Claymore: The Chronicles - Book 1 Chpt 2-1 [Portuguese - BR]
Claymore: The Chronicles [Portuguese - BR]
Descrição:
Claymore: As Crônicas de Tony é uma série de fãs de quadrinhos e histórias, criada por Antony Arnoni, um grande fã de Claymore de Norihiro Yagi. A série tem diferentes histórias dos personagens da série manga/anime de Yagi, todos focalizando em algumas jornadas, alguma ação e alguma diversão com os personagens favoritos (e alguns menos).
O foco da história são as aventuras de um menino chamado Tony, um jovem Templário de nível neófito que entra na Organização para aprender mais sobre Claymores e Yomas. Até o momento em que ele foi inserido pela Organização na equipe de Irene, com as instrutoras Sofia (Número 3), Noel (Número 4), Ilena (Número 2 e, eu prefiro Irene. Soa melhor pelo nome original e para evitar erros com Elena da Geração da Clare), e a nova recruta Priscila.
Ao longo da jornada, Tony encontra novos personagens e novas pessoas além da Organização e dos Yomas, como Teresa, Clare, Galatea, Rafaela, os outros guerreiros e William, o Traiçoeiro.
O foco da história são as aventuras de um menino chamado Tony, um jovem Templário de nível neófito que entra na Organização para aprender mais sobre Claymores e Yomas. Até o momento em que ele foi inserido pela Organização na equipe de Irene, com as instrutoras Sofia (Número 3), Noel (Número 4), Ilena (Número 2 e, eu prefiro Irene. Soa melhor pelo nome original e para evitar erros com Elena da Geração da Clare), e a nova recruta Priscila.
Ao longo da jornada, Tony encontra novos personagens e novas pessoas além da Organização e dos Yomas, como Teresa, Clare, Galatea, Rafaela, os outros guerreiros e William, o Traiçoeiro.
Meu segundo canal no Youtube:
https://www.youtube.com/channel/UCImUpz9-rzCIOqS_Pxherbw/videos
Meus outros Blogspot:
https://tonyanimaprojects.blogspot.com/
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https://www.instagram.com/eintemplernamesantony/
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Passaram-se dois dias após a primeira missão de Tony com as guerreiras Noel, Sofia e Priscila. Agora sob os cuidados das guerreiras mais experientes atrás da Número 2 Irene, o jovem neófito se acostumou com seu novo papel a desempenhar na Organização como um guerreiro em treinamento para enfrentar os Yomas e atender as aldeias humanas de quaisquer perigos daqueles agressores apenas as guerreiras, conhecidas por entre eles de Claymore, e os cavaleiros da Expedição podem resolver.
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Nesta tarde, Irene enviou Priscila e Tony com suas respectivas instrutoras para novos exercícios em outros vilarejos humanos para deter Yomas. E quando estava sozinha, praticava com umas toras de árvores a sua Espada Relâmpago. Era só picadinhos de madeira no ar e no chão.
Irene (pensando): (Eu deveria passar mais tempo nas mesmas missões que eles. Fico imaginando se os outros vão dar uma espécie de tarefa para eu poder praticar a minha Espada Relâmpago em outra coisa exceto estas toras de árvores.)
A guerreira de elite observava os pedaços de tora no chão, e em seguida para o portão do acampamento. O olhar sério permanecia visível em seu rosto, imaginando que os dois novatos, Tony e Priscila, possam retornar de suas missões sem algum tipo de elemento comprometedor a ponto de marcar seus resultados.
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Vinte minutos se passaram, e Irene olhava para o horizonte, esperando pelos novatos. E de lá, avistou o grupo retornando.
Tony (cumprimentando Noel e Priscila): E aí, meninas. Como foram em seus exercícios?
Priscila: Ah, foi de boa. Não imaginava que seria tão fácil.
Noel: É. Deveria ter visto o pique dela quando abateu três Yomas e nem deu tempo para eu entrar em ação.
Tony: Uau. Agora estou curioso.
Priscila: E você, Sofia? Como você e o Tony se saíram?
Noel: É. Conte-nos como foi.
Sofia (nervosa): Melhor nem saberem como foi em partes.
Tony: Mas foi de boa. Só houve um Yoma e nem deu pro cheiro.
Noel e Priscila riram do comentário dele. Sofia sabia o que aconteceu com o Templário no vilarejo que eles estiveram. Entretanto, Irene deixou claro as instrutoras que as atividades realizadas pelos novatos deveriam ser passados apenas para ela no acampamento, e com a presença do respectivo novato para fazer sua avaliação.
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Quando chegaram no acampamento, Irene os aguardava na entrada.
Tony: Ei Irene.
Noel: Irene.
As outras cumprimentaram a Número 2.
Irene: Pessoal, é bom revê-los de seus exercícios. Agora, vamos ao relatório com suas instrutoras. Noel, Sofia, vocês vem comigo para dentro da estalagem. Tony, Priscila, podem descansar até o momento que chamarei individualmente. Dispensados.
Tony e Priscila foram para a sala do banho e tirar o cheiro de sangue de seus corpos.
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Na estalagem, Irene conversava com Noel e Sofia sobre os relatórios. As proezas de Priscila foram bem notados, além de ter desempenhado bem seu papel em dizer suas intenções e quanto o pagamento.
Irene: Bom, parece que teremos algum futuro com a nossa recruta. Estou impressionada com vocês duas, Noel.
Noel: Ela só foi um pouco agitada e durona com os Yomas, que nem deu tempo para reagir.
Irene: De toda forma, ela desempenhou bem em sua tarefa. Agora, vamos ao Tony. Sofia, o seu relatório.
Sofia (nervosa): Bom, espero que ele tenha uma certa chance quanto a Priscila (entrega o relatório).
Quando Irene foi dar uma olhada, seus olhos arregalaram ao ler o começo.
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Na sala de banho, Tony enxaguava seu longo cabelo com um balde d'água.
Priscila: Ei Tony, como consegue viver com esse cabelo todo?
Os dois estavam em cantos separados para não passarem constrangimento por serem de gêneros diferentes.
Tony: Ele me permite estabelecer um contato estável com minhas habilidades e com meus superiores. E porque gosto de cabelos compridos.
Priscila: Ah, entendi. Sabe, o que você acha das outras?
Tony (estranhado por ouvir aquilo): Como assim, Priscila?
Priscila (envergonhada): Sabe, não há muitos guerreiros na Organização e… como você é o único de fora a fazer parte da equipe, eu queria saber um pouco sobre… você.
Tony: Bom, eu acho que o pessoal é legal. Irene é uma excelente líder e instrutora, Noel pode ser valentona e um tanto durona, mas é gentil. Sofia é elegante, mas um pouco arrogante em algumas situações. Mas nunca deixou de ser sincera.
Priscila: E… enquanto a mim?
Tony: Você? Bom, você é meiga, um pouco nervosa mas firme nas missões. Acredito que tem potencial, além de ser bonita.
Priscila (ficou vermelha ao ouvir aquilo): Bem, eu… obrigada.
Tony: De nada.
No momento que o coração da Claymore palpitava mais rápido, sentiu que deveria confessar para Tony.
Priscila: Tony, eu… (foi interrompida quando a Noel entrou)
Noel: Priscila, Irene gostaria de falar com você.
Priscila (suspirou): Bom, vamos ver os resultados dos exercícios.
Ela saiu da sala de banho e foi vestindo seu uniforme no meio do caminho. Tony ficou sozinho em seu banho.
Tony: Estava tão bom pra ser verdade (e se afunda no tanque).
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Depois do banho, ele seca seu cabelo com a toalha e vestiu seu uniforme tradicional. E nesse momento, Noel o chama.
Noel: Tony, agora é a sua vez de ver a Irene.
Ouvindo o chamado, ele prossegue para a sala dela. Entrando, a expressão da Número 2 era meio séria e desconfortada. Noel e Sofia estavam na sala para acompanhar o resultado.
Irene: Bom, Tony. Aposto que diria o motivo de tê-lo chamado.
Tony (sentando para ouvir o parecer dela): Sim.
Irene: Eu irei ao ponto. Sofia me passou seu relatório e algumas coisas fiquei um pouco espantada. Pra começo de conversa, quem é Ald'Steiden?
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Tony começa a contar quem teria sido essa figura. No vilarejo em que foi, Tony encontrou com o representante da aldeia. E o primeiro contato deles foi um pouco diferente.
Representante: Por acaso você é um Claymore a mandado da Organização?
Tony: Eu? Na verdade não faço bem parte da Organização. Eu sou Tony dos Templários, e vim a mandado de proteger esta aldeia (ele começa a remover um livro de sua bolsa). Por acaso vocês gostariam de ouvir a palavra de Ald'Steiden, nosso Senhor e Salvador?
A reação da Sofia foi um tanto cômico quando ficou horrorizada com aquilo. Ela não esperava que o Tony fosse com a intenção de pregador das intenções de Steiden, uma figura icônica dos Templários Ai'Qaad e guia do povo Drajittar, uma linhagem de Ulzikrarun exilados.
Aldeão: Mas senhor. Estamos com um problema de Yoma e precisamos de sua ajuda para eliminarmos esse problema, e não para ficar ouvindo você pregando a palavra de Ald sei lá o que.
Tony (guardando o livro): Não se preocupem. Garanto que darei um jeito nesse Yoma e salvar o vilarejo deste terrível pesadelo.
Tony e os outros foram andando. No momento que entraram, três aldeões corriam assustados.
Aldeã (assustada): O monstro! Ele está atacando novamente!
Fazendeiro: Perdemos boa gente esta manhã. E não temos alguém, forte o bastante para nos salvar.
Tony: Bom, vocês tem sorte por terem chamado um caçador de monstros. Eu irei protegê-los, custe o que custar.
Indo no local onde a fera estava, três corpos humanos pairavam no chão. E ele estava devorando as tripas do terceiro. A aldeã fechou os olhos de tão assustada. Tony só encarava com caráter.
Tony: Esse aí vai dar problemas. Mas não se preocupem. Em tão pouco tempo, eu resolvo isto (e avança retirando sua espada para combate).
Quando o alvo moveu seu olhar para o Templário, ele se prepara para atacar. Sofia estava escondida, sem se mostrar ou fazer algum movimento a ponto de chamar a atenção dos demais aldeões, registrando o que seu aluno fazia.
Tony (parando um pouco e mantendo seu sorriso): Sabe, você tem coragem para encarar um Templário do meu nível. Espero que seu fim seja rápido e indolor.
De repente, o Yoma lançou seu braço contra Tony a ponto de arremessá-lo contra uma parede. Feito isso, ele estava quase inconsciente. O Yoma rugiu e se prepara para avançar nos aldeões. Entretanto, sentiu que seu braço se rompeu no momento de colocá-lo no chão. Começou a gritar de dor pelo braço decepado.
Tony se recuperava da pancada.
Tony: Cara, eu nunca levei uma pancada dessas em toda a minha vida. Na próxima, deveria levar um elmo de vez em quando.
