizer suas últimas palavras.

“Vá se foder!”

A resposta não agradou muito Marlon. Puxou a sua pistola Walther P38 do coldre e ao apontá-la na cabeça do sobrevivente, puxou o gatilho, encerrando de vez a vida de Daniel Ramirez. A mão do rapaz tombou no chão, sem sinal de vida. Os olhos permaneceram abertos, demonstrando os horrores de sua morte.

Marlon via o corpo de Daniel imóvel enquanto suspirava e segurava sua P38 na mão de forma rígida. Celine se aproximou dele enquanto o superior dela guardava sua arma de volta no coldre.

“Eles não devem estar muito longe daqui. Se nós nos apressarmos, poderemos interceptá-los antes de alcançarem a saída.” informou Celine carregando seu fuzil G3.

“Prossiga Celine! Detenham eles. Mas deixe apenas aquelas duas. Eu quero vê-las sofrerem enquanto assistem os seus amigos morrerem.” ordenou Marlon a ela.

“Sim senhor.” concluiu a oficial fiel dos Predadores. Prosseguiu adiante acompanhada de vários assaltantes. Marlon foi atrás dos sobreviventes junto de um pequeno destacamento de guardas.

////

No meio da floresta, o grupo de sobreviventes continuava com a fuga para longe do acampamento dos Predadores. Priscila e Paige corriam o mais depressa, com Raj, Alice e os filhos dela tentando acompanhar o ritmo das duas garotas.

O grupo continuava sentido pelo sacrifício de Daniel depois dele ter ficado para segurar os Predadores. Contudo, esse ganho de tempo foi o suficiente para atravessar o campo de armadilhas montado pelos prisioneiros sob as ordens de Marlon. Agora, tudo o que resta é o portão para sair do outrora parque florestal que muitas pessoas visitavam antes do apocalipse zumbi.

Paige parou por um segundo para olhar o lugar em que esteve até o momento da separação do rapaz com o grupo. Havia apenas árvores, galhos caídos no chão, folhas e arbustos. Fora isso, podia ouvir o som de pássaros batendo suas asas e cantando uns para os outros.

Quando a guerreira notou a sua protegida parada por um momento, chamou-a.

“Paige. Está tudo bem com você?”

A atiradora virou-se para atender o chamado da Priscila.

“Eu… eu estou bem.”

“Não podemos fazer mais nada pelo Daniel. Ele ficou para segurá-los.”

“Eu sei. É só…” respondia ela até ser interrompida quando Alice e os outros se aproximaram das duas. “... eu só não consigo parar de pensar sobre uma coisa.”

Sem saber o que seria, Alice perguntou. “O que seria, Paige?”

A jovem sobrevivente olhou para trás, em seguida para o grupo.

“O que teria acontecido se nada disso tivesse acontecido?”

“Fala de termos tomado o caminho para o território dos Predadores da Selva?” perguntou Mark.

“Eu diria que é tudo isso. Dos Predadores e do apocalipse zumbi. Fico me perguntando o que seria de nós se nada disso tivesse acontecido.”

Andrew se aproximou de Paige. Colocou sua mão no ombro direito dela, confortando-a.

“Sabe, algumas coisas podem não ter sido evitadas mesmo que nós soubéssemos desse apocalipse, ou de termos sido capturados pelos Predadores.”

“Poderíamos ter tido uma vida simples e bem corriqueira, e esses caras poderiam ter tido uma vida um pouco mais decente do que ficar roubando e matando.” disse Raj.

“Mas, se nada tivesse acontecido, nós não teríamos a chance de nos conhecermos.” concluiu Alice sorrindo para Paige.

A jovem atiradora sorriu e concordou com todo mundo. De fato, o apocalipse fez companheiros incomuns com um único objetivo: sobrevivência. A primeira companhia de Paige foi a guerreira Priscila, vindo de forma desconhecida ao hospital onde a atiradora estava internada. Em seguida foi Alice e os filhos Andrew e Mark, depois foi Richard, o dono do restaurante para caminhoneiros, porém não sobreviveu por muito tempo no acampamento dos Predadores. E por fim foram Raj, Christine, Bernard e Daniel Ramirez, onde os dois últimos morreram para conseguir sua liberdade e a enfermeira ainda ficou no acampamento na espera de sair depois deles. Mesmo com um grupo pequeno, os sobreviventes têm todos os meios para enfrentar qualquer adversidade que possa ameaçar suas vidas.