O Yoma avista seu adversário de pé novamente e parte para o ataque. Tony saltou para desviar e desferir um golpe nas costas. E em seguida, o monstro caiu em cima de um carrinho de repolhos.
Vendedor de repolhos: Meus repolhos!
O Templário canalizou sua energia na espada e disparar uma onda de energia a ponto de rasgar qualquer metal e carne com um golpe. O outro braço do Yoma foi cortado. Tony sorriu e se prepara para finalizá-lo. No momento de seu avanço, o Yoma estava para falar.
Yoma: Por favor… eu não quero acabar desse jeito…
Tony estava assustado por saber que Yomas podiam falar, mesmo tendo devorado suas vítimas e absorvido suas memórias, personalidades e forma física. Mas sabia que seu papel era de eliminá-lo, mesmo que uma parte dizia contrário.
Tony: Lamento. Mas não há nada neste mundo que possa salvá-lo. (em seguida, decepou o monstro pela cabeça)
Eliminado o problema, a aldeia inteira celebrou a sua liberdade e término do período aterrorizante com o Yoma. O representante chegou para Tony e abre um baú cheio de ouro. Ele ficou surpreso por aquela porção de varas douradas. Contudo, tornou a fechar o baú e devolvê-la ao representante.
Representante: Mas senhor, somos gratos por ter nos salvado daquela fera. É tudo que temos para agradecê-lo.
Tony: Eu aprecio muito a generosidade, mas não posso aceitá-la. Servir com um propósito já é o bastante. Além do mais, eu já tenho apoio bancário da onde veio. E, há um cara, usando roupas pretas vindo de um lugar distante, passará aqui para receber estas gratificações.
Aldeão: Como vamos saber se é esse cara mesmo?
Tony: Isso eu não sei. Mas é tudo que me foi ordenado. Aproveitem o resto de suas vidas. (se despediu da aldeia, e como presente, deixou uma cópia do Livro de Ald'Steiden)
////
Retornando a conversa dele com Irene, Tony continuava sentado diante da Número 2, 3 e 4.
Tony: E foi isso que aconteceu. Salvei aquele vilarejo, e resolvi deixar o Livro de Ald'Steiden com eles.
Irene (com os olhos fechados): Tá, já entendi. Você quis deixar seu livro como um sinal de que esteve lá.
Tony: Sim.
Irene: Saiba que nossa missão é matar Yomas e garantir se tinham gratificações para o homem de preto vir buscar ou não. É isso.
Tony mantinha-se no seu assento, aguardando pelo resultado.
Irene: As suas proezas e habilidades foram impressionantes. Até a Sofia e eu concordaríamos que você tem potencial na Organização se tivesse entrado efetivamente. E no final, recusou o recebimento das gratificações em pessoa, alegando que um homem de preto viria buscá-las. Excelente.
Tony: Só espero que seja qualquer um, menos o esquisitão do Orsay.
Ao ouvir aquilo, Irene ficou irritada. Noel tentou segurar seu riso, mas Sofia deu uma cutucada para distraí-la.
Irene (irritada): Tony, eu não consigo entender o porque acha que o Orsay é esquisito?
Tony: Porque ele é um. Só usa um capuz preto e só posso ver seus olhos e boca, nada mais.
Irene: Há outros homens de preto mais assustadores do que o Orsay. Nem imagine quem seriam.
Tony (encarando a Número 2): Tá. Mas voltando para o principal, que são as gratificações. O que acontece se eles não tem nada para o homem de preto buscar?
Irene: Se eles não podem pagar, estarão se condenando. Em outras palavras, qualquer pedido futuro que vier de aldeias que não pagarem será negada e não poderemos enviar outras guerreiras para protegê-los.
Tony: Que desumano.
Sofia: Como assim, Tony? Essa sãos as regras.
Tony: É, mas como sou um Templário, não preciso arriscar províncias e vilarejos vitais por conta de regras tão desumanas.
Irene (ordenando): Tony, devo lembrá-lo que você está sob a nossa supervisão e as regras da Organização devem ser obedecidas à risca. Portanto, saiba o seu lugar!
Tony: Irene, eu respeito a sua força e habilidades, mas ouvir que a Organização não auxiliaria a quem não paga pelos serviços de seus guerreiros é algo que não aceitaria pelo resto da minha vida. (ele se levanta da cadeira) Se me derem licença, eu preciso ir.
Noel: Não vá embora desta sala! Irene não terminou o seu rel… (interrompida pela Irene)
Irene: Deixe-o, Noel. É a escolha dele em não aceitar os costumes e regras da Organização.
O Templário abriu a porta e deixou sem se despedir das outras.
Sofia: Mas Irene, Tony pode ter razão em certas coisas, por mais que seja imprudente em questionar algumas de nossas regras importantes.
Irene (suspirava): Não vejo razão para dizer se ele é potencial ou é lixo com um comportamento irracional para questionar nossas regras.
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Tony estava deitado na cama, olhando para o teto, pensando no que disse a Irene sobre algumas regras da Organização. Em seguida, ouviu alguém batendo na porta.
Tony: Entre.
Noel e Sofia resolvem entrar para vê-lo.
Tony: Vieram para me implicar, depois de ter dito a verdade para a elfa?
Noel: Na verdade, queríamos vê-lo se precisava de alguma coisa.
Sofia: Você foi audacioso em dizer aquilo. Especialmente sobre a questão de proteger ou deixar os humanos para a morte.
Tony: Estou um pouco lisonjeado quanto a isso, mas bravo ao mesmo tempo.
Sofia: Nós sabemos dos seus motivos. Mas não diríamos que foi o bom momento de dizer aquilo para a Irene.
Noel: Se fosse com os representantes da Organização, você estaria num mundo pior do que dor e sofrimento.
Tony: Sabe, houve uma época em que a Expedição e a Organização eram inimigos. Ambos os lados perderam preciosos guerreiros em suas disputas por terra e poder. Outros acabaram unindo forças para deter Yomas poderosos. Só acho que não gostaria de reviver tais momentos difíceis para nós.
Noel: E você? No que acredita?
Tony: Eu prefiro que ambos a Expedição e a Organização mantenham a paz e trabalhassem juntos.
Sofia: E você é um exemplo disso.
Tony: É. E a Irene?
Sofia: Aposto que ela estará calma amanhã.
Noel: Ela é meio cabeça dura às vezes. Mas não faz por maldade ou algo assim. Nem você. (ela começou a rir) Só achei hilário quando você fala desse…
Tony: Ald'Steiden. Ele é o messias e salvador dos Templários. Se quiserem, eu leio um pedaço de seu livro.
Sofia (estendendo suas mãos): Ah, não obrigada.
Noel: Qualé Sofia. Não custa nada se ouvirmos esta noite com o nosso novato mais esquisito do mundo.
Tony: Eu não sou tão esquisito assim. Mas já que querem, então vou ler alguns versículos dele. (pegou o livro e as duas sentaram para ouvir)
Lá fora, Irene estava encostada na parede, aonde seria o quarto que eles estavam.
Irene: Francamente, ele é um tanto cabeça dura. Nem faço ideia pelo que vim fazer aqui.
Priscila (andando e nota a Irene encostada na parede): Alguma coisa errada, Irene?
Irene: Priscila, gostaria de conversar com você num instante.
Irene e a Priscila estavam num campo afastado do lugar que estiveram. Acenderam uma fogueira. A Número 2 contou a situação que confrontou com a reação de Tony na avaliação.
Priscila: Então foi isso que aconteceu? Você e o Tony discutiram por causa disso?
Irene: Sim. E agora, estou me sentindo que quero cruzar meus braços ao vê-lo de novo.
Priscila: Irene, eu acho que você foi dura com ele também.
Irene: Você não está em posição para me dizer o que aconteceu.
Ela olhava para o fogo. Pensando no que teria sido melhor se nada disso tivesse concretizado.
Irene: Você não precisa ser sentimental com ele, Priscila.
Priscila: Não é isso. Desde que ele entrou nesta equipe, tem dado duro para nos ajudar a enfrentar os Yomas. Eu só queria que ele seja o exemplo para as outras algum dia. Lutar pelo que acredita até o fim.
Irene olhava para a novata, com serenidade. As palavras dela foram tocantes para o coração da guerreira dotada da Espada Relâmpago.
Irene: E o que você pensa que eu deveria fazer?
Priscila: Deveria enturmar um pouco com ele. Sabe, descontrair um pouco, ir numa missão com ele. Ajuda de vez em quando se a Noel e a Sofia estiverem ocupadas.
Irene (olhava um pouco para o alto, pensando um pouco sobre aquilo): Verei o que posso fazer. Pode até funcionar em partes, mas estou disposta a aceitar sua sugestão.
Priscila sorriu ao ouvir a resposta dela.
Irene: Mas não fique achando que vai funcionar perfeitamente. E pare de sorrir desse jeito!
Priscila: A primeira coisa a se fazer é pedir desculpas pra ele e convidá-lo para sair. Sabe, não encare isso como uma obrigação. É uma sugestão.
Irene: Só espero que ele também se desculpe por ter questionado as regras da Organização diante da nossa presença. Mas não pense que vai rolar alguma coisa entre mim e ele! Não podemos agir dessa forma. Até você e as outras não são permitidas em fazer aquilo!
Priscila (seu rosto ficou corado por ouvir aquilo): Ei, isso foi muito grosseiro!
Irene se afastava um pouco da fogueira.
Irene: Eu posso sentir alguma sensação de queda por ele. Afinal, vocês podem ser mulheres e ele um homem. Só não quero alguma de nossas guerreiras se envolverem demais nisso. Ou vão para um caminho difícil.
As duas guerreiras estavam para encerrar a conversa a fim de irem a estalagem e da Número 2 poder se desculpar com Tony. Pouco antes disso acontecer, elas escutam alguém se aproximando delas.
Homem de preto (se aproximando da Irene e da Priscila): Eu soube que estão precisando de uma nova tarefa a fim de aperfeiçoarem a sua afinidade com o jovem Templário. Talvez eu possa ajudá-las com isso.
Era um homem de preto a serviço da Organização. Este usava um chapéu estilo Fedora de cor preta, assim como suas roupas. Era magro e portava um par de óculos escuros. Diferente de outros, este emitia um sorriso curioso. Tanto que poderia interpretado por alguns de um sorriso suspeito ou misterioso.
Irene e as outras sabiam quem era esse homem.
Irene: Rubel. Há quanto tempo você estava nos ouvindo?
Rubel: Só agora. Estava nas proximidades quando vocês falaram de uma tarefa na qual estão precisando.
Priscila: Por acaso você tem uma?
Rubel: Para a boa notícia de vocês, recebi a informação de que uma aldeia está precisando de alguém para resolver um problema sério com Yomas. E eu aposto que é a oportunidade perfeita para levarem o neófito com uma de vocês.
Priscila (sorrindo): Bom, pelo menos você surgiu com uma notícia dessas. Irene, como eu combinei com você. Você leva o Tony para lá e ajuda a aldeia. Vai ajudá-los a se entenderem melhor. Tá bem?
Irene (séria): Apesar de você ser uma novata em me sugerir ou me pedir para fazer alguma coisa, verei o que posso fazer a respeito.