O momento de paz e silêncio foi passageiro. Eles escutam o som de movimento por meio dos arbustos e da mata, além de galhos secos sendo quebrados pelas botas e sapatos. O grupo se prepara para enfrentar quem se aproxima deles. Paige, Raj, Alice e seus filhos erguem seus rifles até a linha de seus ombros, apontando as miras de ferro para frente, cobrindo a retaguarda e a dianteira.

Várias balas atravessam as folhas em direção ao grupo. A guerreira da Organização pegou sua espada da transportadora e se colocou na frente de seus amigos, defletindo os projéteis para diversas direções. Alguns passaram de raspão nos troncos das árvores, outros caíram no chão e outros foram repelidos de volta para os Predadores.

O grupo retornou atirando, derrubando alguns soldados de Marlon e Celine que vinham no meio da floresta. Porém, perceberam que contavam com a vantagem numérica. Ao repelir a última bala, Priscila deu um grito para todo mundo correr em direção a saída.

“Corram!” gritou a Número 2. Dito aquilo, os outros seguiram ela correndo até o portão, apesar da chuva de balas que passa de raspão por eles. Às vezes a Paige e o Raj viraram para atirar nos Predadores, mesmo que corriam para frente a ponto de perderem a estabilidade na pontaria.

Alice, mesmo que no começo foi contra ao uso de armas para matar e de ver Mark e Andrew portando uma, precisou abrir fogo para proteger a vida de seus filhos e de suas protetoras. Os filhos dela fizeram o mesmo. Os projéteis de suas armas atingiam diferentes alvos em meio a vegetação, como pedras, árvores, arbustos e os Predadores. Contudo, os agressores receberam poucas baixas por estarem bem misturados com o ambiente e dos sobreviventes correrem enquanto atiravam.

Priscila, Paige e os outros se aproximavam do portão para fugir. Contudo, um súbito fez com que o grupo parasse de correr em direção a saída. Celine, que estava junto dos soldados que interceptaram eles, surgiu da mata com o seu fuzil de assalto Gewehr 3 erguido até a linha do ombro dela, abrindo fogo na direção dos sobreviventes. Uma de suas balas atingiu o peito da mãe dos dois garotos, fazendo-a gritar de dor e cair no chão.

“Mãe!” gritou Mark e Andrew. Priscila, Paige e Raj viraram em resposta ao grito de Alice. Correram para socorrê-la enquanto as duas garotas partiram para o ataque.

Paige prosseguiu atirando enquanto Priscila repelia as balas, imobilizando alguns Predadores em pontos não-vitais e nas armas. Raj pediu para os filhos de Alice fazerem pressão enquanto ele retiraria a bala alojada no peito dela.

A situação virou-se contra os sobreviventes. Vários homens armados cercaram o grupo, apontando suas armas em prontidão para um movimento falso.

“Ninguém se mexe!” ordenou um dos homens armados com fuzis Tipo 56.

Paige levantou suas mãos para o alto, deixando a sua arma no chão para ser tomada. Priscila, vendo que não podia fazer mais nada como da primeira vez, se entregou aos Predadores. Dois soldados se aproximaram para colocá-la de joelhos, segurando seus braços para evitar qualquer reação. Raj, Mark e Andrew foram separados de Alice, deixando a mulher sangrando até a morte.

“Mãe!” gritou os dois garotos sendo puxados à força pelos Predadores.

“Mark! Andrew!” gritou Alice de dor e medo.

A guerreira da Organização assistia aquela cena de terror, de ver uma mãe sendo separada de seus filhos. Isso a fez lembrar de seu passado cruel em Musha, onde a sua família teve que viver sob quarentena por conta de um Yoma por entre a população e não podiam alistar os serviços de uma guerreira Claymore. E infelizmente, quando a Priscila era uma criança humana, a sua família foi vítima da criatura que se espreitava como um humano por digerir cérebro e entranhas. Seus pais e irmã foram mortos. O Yoma tinha a forma do pai dela, devorando as entranhas da irmã mais velha.

Durante o cerco, Celine e Marlon se aproximaram dos sobreviventes. O chefe dos Predadores ria malignamente enquanto olhava para a jovem guerreira.

“Enfim, nos encontramos de novo. Eu me perguntava até onde vocês chegariam com isso.” disse Marlon para Priscila.

“Deixem o Raj e a Alice em paz! Ela precisa de ajuda!” clamou a guerreira, pedindo para que ela recebesse apoio médico. Em resposta, recebeu uma coronhada no rosto, marcando o lado direito de sua bochecha. O chefe dos assaltantes riu daquela cena.

“Deixá-los em paz? Lamento, mas vocês não estão em posição para me pedir qualquer coisa. Além disso, vocês ousaram fugir de suas obrigações. Como consequência, fugitivos devem ser punidos com a morte.”

Priscila tentava se conter ao pegar a espada do chão enquanto Marlon a zombava. Ela tinha a oportunidade perfeita de dominar seus captores e usar a sua única arma para matá-lo. Porém, ao fazer isso ela iria contra a regra sagrada da Organização de não matar humanos. Como a Paige uma vez falou durante o tempo que esteve em cativeiro, ela não estava mais no seu mundo. Estava em outro mundo com regras e situações completamente diferentes. E como a Organização não operava nele, Rimuto, os demais membros fundadores, os Homens de Preto e as demais guerreiras, não saberiam que a Número 2 havia violado essa regra.

Num instante, Paige a chamava, tentando fazê-la reviver seu espírito de guerreira e protetora diante desta situação.

“Priscila, o que está esperando?! Pegue a sua espada e detenham eles!” chamou ela.

Marlon riu daquilo. Os olhos da guerreira voltaram-se para ele. Alice tentava segurar a hemorragia por conta própria, com os olhos dela encharcados de lágrimas. Raj e os outros estavam sendo mantidos sob custódia por eles.

“Isso garota! Pegue a sua espada e acabe comigo!” zombava o chefe dos Predadores. Celine estava próxima, sem se importar com a presente situação dos sobreviventes. Mantinha o seu fuzil em postura de guarda.

Paige olhava para aquilo tudo com desgosto. Tentou aspirar a jovem guerreira mais uma vez, porém não surtiu efeito. Em seguida, o malfeitor ordenou seus homens trazerem a atiradora para perto.

“Não adianta, sua infeliz. Mesmo que tente fazê-la mudar de ideia, a sua amiga não fará nada para ajudar você e aos seus amigos. No momento em que vocês entraram no meu território, ela teve a chance de nos deter quando o seu veículo foi destruído. Porém, ela não o aceitou.”

“Aquilo já foi. Priscila pode não ter acabado com vocês quando nos capturou. Mas agora, eu sei que ela pode…” dizia Paige, sendo interrompida por um soco do Marlon no rosto.

“…pode o quê?! Tentar me impedir de acabar com vocês?!” respondeu ele, desferindo mais socos e chutes nela, atingindo o rosto, o estômago e o peito dela.

Priscila e os outros assistiam aquela cena de horror. Ver a Paige sendo golpeada de forma vil e covarde começava a nutrir na guerreira uma espécie de rancor por aqueles que abusam do poder para fazer qualquer tipo de maldade, especialmente quem pratica qualquer ato cruel e desumano nos indefesos e aos injustiçados. As sobrancelhas da guerreira cerraram, seu coração começou a disparar de forma rápida e o sangue fervia de raiva.

Após o último o soco de Marlon, o rosto de Paige estava tombado para o chão e marcado com cortes e hematomas. A boca dela escorria sangue. Quando ele a agarrou pelo cabelo, Marlon a puxou para cima.

“Não importa o que você faça ou o que você diz. Eu DETENHO o poder aqui! E com ele, eu posso acabar com vocês conforme o que eu achar melhor!” disse o chefe dos Predadores uma última vez.