Rubel: Muito bem. A tarefa agora está dada em suas mãos, Irene da Espada Relâmpago. Se me permitirem, devo retornar à Sutafu e informar Rimuto disto.
O homem de preto prossegue no meio da noite em sua longa jornada para a Organização, deixando as duas guerreiras as sós.
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Após aquela conversa, as duas voltaram para a estalagem. No momento que estão para entrar no quarto do pessoal, a porta acabou se abrindo e Irene levou um travesseiro na cara.
Noel: Ops. Foi mal, Irene.
O travesseiro caiu no chão e a expressão no rosto da Número 2 foi intensa.
Irene (furiosa): Quem foi que deu a ideia para uma guerra de travesseiros?!
Sofia (apontando para a colega): Foi ideia da Noel.
Noel (nervosa): Minha ideia? (aponta para Tony) Mas foi ideia dele.
Tony (assustado): Minha? De jeito nenhum. A ideia foi… (interrompido por Irene)
Irene (brava): Não me interessa quem foi! Eu… (interrompido por Priscila)
Priscila (balançando o dedo para os lados): Não.
Irene (suspira para se acalmar): Tá legal.
Os três com os travesseiros ficaram chocados com aquilo.
Irene: Tony, gostaria de falar com você em particular. Priscila, você pode ficar com as outras. Só não destruam o quarto.
Tony foi com ela para fora da estalagem. Enquanto isso, Priscila levou um golpe de travesseiro nas costas.
Priscila (surpreendida): Ei?! Isso foi golpe baixo!
Sofia (sorrindo): Ah é? Noel, o que você acha?
Noel (animada): Na guerra de travesseiros, tá valendo tudo!
As meninas ficaram brincando com seus travesseiros.
////
Lá fora, Tony encarava pacientemente a Irene.
Tony: Muito bem, Irene. O que gostaria de me falar?
Irene: Tony, eu… vim te pedir desculpas.
Tony: Hã?
Irene: Eu sei. Eu não sou desse tipo de pessoa a vir com uma desculpa dessa. Mas eu… eu estou te desculpando pelo que aconteceu na avaliação.
Tony (coloca sua mão no rosto de Irene): Tá tudo bem, elfa. Acho que deveria te pedir desculpas também, por questionar aquilo em tom alto.
Irene (nervosa): Tony, por favor, pare de me chamar de elfa. Eu não me contento a isso.
Tony: Não se preocupe, Irene. Há muito pela frente que possamos usufruir por um tempo.
Irene (seu nervosismo chegou ao pico): Eu não aguento mais. (se afastou um pouco dele)
Tony: Irene, espere.
Ela parou por um momento. De repente, uma gota de lágrima caiu de seu rosto.
Tony: Irene, não precisa ser assim. É normal para alguém que sente algum sentimento pela outra.
Irene (derramando suas lágrimas): Não é isso. Eu queria que… as coisas pudessem sair do melhor jeito. Sem ninguém sofrendo dessa forma. Como eu.
Tony: Ah Irene. Vem cá. (ele abraça a guerreira e acaricia a cabeça dela) Pronto. Pronto. Pronto.
As outras estavam olhando para aquele momento, bem escondidinhas.
Tony: Então, Irene. O que gostaria de me dizer? Já estamos perdoamos, agora podemos falar com tranquilidade.
Irene (vermelha): Eu… gostaria de convidá-lo para uma missão… a sós.
Tony: Ah sério?
Irene (balançou a cabeça para baixo e cima): Vai ser uma missão onde vamos ajudar uma outra aldeia humana. E desta vez, vamos tentar colocar as diferenças de lado e unir nossas forças. Pode ser?
Tony: Elfa, por mim eu faço qualquer coisa para ajudar quem precisa.
Irene (infeliz): Tony, você é muito esquisito me chamando dessa forma.
Tony: E você me parece pálida demais. Um banho de sol geralmente ajuda.
Depois da conversa, Irene foi para os seus aposentos na estalagem. Quando passou ao lado das garotas, seu olhar mudou um pouco.
Irene: Vocês não tem nada o que fazer a não ser espiar a conversa dos outros?!
As três tiveram um pequeno treco por ouvirem aquilo. Em seguida, a Número 2 prossegue andando.
////
Dia seguinte, Irene aguardava a chegada de Tony. Noel, Priscila e Sofia também esperavam o Templário terminar de se equipar. Finalmente, ele chega pronto para a missão.
Tony: Desculpe a demora. Botar os fechos da armadura são bem complicados quando é uma pessoa só para fazer o serviço.
Irene: De todo o modo, não há mais nada para trás. Pois vai ser uma viagem bem longa.
Tony: Pode deixar Irene, não tem nada que ficou para trás.
Ele se aproxima das meninas.
Noel: Vamos sentir a sua falta.
Tony: Não se preocupe, querida. Eu não planejo morrer com a Irene na nossa viagem.
Noel ficou nervosa quando ouviu aquela fala do rapaz. Em seguida, Tony foi até Priscila.
Priscila: Então, a gente se vê por aí?
Tony: A qualquer momento.
Por fim, Sofia.
Sofia: Sabe, pra alguém meio esquisito, até que é legal com pessoas, em especial a gente.
Tony: Sofia, quando voltarmos, trarei um monte de histórias da viagem para contar.
Irene (chamando o rapaz): Você já terminou?
Tony: Só um instante.
As garotas desejaram boa sorte para os viajantes e deixaram um beijo na bochecha do rapaz. No meio do horizonte, eles desapareceram enquanto o sol se levantava.
////
Foram cinco horas de caminhada. Irene andava mais pouco para frente. Em seguida, o neófito caiu no chão de cansado.
Irene (parando ao ouvi-lo cair): Tony, são um dia e meio para chegar no vilarejo, então não podemos parar agora.
Tony: Eu sei, Irene. Mas eu não comi nada quando acordei e meus pés estão cansados.
Ela olhava para ele. Tony se sentou no chão e foi revistar sua bolsa a procura de comida.
Irene: Tony, nós guerreiras podemos ficar uma semana sem beber água e diversos dias sem comer. Alimentamos apenas uma pequena porção a cada três dias para repor nossas forças.
Tony: É? Mas eu sou humano, então não posso ficar sem comer ou beber nada. Do contrário, eu não aguento a viagem toda de estômago vazio.
Ele retirou uma caneca de metal, uma jarra de leite e um pão enrolado no pano, recheado de carne e algumas verduras. Irene resolveu parar um pouco a fim de descansar.
Irene (observando o rapaz comendo seu pão): Pelo visto, você deve ter uma fome e tanto para um humano.
Tony: Sabe Irene, eu posso passar um tempo sem comer. Mas depois, eu não aguento. Alguns da Expedição costumam jejuar e passam meses sem comer. Outra coisa que sei, é que passam a boa parte da vida se alimentando de energia solar.
Irene: Sério?
Tony (retirando um pedaço do pão com seus dentes): Uhum.
Irene: E como conseguem aproveitar a energia absorvida?
Tony: Acredita-se que possuem uma espécie de órgão ou glândula, capaz de converter energia solar em bioenergia. Dessa forma, não precisam ficar comendo da mesma forma que os humanos ou as Claymores.
Irene: Você é igualzinho aos humanos, por nos chamar de Claymores.
Tony: Por que diz isso? Me soaria estranho chamá-las de mestiças com Yoma (ele aproxima a caneca de leite para a boca, e depois digere aquele gole). Ou como os inquisidores da Expedição Kaessun, que ainda nutrem um certo desgosto para vocês. Bruxas de olhos prateadas.
Irene: Eu não conheço muito o que aconteceu entre nós há anos. Mas sei que tem sido difícil para ambos carregarem o peso da dificuldade. Principalmente você, que sabe mais do seu povo.
Tony termina de abocanhar outro pedaço do seu lanche.
Irene: A propósito. Da forma de como deixa seu cabelo longo e preso, das suas habilidades e por não possuir nada de Yoma em seu corpo, o que você seria deles?
Tony (encarava a Número 2 e depois olhava para o lado): Mestiço. Ou para os outros, sangue imundo. Eles me criaram como um humano qualquer, mas quando cheguei à idade da emancipação, inseriram o sangue deles em mim. Ou ao menos, partes de um material sintético a partir dele. Levei duas semanas para aderir a isso e aceitar pelo que me tornei. Foi isso que aconteceu. (erguendo sua mão) E carrego este fato e as desavenças deles por me chamarem de sangue imundo.
Irene: Tony, eu entendo como se sente por carregar um fardo que o atormenta a vida toda. Mas cresceu com um potencial para fazer a diferença neste mundo. Da mesma que eu, ou a Noel, Sofia, Priscila ou qualquer outra da Organização.
Tony guardou sua caneca e jarra na bolsa e se prepara para andar novamente.
Tony: Bom, espero que tenha força para andar, Irene. Pois eu estou pronto.
Irene sorriu para ele e se levanta para andar.
////
Enquanto andavam, eles conversavam sobre outras coisas. Uma é relacionado a estrutura de guerreiras dentro da Organização.
Tony: Então, Irene. Ouvi dizer que há mais guerreiras na Organização além de vocês. Diga quem você conhece além das três, para que eu possa conhecê-las.
Irene: Bom, não há muitas guerreiras que se interessariam em conhecê-lo. Mas vou dar a par algumas. Uma tem a capacidade de te localizar com sua visão, mesmo estando distante. Outra é meio cega, mas consegue lutar bem.
Tony: Bom, você é a Número 2 da Organização. Quem seria a Número 1?
Irene: A Número 1 da Organização é a mulher mais forte de todas que conhecemos. Tão forte que não imaginava que chegaria nesse posto com tão pouco esforço.
Em seguida, avistaram um coelho branco saltando no meio da estrada. E estava fugindo de alguém. Ao ouvir os passos aproximantes de uma garotinha, ele continua a saltar para longe. Tinha um cabelo castanho claro, assim como os olhos. Sua pele era rosada e usava uma espécie de vestido velho.
Tony e Irene viram a menina correndo e estava exausta de tanto correr. Levantou sua cabeça e o coelho saltou para um arbusto.
Menina: Espera!
Quando viu que ele desapareceu no meio do mato todo, a menina ficou triste. Mas no meio dele, surge uma outra guerreira, se aproximando dela. Tinha cabelos loiros, longos e encaracolados. Seu sorriso era aparente e encantador. E trazia em suas mãos o coelho branco que a menina corria. Ela sorriu ao vê-lo e abraçou o bichinho.
Teresa: Eu o avistei no meio dos arbustos. Sorte que o salvei de uma cobra a ponto de avançar no nosso bichinho indefeso. Trate-o com carinho e ele ficará com você o tempo que quiser. (colocando sua mão na cabeça da menina)
Menina: Tá bem, Teresa.
Teresa, a guerreira com o nome herdado das Deusas Gêmeas do Amor Clare e Teresa. Esta era a guerreira detentora do posto Número 1 e a mais forte de todas da Organização. No momento que elas estavam para andar, avistou o jovem Templário e sua acompanhante, Irene.