Ao levantar o seu punho fechado para desferi-lo nela mais uma vez, Marlon não percebeu a resposta súbita de Priscila. Os olhos dela mudaram de cor, do prata para o dourado e a pupila assumiu o formato de felino. A guerreira utilizou o seu Yoki, maximizando a sua força e velocidade. Os guardas que a detiveram foram jogados com força para uma árvore e ao chão, tendo seus ossos quebrados pelo impacto.

Com o redor dela se desacelerando ao usar seu Yoki para correr em uma velocidade assustadora, Priscila pegou a sua espada e avançou em Marlon, desferindo um golpe cortante nele e nos guardas. Em seguida, parou cerca de quatro metros de distância, levantando a poeira com aquela carga.

Os olhos dele estavam arregalados de susto. A jovem Paige, que estava sendo segurada pelo cabelo, caiu no chão. O ato e as habilidades da guerreira o deixaram assustado. Porém, o que o deixou mais assustado foi ao olhar para o braço esquerdo dele, o qual usou para pegar a Paige, a mão havia sumido. Junto, a mão direita para socá-la também sumiu. Marlon olhou para os guardas que estavam do lado da sobrevivente. Os dois estavam olhando fixamente, com as pálpebras recolhidas até o máximo. E ao olhar para a guerreira, a espada estava banhada em sangue, com uma gota vermelha escarlate caindo, partindo-se no contato com a terra.

“Como… como você…” dizia ele espantado. Num instante, a cabeça dele se partiu em dois na horizontal. Um que pegou na linha do osso do nariz e um que pelo pescoço. Em seguida, o corpo dele tombou como um boneco de trapos, com os pedaços da cabeça caindo em cantos opostos. Os guardas que foram pegos pelo golpe caíram mortos no chão. O da direita foi esquartejado no meio e o da esquerda foi cortado do ombro direito até a cintura pela esquerda.

Aquela cena acabou com a moral dos demais assaltantes. Com o chefe deles morto pela Priscila, não tinham mais forças para lutar. O medo tomou conta deles, fazendo-os desistir a ponto de fugir por suas vidas.

“Chefe!” gritou um dos Predadores da Selva, armado com uma submetralhadora Uzi.

“O chefe está morto! O chefe está morto!” gritou um dos Predadores da Selva, armado com uma Skorpion.

Os olhos de Priscila continuavam a emanar Yoki. Com um único movimento, foi eliminando os homens que mantiveram os prisioneiros sob custódia, libertando Andrew, Mark, Raj, Alice e Paige.

“Aquela garota não é humana! Ela… ela é um demônio!”

“Fujam!”

“Não podemos enfrentar aquela bruxa desse jeito! Vamos embora daqui!”

Celine também estava horrorizada com aquilo. Porém, ela ainda tinha força para enfrentar os sobreviventes. Vendo os seus comandados fugirem, chamou-os para a retaliação.

“Não! Ignorem essa ordem! Fiquem e lutem se não quiserem que eu os mate por deserção!” gritou ela furiosa, tentando levantar sua arma para atirar nos sobreviventes e nos seus próprios homens.

Eram muitos para tentar encorajá-los novamente, seja pela força ou liderança autoritária. Não surtiu efeito. Priscila desferiu vários golpes de espada nos soldados que tentaram abatê-la. Um deles abriu fogo, mas não conseguiu acertá-la. Em vez disso, ela o cortou ao meio na linha vertical. O dedo pressionava o gatilho, mesmo que um pedaço do corpo caía no chão, atingindo uma árvore e pedras.

Celine viu seus homens correndo com medo da guerreira. Como estava sozinha, soltou um rugido de brava e apontou a sua arma nos sobreviventes. Ela sabia que, se for tentar derrubar a guerreira no estado atual seria desperdício de balas. No lugar, optou por abater Raj, Alice e os filhos dela.

A tenente dos Predadores apontou a sua arma neles, colocando o seu dedo no gatilho para atirar. Com um olho fechado e o outro aberto, ela cerrava os dentes com Raj e os meninos travados na mira de ferro.