Teresa: Vejo que você nunca mudou muito, né Irene?
Irene (séria): Olá Teresa. Pelo visto também não mudou muito desde o nosso último encontro.
Tony olhava para as duas, estranhado por perceber que são conhecidas.
Tony: Ei Irene, por acaso vocês se conhecem?
Irene (introduzindo a guerreira mais forte): Tony, está é a Número 1 da Organização. Teresa do Sorriso Aparente.
Teresa: Então, a Organização voltou a recrutar homens para seu pelotão?
Irene: Não exatamente, Teresa. Este é Tony dos Templários. Atualmente está aprendendo a conviver conosco por um tempo e auxiliando em nossas missões.
Tony: É um prazer em conhecê-la, Teresa.
Teresa: Estou encantada. Esta é Clare. Eu a encontrei em um vilarejo, na qual perdeu seus pais para Yomas. E agora, tem passado boa parte do tempo comigo.
Clare: Olá.
Tony (se aproxima da menina): Ela foi sortuda por ter sobrevivido nas mãos de Yomas. Não imaginava que isso iria nesse ponto.
Teresa: Nem eu. Mas diga, o que vocês estão fazendo nesta estrada?
Irene: Estamos indo numa aldeia distante, a fim de nos aproximarmos um do outro e resolver uma crise de Yomas.
Teresa (botando a mão no queixo e olhando para o alto): Por acaso vocês vão para uma missão só para ajudar os humanos ou tem algo a mais nesse passeio que estou intrigada?
Irene: Teresa, Tony e eu não estamos indo a um encontro meio reservado. E não é exatamente isso que está pensando.
Teresa: É mesmo? Ah, que pena. Irene nunca foi desse tipo.
Tony: Ah não esquenta (ele se aproxima de Teresa para cochichar um pouco). Mas deveria ter visto no momento em que fica corada quando a chamo de elfa.
Teresa (sorrindo): Sério?
Tony: É. E uma vez, ela veio aos meus braços e… (interrompida pela Irene)
Irene (furiosa): Tony, já basta!
Ele se afastava um pouco da outra guerreira. Clare ficou um pouco assustada com a reação furiosa da Irene e se esconde atrás de Teresa.
Teresa (sorrindo): Então Irene? Ele é sempre assim?
Irene (insatisfeita): Infelizmente, o tempo todo.
Tony: Ahh. Você tá partindo o meu coração.
Irene: Teresa, porque você não resolveu se apresentar a Organização?
Teresa: Sabe Irene, surgiu algumas coisas no meio do caminho que me impediram de ir para lá. Sabe, alguns ladrões, Yomas e outras coisas estranhas durante a minha jornada.
Irene: Teresa, você sabe que é proibido matar humanos.
Teresa (sorrindo): Calma, Irene. Nenhum humano foi ferido ou morto ao decorrer da história. (pensando: exceto aquele cara que acidentalmente decepei a mão na reação.) De toda forma, não pude retornar a Organização para relatar dos eventos que aconteceram. Nem o Orsay passou por aí esses dias.
Tony estava com uma sensação de insatisfação por ouvir esse nome toda hora.
Tony (pensando): (Por que será que não consigo viver sem escutar o nome daquele esquisitão?)
Irene: E por acaso elas envolvem a criança humana?
Teresa: Aparentemente sim. Bom, já tá ficando tarde. Quando puder, eu passo para onde vocês estão e quero ver o potencial do seu “parceiro”. Vamos Clare?
Clare: Sim Teresa.
Teresa: Irene, Tony, foi um prazer em conversar com vocês. Até o nosso próximo encontro.
Teresa e Clare foram andando no meio da estrada. Tony olhava para a menina de mão dada a sua “nova mãe”.
Tony (pensando): (Ela é uma menina bem encantadora, e bonita. Quem sabe o Destino reserve algo diferente para a Clare.) Ei Irene, você acha que a Teresa havia dito sobre… (parou ao notar que ela estava quieta de repente) … Irene?
Irene (andando): Só não pense que esta missão seja um encontro ou que envolva algo a mais entre a gente. E além do mais, evite de me chamar de elfa, principalmente perto dos outros.
Tony: Tá bem.
Os dois retomaram a sua viagem até o vilarejo. Ele não parava de pensar naquele sorriso encantador daquela guerreira e da jovem menina que acompanhava sua guardiã. Sentia algo que fluía aos poucos nelas a ponto de se tornar uma espécie de elo. Algo similar a um elo de família.
////
O sol tinha descido aos poucos durante a viagem. Irene e Tony andaram o bastante. No meio, os dois avistam um campão bem grande com uma grande lagoa ao lado.
Irene: Vamos descansar esta noite.
Os dois descarregam suas coisas no chão. Tony deitou um pouco para alinhar suas costas. Irene tirou as peças metálicas de seu conjunto, estando apenas de uniforme e descalça.
Irene (estendendo sua espada ao lado do rapaz): Gostaria de testar suas habilidades com a minha.
Tony (estranhado): Ué? Já quer um duelo?
Irene: Se quisermos trabalhar juntos, precisamos testar seu potencial com qualquer situação. Mesmo se precisar envolver um confronto com outras guerreiras da Organização.
Tony (levantando): Muito bem, Irene.
Ao avançar um pouco, ela estendeu a ponta da espada nele para dar um toquinho na armadura.
Irene: Sem armadura, sem capa, apenas uniforme e espada.
Tony: Qualé Irene? Até a capa?! Ela é símbolo da família templária. Eu não posso lutar…
Irene (séria): Sem mais desculpas. Vá logo.
Tony tirou seus apetrechos e deixou tudo no chão. Acompanhando a Número 2 numa área livre para duelos, os dois estavam com suas espadas a postos.
Irene: Saiba que não vou pegar leve com você.
Tony: Eu também. Vejamos o que tem de melhor nesta espada.
Os dois avançaram numa velocidade frenética. Cada cruzada de espada, virada e saltos, tudo o que podia se ver no duelo de Tony com Irene. Em um dos saltos deles, eles avançaram com uma série de golpes rápidos, utilizando apenas um braço para direcionar ataques perfurantes.
Em seguida, eles se afastaram por um momento. De repente, Tony nota um corte no rosto de Irene, resultante de um dos seus ataques.
Tony: Nada mal, Irene.
Irene (fechando seus olhos enquanto limpava o corte com o dedo): Deveria cobrir melhor o seu lado esquerdo. Seria o ponto perfeito para receber um golpe definitivo.
Ao ouvir aquilo, seus olhos se arregalaram e sentiu seu braço esquerdo apresentar um corte desagradável a ponto de sangrar. Ele caiu de joelho, apoiando sua espada e a mão esquerda no chão.
Irene: Notei que mantinha uma postura firme e equilibrada ao posicionar sua espada para frente, protegendo ambos os lados. Mas ao direcionar sua força no seu lado direito, isso desfavoreceu a defesa para o lado esquerdo.
Tony: Ah é?! Quem diria que alguém percebeu uma pequena falha minha com o Espadachim Dançarino, para obter tal vantagem.
Ele se levanta, mesmo tendo perdido uma porção de sangue.
Tony (pensando): (A Irene é realmente rápida. Conseguiu analisar bem a minha postura com o Espadachim Dançarino. Será esse o potencial dela? Não importa. Verei se consigo romper a ofensiva dela, usando o Berserker Kaessun.)
Irene mantinha-se estável na sua postura de combate. Tony pegou sua espada e adotou o modo de combate agressivo com duas espadas. Irene olhava o Templário adquirindo força para lutar e no momento que seus olhos abriram novamente, ele despertou o Berserk.
Tony (carregado): Irene! Espero que aguente a força de um Templário frenético dos Kaessun, pois em combate, nada supera a força deles!
Ele avança como um torpedo e suas espadas travaram na arma da Claymore. Os dois lutavam freneticamente. Mas os golpes dele tornaram a situação adversa para Irene quando recuava. Em seguida, usou novamente a série de golpes em Tony.
Tony (pensando): (O mesmo golpe de antes. Pena que não é a mesma para o ataque consecutivo das espadas de Doa'Halar!)
O ataque consecutivo de Doa'Halar é um golpe de esgrimista Kaessun, onde uma espada cruza por cima e a outra cruza por baixo. Originalmente foi feito para ofensiva, mas funciona na defensiva também. Combinada do Berserker, não existe adversário corajoso para avançar diretamente o espadachim Kaessun.
Irene: Tony, lembrem-se que a intenção do duelo é de testar as nossas habilidades! Não leve isso muito a sério!
Tony: Se a intenção é testar nossas forças, então preciso ver se consegue acompanhar o ritmo das minhas energias, pulsando profundamente em meu corpo.
Os dois lutavam intensamente. Ela acionou uma porção da energia Yoki para maximizar a Espada Relâmpago.
Irene (pensando): (Ele é rápido demais. Mesmo usando uma porção do Yoki, mal posso acompanhar seus movimentos.)
Os golpes das espadas dele liberavam faíscas a cada golpe que batia na espada dela. Irene estava assustada. De repente, notou algo em Tony que mudou por pouco a sua situação. A ferida dele começou a sangrar novamente.
Irene (assustada): Tony! Chega! Se continuar assim, sua ferida…!
Tony: Irene, a minha intenção é demonstrar meu potencial neste duelo. Então, tudo está valendo. Até a minha vida, se for preciso.
Irene e Tony continuaram lutando. Mas com a ferida sangrando, Irene pressionou suas forças e conseguiu imobilizar o rapaz ao atingir o outro braço e as pernas. Desse jeito, ele caiu e encerrou a conexão com o Berserker. Agora, estava no chão sem poder reagir direito. Irene avançava nele, só que deixou a espada fincada no chão para atender suas feridas.
Tony (ofegante): Irene… eu não consigo… me… mexer.
Irene: Tony, não reaja. Eu vou buscar medicamentos e bandagens para você.
Tony estava deitado no chão, sentindo suas forças diminuindo aos poucos. O sangue que vazava de seu corpo era tanto para ele sozinho conter.
Quando ela chegou, conseguiu estancar o sangramento dele e foi enfaixar as feridas do rapaz. Ele estava quase pálido por hemorragia.
Irene: Tony, eu não sei quanto a você, mas gostaria que descansasse um pouco.
Ela nota no rosto dele as lágrimas escorrendo pelo rosto.
Tony (lamentando): Irene… eu…
Irene (abraçando seu trainee): Não precisa chorar ou se lamentar. Você é forte, Tony. Eu acredito em você.
Ela o carregou para o lugar em que deixaram as coisas para deixá-lo descansar um pouco.
////
A noite caiu, e no momento que o neófito acordou, o céu inteiro estava estrelado. Irene acendeu uma fogueira no caso de preparar o jantar. Enquanto isso, foi andando para a lagoa. Ao ouvir a voz dele, ela parou um pouco.
Tony: É tão, bonito.
Irene: O que foi?
Tony: As estrelas, o céu. Eu costumava olhar para as estrelas quando estas noites costumam ficar excepcionais.