“Agora eu tenho vocês!”

Com o dedo puxando o gatilho para perto dela, a mulher de cabelos preto desferiu um golpe cruel a ponto de ceifar as vidas dos sobreviventes enquanto socorriam uma pessoa em perigo. Porém, Celine não se deu conta que Paige a viu se preparar para matá-los e se jogou para impedi-la. A mulher de confiança de Marlon sentiu seu corpo sendo jogado com força, perdendo a sua precisão e o grupo de seu alcance, errando os disparos. Os meninos e o médico ouviram os sons de disparo, pensando que eles os pegaram de jeito. Porém viram que a jovem sobrevivente impediu Celine de fazer isso, permitindo a continuação do salvamento da Alice.

Paige e Celine rolavam e brigavam no chão para tomar a arma de uma. As duas desferiram socos e chutes uma na outra e às vezes trocavam de lugar, com uma estando em cima para dominar a adversária. Celine segurava a arma com força, porém Paige a chacoalhava e a sacudia a ponto de fazê-la soltar. Em meio a briga, elas jogam o fuzil Gewehr 3 para longe delas, partindo para os socos no rosto. Paige desfere vários golpes no rosto da tenente dos Predadores, cortando os lábios e fazendo o nariz dela sangrar. No último soco, Celine revidou ao segurá-lo e atingir o estômago de Paige com um chute. A jovem sobrevivente saiu de cima da agressora, tentando se recuperar do contra ataque.

Quando as duas se levantaram, foram mais golpes com a finalidade de uma derrubar a outra. Celine obteve a vantagem e se preparou para finalizar Paige com a pistola Beretta M9. Porém a garota derrubou a arma da mão e a fez largar no chão, chutando-a em meio a briga quando ela tentaria tomá-la para atirar na Celine. As duas lutadoras colocaram suas mãos em seus ombros, assumindo uma postura similar a de luta greco-romana ou sumo. A luta permanecia em um impasse. Os olhos delas permaneciam fixos, a respiração podia ser notada junto da exaustão. E no momento em que a mão direita de Marlon retaliaria, Paige a acertou com a cabeça, fazendo a Celine perder a concentração com o nariz quebrado e sangrando.

Em seguida, foi a vez dela receber os golpes da sobrevivente. Paige desferiu vários socos em Celine, atingindo-a no rosto, abdômen e peito. Ao receber o último, Paige conseguiu derrubá-la e correr para pegar a Beretta M9, porém foi derrubada no processo. As mãos da adversária a seguraram pela perna. Na disputa, Paige desferiu um chute, livrando-se dela a fim de pegar a arma.

Com a agressora caída, a garota rastejou o mais depressa para alcançar a M9 no chão, reunindo o restante de suas energias para acabar com a luta de uma vez. Celine, recuperando a sua consciência e visão, se levantou e avistou a sobrevivente próxima de sua arma. Tentou correr para detê-la, porém a jovem de cabelos castanhos-claro a apanhou antes, apontando o cano na direção do peito dela. Após isso, ouviu o som de disparo, sentindo algo atravessando seu peito. Em seguida, mais um disparo. E mais um. E mais um outro. Celine deu um leve passo para frente, olhando em seu peito manchado de sangue enquanto colocava suas mãos nele. E ao tentar dar mais um passo, Paige puxou o gatilho pela última vez. Desta vez a bala atravessou a cabeça dela. A tenente dos Predadores suspirou pela última vez. Os olhos dela rolaram para o alto e o corpo caiu para trás no chão. Paige segurava a M9 enquanto seus braços balançavam, soltando-a enquanto caiu no chão exausta, porém ainda estava viva.