Irene olhava um pouco para o céu estrelado, conforme o rapaz havia dito sobre a beleza delas. Depois, virou seu olhar a ele.
Irene: Tony, eu vou na lagoa. Gostaria que comesse alguma coisa e depois tomar um banho.
Ele olhava para a guerreira indo para a lagoa.
Em seguida, Tony estava comendo seu jantar. Um prato de sopa com carne de lagarto e caldo de caranguejo, originário da Expedição. Seus ferimentos continuavam enfaixados após aquele duelo, regenerando gradualmente em seu estado de repouso.
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Na lagoa, Irene tinha tirado seu uniforme para tomar um banho. Só teve alguns cortes decorrentes do seu duelo com o rapaz, localizados nos braços e no rosto. Ela olhava para o reflexo da lua na lagoa, balançando conforme a água era agitada com seus movimentos.
Irene (pensando): (Será que fui realmente dura com ele naquela hora no acampamento? Aquele rapaz, Tony. Não sei, mas sinto que ele é mais do que apenas um potencial ou um lixo. Ele possui a força para guiar seu povo a um caminho diferente do meu.)
Ela olha para o alto no céu. A luz da lua iluminava seu corpo.
Irene: Acredito que a pureza dele é igual a coisas brilhantes como as estrelas no céu. Me pergunto, não sei se a Organização pensaria sobre ele, de ser algo além de nós a ponto de…
Irene parou por um instante para ver se não havia alguém por perto, ouvindo sua fala, ou de espiar seu corpo nu. Voltando a sua atenção para a Lua, tornou a pensar novamente em Tony.
Irene (colocando sua mão no peito): Eu não sei, mas algo me fez chamar a atenção nele. Não é que estou atraída de fato por ele. Não posso pensar naquilo, similar que o da Priscila naquele momento no acampamento. (percebendo a fundo as suas sensações ao relembrar dos momentos com Tony) Mas, sendo chamada de… elfa e… aquele toque de sua mão na cabeça. Será que eu realmente… (dando importância a razão em vez de seus sentimentos, ela se afunda na água) Não! Não posso pensar dessa forma! Não mesmo!
////
Naquele lugar, Tony olhava para as estrelas e se deu conta que precisava tomar um banho.
Tony: Bom, acho que já descansei bastante. Vou ver se a elfa já terminou seu banho.
Irene estava na água, pensando mais um pouco. De repente, ouviu um barulho de aproximação. Ao abrir seus olhos, ela saiu da lagoa rapidamente. E para a surpresa, era o Tony. Irene não ficou incomodada por estar sem uniforme, diante de um rapaz como ele. Mas no momento em que viu o corpo dela, ele ficou nervoso.
Irene (séria): A menos que queira se virar para eu me vestir, você vai ter uma longa seção punitiva quando voltarmos ao acampamento.
Tony (nervoso): Tá bem… (virou-se para deixar a Número 2 pegar seu uniforme e vestir)
Ele se manteve de costas para ela. E sim, ele estava um pouco excitado por ter visto o corpo nu de uma Claymore. Entretanto, uma das poucas coisas que ele viu e achou perturbador na Irene era uma grande linha formada por suturas, prendendo o corte cirúrgico da linha da clavícula até a região do sacro. A razão das suturas é pelo fato de terem carne de Yoma inseridos cirurgicamente.
Tony: Sabe, eu não gostaria de ter essas coisas no meu corpo.
Irene (vestindo o uniforme): Se você fosse ser uma de nós, saberia que não há escolha para resistir. Nem faça ideia o que é ter essas coisas no seu corpo.
Tony: Acontece que sei.
Irene (séria): Então diga. O que sabe sobre este estigma?
Tony: Eu vi uma vez, nos registros da capital da Expedição, histórias sobre as Claymores e de experimentos realizados pela Organização sobre implantar carne e sangue de Yoma em corpos de jovens órfãs, selecionadas com uma experiência traumatizante com esses monstros.
Irene: Tony, muita coisa não deveria ser vista com olhos curiosos. Especialmente os seus.
Tony (assustado e bravo): Ah é? E um dos registros que vi, um grupo de cirurgiões da Expedição estudaram corpos de algumas Claymores e Yomas mortos e ficaram aterrorizados com o que viram. E tudo o que sei, é que vocês carregam os demônios na qual caçam a vida toda e sempre que uma saí do controle, vocês são forçadas para matá-la. E eu não quero isso!
Irene: TONY!
Ele saiu correndo aterrorizado. Irene sentia o quão ele estava assustado com tudo aquilo sobre a natureza dela e das outras guerreiras. E boa parte que foi dita era verdade.
////
Quando estava correndo para pegar suas coisas, ele tropeçou na subida, devido a ferida na perna após o duelo. E ao se levantar, Irene chegava perto dele.
Tony (assustado): Por favor não! Eu não quero virar um ser capaz de se transformar num monstro! A minha vida não vale nada!
Irene: Tony, me escute! Sei como deve ser difícil saber a verdade sobre nós. Eu já passei por muita coisa difícil quando eles inseriram essas coisas em mim. Você também passou por isso. Teve seu sangue misturado com o sangue de seus mestres.
Tony: Mas eles não colocariam carne de monstros nos corpos de seus fiéis!
Irene: No fundo, nem todas queriam passar por aquilo, mas não tínhamos escolha na época. Lares em ruínas, famílias destruídas como a daquela garota e da Priscila. Nada restava para nós, a não ser desejo insaciável de destruir os responsáveis desses episódios.
Tony (chorando): Mas então… Irene. Por quê?
Irene: Tony, nem tudo na vida sabemos das respostas que tanto procuramos. Mesmo que saiba, existem aqueles que gostariam de esconder a verdade sobre aquilo. E o que gostaria, é que você não seja destruído por qualquer um que tenha medo de você.
Tony continuava a chorar. Irene deslizava sua mão no rosto dele.
Irene: Tony, você é a pessoal mais especial que já conheci. Além do mais, especial para todas nós. Noel, Priscila, Sofia, e a mim. Eu não me incomodaria de você me chamar de elfa outra vez. Só não gostaria, é de ver você chorando por algo que carregamos o tempo inteiro. Consegue ser forte o bastante, para enfrentar os dias mais difíceis da vida?
Ele olhava para os olhos dela. Desta vez, a expressão de Irene não era mais séria ou brava, mas era calma e sincera. O rapaz balançou sua cabeça para cima e baixo em resposta do favor dela. Os dois se abraçaram.
////
Após aquele choque, os dois estavam de joelhos no chão e abraçados. Suas vestimentas foram deixadas de lado, trocando afeto e sensações nunca antes experimentadas. Apesar das suturas, isso não impediu o Tony de sentir o corpo da Irene.
Tony (baixinho): Irene…
Irene: Sim Tony.
Tony: Eu não temo ou detesto vocês. No fundo, vocês são como eu. Pessoas bacanas com características incríveis. E eu as gosto bastante, assim como você.
Irene: Eu também, Tony. Também gosto de você.
Tony e Irene passaram aquela noite abraçados. Em seguida, Tony tomava um banho. Irene não se incomodou por ajudá-lo a examinar suas feridas durante o banho. Para a surpresa, algumas delas se fecharam por completo.
////
Depois do banho, Tony estava deitado na capa de Templário. Irene estava sentada com a espada nas costas. Quando ele olhava a Número 2, pensava a respeito de seu passado e da descoberta daqueles cirurgiões. Tanto é que lembrava da vez com o Grão Inquisidor.
Grão Inquisidor Yo'shun: Tony, uma palavra.
Ele se aproximava de seu mestre.
Grão Inquisidor Yo'shun: Soube que foi visto nos registros, procurando algo sobre Yomas e Claymores.
Tony: Há algum problema?
Grão Inquisidor Yo'shun: Tony, só gostaria que soubesse de quando nossas forças lutaram numa guerra particular com a Organização. Uma força na qual recrutava jovens órfãs para se tornarem armas de guerra para caçar e destruir. Houve uma época na qual eles recrutavam homens também, mas perceberam que não eram perfeitos o suficiente para esse tipo de experimento.
Tony (confuso): Grão Inquisidor, eu só fui para os registros tentar entender melhor das Claymores de agora. Mas o que vi foi, assustador demais.
Grão Inquisidor Yo'shun: Tony, Claymores são seres que carregam carne e sangue de Yomas, os monstros na qual enfrentamos também. São experimentos genéticos para finalidade bélica. Nós não fazemos isso com nossos próprios irmãos.
Tony: Mas e eu? Eu também sou fruto de engenharia genética.
Grão Inquisidor Yo'shun: O seu é diferente. Fizemos da melhor forma para combinar seu sangue com o nosso. Não gostaria de perder nossos irmãos novamente. Seja para aquelas bruxas ou para aqueles demônios que se transformam em suas vítimas.
Tony: Mas Inquisidor, há relatos de que a Organização estabeleceu acordos de paz conosco. Acha que eles fizeram por fachada?
Grão Inquisidor Yo'shun: De toda forma, devemos sempre estar preparados para isso. Quando chegar a hora, você virá conhecer mais de perto as Claymores de hoje.
Tony: Tá bem, Inquisidor.
Encerrando aquela lembrança, ele estava mais confuso em seu objetivo, se é de tentar descobrir as verdadeiras intenções da Organização ou fazer parte da missão da Irene de eliminar um Yoma numa aldeia distante.
Ele se levanta e foi até Irene. Quando chegou perto dela, a Claymore abriu seus olhos.
Irene: O que foi, Tony?
Tony: Irene, posso te fazer uma pergunta?
Irene: Faça.
Tony: Aquela guerreira, Teresa. Me diga um pouco sobre ela.
Irene: Ela é a Número 1 da Organização. Há vezes que considero ela estranha, mas sua força e características são excepcionais, até para mim. O que mais gostaria de saber sobre a Teresa?
Tony (sorrindo): Bom, o sorriso dela é um tanto curioso.
Irene: Ela é chamada de Teresa do Sorriso Aparente. A razão por este título é nas missões de caçar Yomas. Sempre que matava um, costuma sorrir aparentemente durante suas caçadas. Ela não mede esforços de sua força física. Além disso, ela não possui habilidades similares a minha Espada Relâmpago.
Tony (curioso): Sua o quê?
Irene: É o golpe que você viu nas minhas lutas. Exerço uma quantidade do Yoki no braço para desferir uma série de ataques frenéticos num alvo. Você tem seu estilo de combate, com base em algumas similares da minha técnica, porém longe de serem precisas e fortes.
Tony (lembrando do duelo com ela): É. Você conseguiu romper a minha defensiva com esse tipo de golpe.
Irene: Agora, a Teresa. Em vez de uma técnica como a minha, ou da Noel e da Sofia, Teresa possui um dom raro de localizar quaisquer traços de Yoma a certo alcance. Mas como você não possui nenhuma carne de Yoma, Teresa não poderia lhe rastreá-lo.
Tony (sentando): Você acha que ela sabe de alguma coisa além daquilo que a Organização tem planejado?
Irene (olhando para o alto): Não que eu saiba. Mesmo se soubéssemos e Teresa esteja envolvida em algo, teríamos sido notificados por meio dos homens de preto.