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Fora do alcance dos sobreviventes, o restante dos Predadores correram em diferentes direções a fim de se salvarem. Ao chegarem no campo das armadilhas, foram recebidos com tiros de fuzil, atingindo-os na cabeça e no corpo. A emboscada foi feita por Tony Greenleaf, portando seu M1 Garand em meio aos arbustos. Ele apontava por meio da mira de ferro, derrubando seus alvos em um ritmo extraordinário. Quando a última bala saiu do cano, o clip En Bloc era ejetado junto do cartucho gasto, emitindo um “Ping” alto, porém pouco perceptível na distância em que Tony estava aos Predadores. Com um novo clip cheio, ele o insere no carregador interno da arma, dando um leve empurrão em seguida na haste de operação do ferrolho.

Novos disparos colocaram os Predadores em pânico extremo, com alguns caindo nas armadilhas criadas pelos próprios prisioneiros. Os que conseguiram escapar, foram parar no meio da floresta, onde nunca mais foram vistos. E este foi o fim de uma facção de assaltantes que reinou com punho de aço e fúria sobre sobreviventes desavisados que entraram em um parque florestal abandonado.

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De volta à estrada onde o grupo estava, Mark e Andrew estavam próximos de Paige. Eles e Raj terminaram de extrair a bala no peito de Alice. Agora a mãe dos garotos estava a salvo, porém precisava se recuperar da cirurgia e da perda de sangue.

Quando a jovem garota acordou, teve os dois garotos à sua vista.

“Paige.” chamou Mark.

“Você está bem?” perguntou Andrew. Ele e seu irmão a ajudaram a se levantar.

“Sim. Eu estou bem.” respondeu Paige. “Cadê a mãe de vocês?”

“Ela está bem. Nós ajudamos o Raj a salvá-la.” respondeu o irmão mais novo.

“Foi por pouco. Raj disse que ela perdeu bastante sangue. Se a Priscila não tivesse reagido, com certeza ela teria morrido.”

“Sim.” concordou a jovem garota aos dois meninos.

Os três foram até Raj e Alice. Eles avistam a mãe dos garotos respirando lentamente enquanto descansava. Como não há um lugar adequado para o descarte da bala e dos materiais cirúrgicos já usados, o médico precisou colocá-los em uma bolsa de plástico e cavar um buraco no chão para enterrá-los.

“Clinicamente ela está bem. Por pouco nós a teríamos perdido se a Priscila não tivesse intervindo. Mas, conseguimos.”

“Tivemos sorte de termos conhecido você.” disse Mark.

“E também a enfermeira Christine.” completou Andrew.

“Sim. Você e ela conseguiram nos ajudar, especialmente por você ser um médico e ela ter providenciado material cirúrgico e medicamentos quando nós duas estávamos perto da morte.” completou Paige.

“Verdade Paige. Também devo agradecê-la pela ajuda.” respondeu Raj, sorrindo para os três.

Os quatro sobreviventes reunidos recuperaram seus itens e armas, além de pegar mais munição dos corpos dos Predadores a fim de continuarem a fuga. Contudo, Paige notou que a Priscila estava desaparecida, enquanto que o chão à frente estava repleto de corpos dilacerados pela espada dela. Imaginando que o rastro levaria até a sua protetora, ela prosseguiu com o fuzil Marlin na mão.

Paige andava calmamente por entre os corpos e os galhos. Os olhos dela estavam fixos para frente e às laterais por algum elemento-surpresa. Manteve o fuzil na mão e destravado.

Priscila, cadê você?” pensou a garota enquanto procurava pela outra.

Chegando em uma clareira, ela avista uma figura de cabelo dourado com peças de armadura bem simples, junto uma espada banhada em sangue e vários corpos dilacerados. Paige sabia que a figura era a Priscila.

A guerreira estava imóvel, sem se mexer ou virar para ver quem se aproximava dela. Mas sentiu a presença de Paige à medida que se dirigia até ela. Estando um pouco próximo da guerreira, ouviu um choro de uma garota humana. Paige se espantou ao ouvi-lo. O choro vinha da guerreira da Organização.

“Priscila?” chamou Paige.

A guerreira em questão não respondeu. Em vez disso ela chorava.

“Priscila. Está tudo bem com você?”

“Eu matei. Eu matei. Eu matei.” dizia ela várias vezes. “Eu matei. Eu matei humanos.”