Tony resolve se levantar para pegar sua capa.
Irene: O que você fazer? Já é tarde para sair a procura de comida.
Ele estende a peça de tecido no chão, ao lado da Irene. O que deixou ela um pouco inconformada.
Tony: Posso deitar só hoje em seu colo?
Irene (suspirando por ouvir aquilo, mas depois sorriu): Só hoje.
O rapaz se posicionou no chão, apoiando sua cabeça na perna esquerda de Irene.
////
No acampamento que as outras Claymores estavam, Priscila estava sentada na mesa, pensando na Irene e no Tony, Sofia estava deitada na cama lendo um livro e Noel estava praticando seus movimentos com as manobras ágeis. As três começaram a sentir saudades do rapaz.
As três (mesmo em cantos separados): Ele está fazendo uma falta e tanto.
////
Dia seguinte, os dois aventureiros estavam numa colina. Lá, conseguiram avistar a aldeia na qual foram com a meta de ajudar o povo.
Irene: Lá está, Tony. Vamos para lá e dar uma assistência.
Tony: Assim espero. Se eles estiverem sofrendo com ataques de Yomas, então cabe a nós de salvar essa gente.
Irene: Mas lembre-se, devemos seguir sempre as regras importantes da Organização, incluindo os detalhes mínimos.
Tony: Tá bem, Irene.
Os dois avançam para o vilarejo. A noção que o Templário tinha sobre a situação parecia mudar a qualquer momento.
////
Nesta tarde, Irene enviou Priscila e Tony com suas respectivas instrutoras para novos exercícios em outros vilarejos humanos para deter Yomas. E quando estava sozinha, praticava com umas toras de árvores a sua Espada Relâmpago. Era só picadinhos de madeira no ar e no chão.
Irene (pensando): (Eu deveria passar mais tempo nas mesmas missões que eles. Fico imaginando se os outros vão dar uma espécie de tarefa para eu poder praticar a minha Espada Relâmpago em outra coisa exceto estas toras de árvores.)
A guerreira de elite observava os pedaços de tora no chão, e em seguida para o portão do acampamento. O olhar sério permanecia visível em seu rosto, imaginando que os dois novatos, Tony e Priscila, possam retornar de suas missões sem algum tipo de elemento comprometedor a ponto de marcar seus resultados.
////
Vinte minutos se passaram, e Irene olhava para o horizonte, esperando pelos novatos. E de lá, avistou o grupo retornando.
Tony (cumprimentando Noel e Priscila): E aí, meninas. Como foram em seus exercícios?
Priscila: Ah, foi de boa. Não imaginava que seria tão fácil.
Noel: É. Deveria ter visto o pique dela quando abateu três Yomas e nem deu tempo para eu entrar em ação.
Tony: Uau. Agora estou curioso.
Priscila: E você, Sofia? Como você e o Tony se saíram?
Noel: É. Conte-nos como foi.
Sofia (nervosa): Melhor nem saberem como foi em partes.
Tony: Mas foi de boa. Só houve um Yoma e nem deu pro cheiro.
Noel e Priscila riram do comentário dele. Sofia sabia o que aconteceu com o Templário no vilarejo que eles estiveram. Entretanto, Irene deixou claro as instrutoras que as atividades realizadas pelos novatos deveriam ser passados apenas para ela no acampamento, e com a presença do respectivo novato para fazer sua avaliação.
////
Quando chegaram no acampamento, Irene os aguardava na entrada.
Tony: Ei Irene.
Noel: Irene.
As outras cumprimentaram a Número 2.
Irene: Pessoal, é bom revê-los de seus exercícios. Agora, vamos ao relatório com suas instrutoras. Noel, Sofia, vocês vem comigo para dentro da estalagem. Tony, Priscila, podem descansar até o momento que chamarei individualmente. Dispensados.
Tony e Priscila foram para a sala do banho e tirar o cheiro de sangue de seus corpos.
////
Na estalagem, Irene conversava com Noel e Sofia sobre os relatórios. As proezas de Priscila foram bem notados, além de ter desempenhado bem seu papel em dizer suas intenções e quanto o pagamento.
Irene: Bom, parece que teremos algum futuro com a nossa recruta. Estou impressionada com vocês duas, Noel.
Noel: Ela só foi um pouco agitada e durona com os Yomas, que nem deu tempo para reagir.
Irene: De toda forma, ela desempenhou bem em sua tarefa. Agora, vamos ao Tony. Sofia, o seu relatório.
Sofia (nervosa): Bom, espero que ele tenha uma certa chance quanto a Priscila (entrega o relatório).
Quando Irene foi dar uma olhada, seus olhos arregalaram ao ler o começo.
////
Na sala de banho, Tony enxaguava seu longo cabelo com um balde d'água.
Priscila: Ei Tony, como consegue viver com esse cabelo todo?
Os dois estavam em cantos separados para não passarem constrangimento por serem de gêneros diferentes.
Tony: Ele me permite estabelecer um contato estável com minhas habilidades e com meus superiores. E porque gosto de cabelos compridos.
Priscila: Ah, entendi. Sabe, o que você acha das outras?
Tony (estranhado por ouvir aquilo): Como assim, Priscila?
Priscila (envergonhada): Sabe, não há muitos guerreiros na Organização e… como você é o único de fora a fazer parte da equipe, eu queria saber um pouco sobre… você.
Tony: Bom, eu acho que o pessoal é legal. Irene é uma excelente líder e instrutora, Noel pode ser valentona e um tanto durona, mas é gentil. Sofia é elegante, mas um pouco arrogante em algumas situações. Mas nunca deixou de ser sincera.
Priscila: E… enquanto a mim?
Tony: Você? Bom, você é meiga, um pouco nervosa mas firme nas missões. Acredito que tem potencial, além de ser bonita.
Priscila (ficou vermelha ao ouvir aquilo): Bem, eu… obrigada.
Tony: De nada.
No momento que o coração da Claymore palpitava mais rápido, sentiu que deveria confessar para Tony.
Priscila: Tony, eu… (foi interrompida quando a Noel entrou)
Noel: Priscila, Irene gostaria de falar com você.
Priscila (suspirou): Bom, vamos ver os resultados dos exercícios.
Ela saiu da sala de banho e foi vestindo seu uniforme no meio do caminho. Tony ficou sozinho em seu banho.
Tony: Estava tão bom pra ser verdade (e se afunda no tanque).
////
Depois do banho, ele seca seu cabelo com a toalha e vestiu seu uniforme tradicional. E nesse momento, Noel o chama.
Noel: Tony, agora é a sua vez de ver a Irene.
Ouvindo o chamado, ele prossegue para a sala dela. Entrando, a expressão da Número 2 era meio séria e desconfortada. Noel e Sofia estavam na sala para acompanhar o resultado.
Irene: Bom, Tony. Aposto que diria o motivo de tê-lo chamado.
Tony (sentando para ouvir o parecer dela): Sim.
Irene: Eu irei ao ponto. Sofia me passou seu relatório e algumas coisas fiquei um pouco espantada. Pra começo de conversa, quem é Ald'Steiden?
////
Tony começa a contar quem teria sido essa figura. No vilarejo em que foi, Tony encontrou com o representante da aldeia. E o primeiro contato deles foi um pouco diferente.
Representante: Por acaso você é um Claymore a mandado da Organização?
Tony: Eu? Na verdade não faço bem parte da Organização. Eu sou Tony dos Templários, e vim a mandado de proteger esta aldeia (ele começa a remover um livro de sua bolsa). Por acaso vocês gostariam de ouvir a palavra de Ald'Steiden, nosso Senhor e Salvador?
A reação da Sofia foi um tanto cômico quando ficou horrorizada com aquilo. Ela não esperava que o Tony fosse com a intenção de pregador das intenções de Steiden, uma figura icônica dos Templários Ai'Qaad e guia do povo Drajittar, uma linhagem de Ulzikrarun exilados.
Aldeão: Mas senhor. Estamos com um problema de Yoma e precisamos de sua ajuda para eliminarmos esse problema, e não para ficar ouvindo você pregando a palavra de Ald sei lá o que.
Tony (guardando o livro): Não se preocupem. Garanto que darei um jeito nesse Yoma e salvar o vilarejo deste terrível pesadelo.
Tony e os outros foram andando. No momento que entraram, três aldeões corriam assustados.
Aldeã (assustada): O monstro! Ele está atacando novamente!
Fazendeiro: Perdemos boa gente esta manhã. E não temos alguém, forte o bastante para nos salvar.
Tony: Bom, vocês tem sorte por terem chamado um caçador de monstros. Eu irei protegê-los, custe o que custar.
Indo no local onde a fera estava, três corpos humanos pairavam no chão. E ele estava devorando as tripas do terceiro. A aldeã fechou os olhos de tão assustada. Tony só encarava com caráter.
Tony: Esse aí vai dar problemas. Mas não se preocupem. Em tão pouco tempo, eu resolvo isto (e avança retirando sua espada para combate).
Quando o alvo moveu seu olhar para o Templário, ele se prepara para atacar. Sofia estava escondida, sem se mostrar ou fazer algum movimento a ponto de chamar a atenção dos demais aldeões, registrando o que seu aluno fazia.
Tony (parando um pouco e mantendo seu sorriso): Sabe, você tem coragem para encarar um Templário do meu nível. Espero que seu fim seja rápido e indolor.
De repente, o Yoma lançou seu braço contra Tony a ponto de arremessá-lo contra uma parede. Feito isso, ele estava quase inconsciente. O Yoma rugiu e se prepara para avançar nos aldeões. Entretanto, sentiu que seu braço se rompeu no momento de colocá-lo no chão. Começou a gritar de dor pelo braço decepado.
Tony se recuperava da pancada.
Tony: Cara, eu nunca levei uma pancada dessas em toda a minha vida. Na próxima, deveria levar um elmo de vez em quando.
O Yoma avista seu adversário de pé novamente e parte para o ataque. Tony saltou para desviar e desferir um golpe nas costas. E em seguida, o monstro caiu em cima de um carrinho de repolhos.
Vendedor de repolhos: Meus repolhos!
O Templário canalizou sua energia na espada e disparar uma onda de energia a ponto de rasgar qualquer metal e carne com um golpe. O outro braço do Yoma foi cortado. Tony sorriu e se prepara para finalizá-lo. No momento de seu avanço, o Yoma estava para falar.
Yoma: Por favor… eu não quero acabar desse jeito…
Tony estava assustado por saber que Yomas podiam falar, mesmo tendo devorado suas vítimas e absorvido suas memórias, personalidades e forma física. Mas sabia que seu papel era de eliminá-lo, mesmo que uma parte dizia contrário.
Tony: Lamento. Mas não há nada neste mundo que possa salvá-lo. (em seguida, decepou o monstro pela cabeça)
Eliminado o problema, a aldeia inteira celebrou a sua liberdade e término do período aterrorizante com o Yoma. O representante chegou para Tony e abre um baú cheio de ouro. Ele ficou surpreso por aquela porção de varas douradas. Contudo, tornou a fechar o baú e devolvê-la ao representante.