“Ei. Tá tudo bem.” disse Paige, confortando a guerreira. Ao ficar do lado dela, os braços de Paige deslizaram-se no peito da Número 2, abraçando-a em seguida. “Shhh. Tá tudo bem, Priscila.”

“Eu… eu matei humanos, Paige. Eu… eu violei a regra mais sagrada da Organização. Eu… eu sou uma desgraça para todas elas. Agora, serei vista como uma desertora por matar humanos, mesmo que sejam assassinos.”

“Não. Você não é uma desertora. Você fez uma coisa onde poucos fariam no seu mundo, que é arriscar a sua vida e alguns dos seus costumes para proteger aqueles que confiam em você.”

“Mas… e se a Organização descobrir que eu fiz isso, minhas companheiras virão atrás de mim e me executarão.”

Paige manteve a sua amiga em seu abraço confortante. “Não se preocupe Priscila. Você está no meu mundo. Acredito que não haja outras pessoas ou agentes dessa Organização que tanto você fala neste mundo a ponto de te denunciarem no seu mundo quando tudo isso acabar. E além disso, nós poderíamos viver juntas aqui, mesmo que boa parte tenha se perdido em meio ao apocalipse.”

Ouvindo aquilo, Priscila levantou seu rosto para olhar nos olhos de Paige. “Você tem certeza disso?”

“Eu tenho. Você, eu, quem sabe também a Alice, os meninos dela, Raj e a Christine. Podemos viver felizes juntos, como uma família. E quem nós possamos ir explorando novos lugares e talvez até o Terminus.”

Priscila olhou ao redor, em seguida para Paige. Por mais que algumas coisas relacionadas ao mundo dela podem não fazer sentido para a Paige, a guerreira tentou relevar mesmo que aquilo venha fazê-la sentir algum peso por fazer parte da Organização. Ela enxugou suas lágrimas com suas mãos, emitindo um sorriso para sua protegida.

“Bom, pelo visto você está um pouco melhor. Vamos, Priscila. Os outros nos esperam para irmos embora.”

“Tem razão, Paige.” concordou a jovem guerreira. Em seguida, as duas prosseguem até onde o grupo estava.

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As duas sobreviventes se reuniram com Raj, Alice, Mark e Andrew. A mãe dos garotos estava de pé, embora um pouco fraca devido ao estado atual. Raj e Paige a carregaram durante a viagem. Enquanto o grupo prossegue ao portão, eles avistam uma figura humana do lado da batente direita. Era a enfermeira Christine, esperando para se juntar aos sobreviventes agora que Marlon, Celine e os Predadores já não existem mais.

“Tem vaga para mais uma?” perguntou a enfermeira sorrindo.

“Christine.” chamou Paige sorrindo, correndo até ela.

“Paige, Priscila, pessoal. Fico feliz que vocês conseguiram.”

Ao ver a Alice meio debilitada, Christine ficou chocada.

“Alice, você está bem?”

“Eu… vou ficar.” respondeu a mãe de Mark e Andrew.

“Alice foi baleada pelos Predadores. Foi sorte que conseguimos salvá-la.” respondeu Raj.

“Daniel se sacrificou por nós.”

“Sinto muito pelo acontecido. Vão precisar de ajuda no caminho. Tem uma cabana não muito longe. Podemos usá-la para descansar depois desta jornada perigosa.”

“Boa ideia, Christine.” respondeu Paige.

O grupo e a enfermeira prosseguiram com a sua jornada para fora do parque florestal. Na travessia para o outro lado do portão, eles avistam o mesmo cenário desde a primeira vez em que estiveram antes de entrarem no circo de horrores do Marlon e dos Predadores. Priscila olhava para a Christine. Sentiu que ela passou por um episódio cruel nas mãos dele enquanto o grupo fugiu para longe do acampamento. Porém, optou por não perguntar ou tocar no assunto com a Paige e os outros por perto.

Longe do grupo, Tony os observava se distanciando no horizonte. Permanecia com um olhar estoico, mantendo o fuzil M1 Garand nas costas dele junto da Thompson e do machete. Em seguida, prosseguiu de volta ao interior da floresta.

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