Representante: Mas senhor, somos gratos por ter nos salvado daquela fera. É tudo que temos para agradecê-lo.
Tony: Eu aprecio muito a generosidade, mas não posso aceitá-la. Servir com um propósito já é o bastante. Além do mais, eu já tenho apoio bancário da onde veio. E, há um cara, usando roupas pretas vindo de um lugar distante, passará aqui para receber estas gratificações.
Aldeão: Como vamos saber se é esse cara mesmo?
Tony: Isso eu não sei. Mas é tudo que me foi ordenado. Aproveitem o resto de suas vidas. (se despediu da aldeia, e como presente, deixou uma cópia do Livro de Ald'Steiden)
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Retornando a conversa dele com Irene, Tony continuava sentado diante da Número 2, 3 e 4.
Tony: E foi isso que aconteceu. Salvei aquele vilarejo, e resolvi deixar o Livro de Ald'Steiden com eles.
Irene (com os olhos fechados): Tá, já entendi. Você quis deixar seu livro como um sinal de que esteve lá.
Tony: Sim.
Irene: Saiba que nossa missão é matar Yomas e garantir se tinham gratificações para o homem de preto vir buscar ou não. É isso.
Tony mantinha-se no seu assento, aguardando pelo resultado.
Irene: As suas proezas e habilidades foram impressionantes. Até a Sofia e eu concordaríamos que você tem potencial na Organização se tivesse entrado efetivamente. E no final, recusou o recebimento das gratificações em pessoa, alegando que um homem de preto viria buscá-las. Excelente.
Tony: Só espero que seja qualquer um, menos o esquisitão do Orsay.
Ao ouvir aquilo, Irene ficou irritada. Noel tentou segurar seu riso, mas Sofia deu uma cutucada para distraí-la.
Irene (irritada): Tony, eu não consigo entender o porque acha que o Orsay é esquisito?
Tony: Porque ele é um. Só usa um capuz preto e só posso ver seus olhos e boca, nada mais.
Irene: Há outros homens de preto mais assustadores do que o Orsay. Nem imagine quem seriam.
Tony (encarando a Número 2): Tá. Mas voltando para o principal, que são as gratificações. O que acontece se eles não tem nada para o homem de preto buscar?
Irene: Se eles não podem pagar, estarão se condenando. Em outras palavras, qualquer pedido futuro que vier de aldeias que não pagarem será negada e não poderemos enviar outras guerreiras para protegê-los.
Tony: Que desumano.
Sofia: Como assim, Tony? Essa sãos as regras.
Tony: É, mas como sou um Templário, não preciso arriscar províncias e vilarejos vitais por conta de regras tão desumanas.
Irene (ordenando): Tony, devo lembrá-lo que você está sob a nossa supervisão e as regras da Organização devem ser obedecidas à risca. Portanto, saiba o seu lugar!
Tony: Irene, eu respeito a sua força e habilidades, mas ouvir que a Organização não auxiliaria a quem não paga pelos serviços de seus guerreiros é algo que não aceitaria pelo resto da minha vida. (ele se levanta da cadeira) Se me derem licença, eu preciso ir.
Noel: Não vá embora desta sala! Irene não terminou o seu rel… (interrompida pela Irene)
Irene: Deixe-o, Noel. É a escolha dele em não aceitar os costumes e regras da Organização.
O Templário abriu a porta e deixou sem se despedir das outras.
Sofia: Mas Irene, Tony pode ter razão em certas coisas, por mais que seja imprudente em questionar algumas de nossas regras importantes.
Irene (suspirava): Não vejo razão para dizer se ele é potencial ou é lixo com um comportamento irracional para questionar nossas regras.
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Tony estava deitado na cama, olhando para o teto, pensando no que disse a Irene sobre algumas regras da Organização. Em seguida, ouviu alguém batendo na porta.
Tony: Entre.
Noel e Sofia resolvem entrar para vê-lo.
Tony: Vieram para me implicar, depois de ter dito a verdade para a elfa?
Noel: Na verdade, queríamos vê-lo se precisava de alguma coisa.
Sofia: Você foi audacioso em dizer aquilo. Especialmente sobre a questão de proteger ou deixar os humanos para a morte.
Tony: Estou um pouco lisonjeado quanto a isso, mas bravo ao mesmo tempo.
Sofia: Nós sabemos dos seus motivos. Mas não diríamos que foi o bom momento de dizer aquilo para a Irene.
Noel: Se fosse com os representantes da Organização, você estaria num mundo pior do que dor e sofrimento.
Tony: Sabe, houve uma época em que a Expedição e a Organização eram inimigos. Ambos os lados perderam preciosos guerreiros em suas disputas por terra e poder. Outros acabaram unindo forças para deter Yomas poderosos. Só acho que não gostaria de reviver tais momentos difíceis para nós.
Noel: E você? No que acredita?
Tony: Eu prefiro que ambos a Expedição e a Organização mantenham a paz e trabalhassem juntos.
Sofia: E você é um exemplo disso.
Tony: É. E a Irene?
Sofia: Aposto que ela estará calma amanhã.
Noel: Ela é meio cabeça dura às vezes. Mas não faz por maldade ou algo assim. Nem você. (ela começou a rir) Só achei hilário quando você fala desse…
Tony: Ald'Steiden. Ele é o messias e salvador dos Templários. Se quiserem, eu leio um pedaço de seu livro.
Sofia (estendendo suas mãos): Ah, não obrigada.
Noel: Qualé Sofia. Não custa nada se ouvirmos esta noite com o nosso novato mais esquisito do mundo.
Tony: Eu não sou tão esquisito assim. Mas já que querem, então vou ler alguns versículos dele. (pegou o livro e as duas sentaram para ouvir)
Lá fora, Irene estava encostada na parede, aonde seria o quarto que eles estavam.
Irene: Francamente, ele é um tanto cabeça dura. Nem faço ideia pelo que vim fazer aqui.
Priscila (andando e nota a Irene encostada na parede): Alguma coisa errada, Irene?
Irene: Priscila, gostaria de conversar com você num instante.
Irene e a Priscila estavam num campo afastado do lugar que estiveram. Acenderam uma fogueira. A Número 2 contou a situação que confrontou com a reação de Tony na avaliação.
Priscila: Então foi isso que aconteceu? Você e o Tony discutiram por causa disso?
Irene: Sim. E agora, estou me sentindo que quero cruzar meus braços ao vê-lo de novo.
Priscila: Irene, eu acho que você foi dura com ele também.
Irene: Você não está em posição para me dizer o que aconteceu.
Ela olhava para o fogo. Pensando no que teria sido melhor se nada disso tivesse concretizado.
Irene: Você não precisa ser sentimental com ele, Priscila.
Priscila: Não é isso. Desde que ele entrou nesta equipe, tem dado duro para nos ajudar a enfrentar os Yomas. Eu só queria que ele seja o exemplo para as outras algum dia. Lutar pelo que acredita até o fim.
Irene olhava para a novata, com serenidade. As palavras dela foram tocantes para o coração da guerreira dotada da Espada Relâmpago.
Irene: E o que você pensa que eu deveria fazer?
Priscila: Deveria enturmar um pouco com ele. Sabe, descontrair um pouco, ir numa missão com ele. Ajuda de vez em quando se a Noel e a Sofia estiverem ocupadas.
Irene (olhava um pouco para o alto, pensando um pouco sobre aquilo): Verei o que posso fazer. Pode até funcionar em partes, mas estou disposta a aceitar sua sugestão.
Priscila sorriu ao ouvir a resposta dela.
Irene: Mas não fique achando que vai funcionar perfeitamente. E pare de sorrir desse jeito!
Priscila: A primeira coisa a se fazer é pedir desculpas pra ele e convidá-lo para sair. Sabe, não encare isso como uma obrigação. É uma sugestão.
Irene: Só espero que ele também se desculpe por ter questionado as regras da Organização diante da nossa presença. Mas não pense que vai rolar alguma coisa entre mim e ele! Não podemos agir dessa forma. Até você e as outras não são permitidas em fazer aquilo!
Priscila (seu rosto ficou corado por ouvir aquilo): Ei, isso foi muito grosseiro!
Irene se afastava um pouco da fogueira.
Irene: Eu posso sentir alguma sensação de queda por ele. Afinal, vocês podem ser mulheres e ele um homem. Só não quero alguma de nossas guerreiras se envolverem demais nisso. Ou vão para um caminho difícil.
As duas guerreiras estavam para encerrar a conversa a fim de irem a estalagem e da Número 2 poder se desculpar com Tony. Pouco antes disso acontecer, elas escutam alguém se aproximando delas.
Homem de preto (se aproximando da Irene e da Priscila): Eu soube que estão precisando de uma nova tarefa a fim de aperfeiçoarem a sua afinidade com o jovem Templário. Talvez eu possa ajudá-las com isso.
Era um homem de preto a serviço da Organização. Este usava um chapéu estilo Fedora de cor preta, assim como suas roupas. Era magro e portava um par de óculos escuros. Diferente de outros, este emitia um sorriso curioso. Tanto que poderia interpretado por alguns de um sorriso suspeito ou misterioso.
Irene e as outras sabiam quem era esse homem.
Irene: Rubel. Há quanto tempo você estava nos ouvindo?
Rubel: Só agora. Estava nas proximidades quando vocês falaram de uma tarefa na qual estão precisando.
Priscila: Por acaso você tem uma?
Rubel: Para a boa notícia de vocês, recebi a informação de que uma aldeia está precisando de alguém para resolver um problema sério com Yomas. E eu aposto que é a oportunidade perfeita para levarem o neófito com uma de vocês.
Priscila (sorrindo): Bom, pelo menos você surgiu com uma notícia dessas. Irene, como eu combinei com você. Você leva o Tony para lá e ajuda a aldeia. Vai ajudá-los a se entenderem melhor. Tá bem?
Irene (séria): Apesar de você ser uma novata em me sugerir ou me pedir para fazer alguma coisa, verei o que posso fazer a respeito.
Rubel: Muito bem. A tarefa agora está dada em suas mãos, Irene da Espada Relâmpago. Se me permitirem, devo retornar à Sutafu e informar Rimuto disto.
O homem de preto prossegue no meio da noite em sua longa jornada para a Organização, deixando as duas guerreiras as sós.
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Após aquela conversa, as duas voltaram para a estalagem. No momento que estão para entrar no quarto do pessoal, a porta acabou se abrindo e Irene levou um travesseiro na cara.
Noel: Ops. Foi mal, Irene.
O travesseiro caiu no chão e a expressão no rosto da Número 2 foi intensa.
Irene (furiosa): Quem foi que deu a ideia para uma guerra de travesseiros?!
Sofia (apontando para a colega): Foi ideia da Noel.
Noel (nervosa): Minha ideia? (aponta para Tony) Mas foi ideia dele.
Tony (assustado): Minha? De jeito nenhum. A ideia foi… (interrompido por Irene)
Irene (brava): Não me interessa quem foi! Eu… (interrompido por Priscila)
Priscila (balançando o dedo para os lados): Não.
Irene (suspira para se acalmar): Tá legal.
Os três com os travesseiros ficaram chocados com aquilo.
Irene: Tony, gostaria de falar com você em particular. Priscila, você pode ficar com as outras. Só não destruam o quarto.
Tony foi com ela para fora da estalagem. Enquanto isso, Priscila levou um golpe de travesseiro nas costas.
Priscila (surpreendida): Ei?! Isso foi golpe baixo!
Sofia (sorrindo): Ah é? Noel, o que você acha?
Noel (animada): Na guerra de travesseiros, tá valendo tudo!
As meninas ficaram brincando com seus travesseiros.
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Lá fora, Tony encarava pacientemente a Irene.
Tony: Muito bem, Irene. O que gostaria de me falar?
Irene: Tony, eu… vim te pedir desculpas.
Tony: Hã?
Irene: Eu sei. Eu não sou desse tipo de pessoa a vir com uma desculpa dessa. Mas eu… eu estou te desculpando pelo que aconteceu na avaliação.
Tony (coloca sua mão no rosto de Irene): Tá tudo bem, elfa. Acho que deveria te pedir desculpas também, por questionar aquilo em tom alto.
Irene (nervosa): Tony, por favor, pare de me chamar de elfa. Eu não me contento a isso.
Tony: Não se preocupe, Irene. Há muito pela frente que possamos usufruir por um tempo.
Irene (seu nervosismo chegou ao pico): Eu não aguento mais. (se afastou um pouco dele)
Tony: Irene, espere.
Ela parou por um momento. De repente, uma gota de lágrima caiu de seu rosto.
Tony: Irene, não precisa ser assim. É normal para alguém que sente algum sentimento pela outra.
Irene (derramando suas lágrimas): Não é isso. Eu queria que… as coisas pudessem sair do melhor jeito. Sem ninguém sofrendo dessa forma. Como eu.
Tony: Ah Irene. Vem cá. (ele abraça a guerreira e acaricia a cabeça dela) Pronto. Pronto. Pronto.
As outras estavam olhando para aquele momento, bem escondidinhas.
Tony: Então, Irene. O que gostaria de me dizer? Já estamos perdoamos, agora podemos falar com tranquilidade.
Irene (vermelha): Eu… gostaria de convidá-lo para uma missão… a sós.
Tony: Ah sério?
Irene (balançou a cabeça para baixo e cima): Vai ser uma missão onde vamos ajudar uma outra aldeia humana. E desta vez, vamos tentar colocar as diferenças de lado e unir nossas forças. Pode ser?
Tony: Elfa, por mim eu faço qualquer coisa para ajudar quem precisa.
Irene (infeliz): Tony, você é muito esquisito me chamando dessa forma.
Tony: E você me parece pálida demais. Um banho de sol geralmente ajuda.
Depois da conversa, Irene foi para os seus aposentos na estalagem. Quando passou ao lado das garotas, seu olhar mudou um pouco.
Irene: Vocês não tem nada o que fazer a não ser espiar a conversa dos outros?!
As três tiveram um pequeno treco por ouvirem aquilo. Em seguida, a Número 2 prossegue andando.
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Dia seguinte, Irene aguardava a chegada de Tony. Noel, Priscila e Sofia também esperavam o Templário terminar de se equipar. Finalmente, ele chega pronto para a missão.
Tony: Desculpe a demora. Botar os fechos da armadura são bem complicados quando é uma pessoa só para fazer o serviço.
Irene: De todo o modo, não há mais nada para trás. Pois vai ser uma viagem bem longa.
Tony: Pode deixar Irene, não tem nada que ficou para trás.
Ele se aproxima das meninas.
Noel: Vamos sentir a sua falta.
Tony: Não se preocupe, querida. Eu não planejo morrer com a Irene na nossa viagem.
Noel ficou nervosa quando ouviu aquela fala do rapaz. Em seguida, Tony foi até Priscila.
Priscila: Então, a gente se vê por aí?
Tony: A qualquer momento.
Por fim, Sofia.
Sofia: Sabe, pra alguém meio esquisito, até que é legal com pessoas, em especial a gente.
Tony: Sofia, quando voltarmos, trarei um monte de histórias da viagem para contar.
Irene (chamando o rapaz): Você já terminou?
Tony: Só um instante.
As garotas desejaram boa sorte para os viajantes e deixaram um beijo na bochecha do rapaz. No meio do horizonte, eles desapareceram enquanto o sol se levantava.
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Foram cinco horas de caminhada. Irene andava mais pouco para frente. Em seguida, o neófito caiu no chão de cansado.
Irene (parando ao ouvi-lo cair): Tony, são um dia e meio para chegar no vilarejo, então não podemos parar agora.
Tony: Eu sei, Irene. Mas eu não comi nada quando acordei e meus pés estão cansados.
Ela olhava para ele. Tony se sentou no chão e foi revistar sua bolsa a procura de comida.
Irene: Tony, nós guerreiras podemos ficar uma semana sem beber água e diversos dias sem comer. Alimentamos apenas uma pequena porção a cada três dias para repor nossas forças.
Tony: É? Mas eu sou humano, então não posso ficar sem comer ou beber nada. Do contrário, eu não aguento a viagem toda de estômago vazio.
Ele retirou uma caneca de metal, uma jarra de leite e um pão enrolado no pano, recheado de carne e algumas verduras. Irene resolveu parar um pouco a fim de descansar.
Irene (observando o rapaz comendo seu pão): Pelo visto, você deve ter uma fome e tanto para um humano.
Tony: Sabe Irene, eu posso passar um tempo sem comer. Mas depois, eu não aguento. Alguns da Expedição costumam jejuar e passam meses sem comer. Outra coisa que sei, é que passam a boa parte da vida se alimentando de energia solar.
Irene: Sério?
Tony (retirando um pedaço do pão com seus dentes): Uhum.
Irene: E como conseguem aproveitar a energia absorvida?
Tony: Acredita-se que possuem uma espécie de órgão ou glândula, capaz de converter energia solar em bioenergia. Dessa forma, não precisam ficar comendo da mesma forma que os humanos ou as Claymores.
Irene: Você é igualzinho aos humanos, por nos chamar de Claymores.
Tony: Por que diz isso? Me soaria estranho chamá-las de mestiças com Yoma (ele aproxima a caneca de leite para a boca, e depois digere aquele gole). Ou como os inquisidores da Expedição Kaessun, que ainda nutrem um certo desgosto para vocês. Bruxas de olhos prateadas.
Irene: Eu não conheço muito o que aconteceu entre nós há anos. Mas sei que tem sido difícil para ambos carregarem o peso da dificuldade. Principalmente você, que sabe mais do seu povo.
Tony termina de abocanhar outro pedaço do seu lanche.
Irene: A propósito. Da forma de como deixa seu cabelo longo e preso, das suas habilidades e por não possuir nada de Yoma em seu corpo, o que você seria deles?
Tony (encarava a Número 2 e depois olhava para o lado): Mestiço. Ou para os outros, sangue imundo. Eles me criaram como um humano qualquer, mas quando cheguei à idade da emancipação, inseriram o sangue deles em mim. Ou ao menos, partes de um material sintético a partir dele. Levei duas semanas para aderir a isso e aceitar pelo que me tornei. Foi isso que aconteceu. (erguendo sua mão) E carrego este fato e as desavenças deles por me chamarem de sangue imundo.
Irene: Tony, eu entendo como se sente por carregar um fardo que o atormenta a vida toda. Mas cresceu com um potencial para fazer a diferença neste mundo. Da mesma que eu, ou a Noel, Sofia, Priscila ou qualquer outra da Organização.
Tony guardou sua caneca e jarra na bolsa e se prepara para andar novamente.
Tony: Bom, espero que tenha força para andar, Irene. Pois eu estou pronto.
Irene sorriu para ele e se levanta para andar.
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Enquanto andavam, eles conversavam sobre outras coisas. Uma é relacionado a estrutura de guerreiras dentro da Organização.
Tony: Então, Irene. Ouvi dizer que há mais guerreiras na Organização além de vocês. Diga quem você conhece além das três, para que eu possa conhecê-las.
Irene: Bom, não há muitas guerreiras que se interessariam em conhecê-lo. Mas vou dar a par algumas. Uma tem a capacidade de te localizar com sua visão, mesmo estando distante. Outra é meio cega, mas consegue lutar bem.
Tony: Bom, você é a Número 2 da Organização. Quem seria a Número 1?
Irene: A Número 1 da Organização é a mulher mais forte de todas que conhecemos. Tão forte que não imaginava que chegaria nesse posto com tão pouco esforço.
Em seguida, avistaram um coelho branco saltando no meio da estrada. E estava fugindo de alguém. Ao ouvir os passos aproximantes de uma garotinha, ele continua a saltar para longe. Tinha um cabelo castanho claro, assim como os olhos. Sua pele era rosada e usava uma espécie de vestido velho.
Tony e Irene viram a menina correndo e estava exausta de tanto correr. Levantou sua cabeça e o coelho saltou para um arbusto.
Menina: Espera!
Quando viu que ele desapareceu no meio do mato todo, a menina ficou triste. Mas no meio dele, surge uma outra guerreira, se aproximando dela. Tinha cabelos loiros, longos e encaracolados. Seu sorriso era aparente e encantador. E trazia em suas mãos o coelho branco que a menina corria. Ela sorriu ao vê-lo e abraçou o bichinho.
Teresa: Eu o avistei no meio dos arbustos. Sorte que o salvei de uma cobra a ponto de avançar no nosso bichinho indefeso. Trate-o com carinho e ele ficará com você o tempo que quiser. (colocando sua mão na cabeça da menina)
Menina: Tá bem, Teresa.
Teresa, a guerreira com o nome herdado das Deusas Gêmeas do Amor Clare e Teresa. Esta era a guerreira detentora do posto Número 1 e a mais forte de todas da Organização. No momento que elas estavam para andar, avistou o jovem Templário e sua acompanhante, Irene.
Teresa: Vejo que você nunca mudou muito, né Irene?
Irene (séria): Olá Teresa. Pelo visto também não mudou muito desde o nosso último encontro.
Tony olhava para as duas, estranhado por perceber que são conhecidas.
Tony: Ei Irene, por acaso vocês se conhecem?
Irene (introduzindo a guerreira mais forte): Tony, está é a Número 1 da Organização. Teresa do Sorriso Aparente.
Teresa: Então, a Organização voltou a recrutar homens para seu pelotão?
Irene: Não exatamente, Teresa. Este é Tony dos Templários. Atualmente está aprendendo a conviver conosco por um tempo e auxiliando em nossas missões.
Tony: É um prazer em conhecê-la, Teresa.
Teresa: Estou encantada. Esta é Clare. Eu a encontrei em um vilarejo, na qual perdeu seus pais para Yomas. E agora, tem passado boa parte do tempo comigo.
Clare: Olá.
Tony (se aproxima da menina): Ela foi sortuda por ter sobrevivido nas mãos de Yomas. Não imaginava que isso iria nesse ponto.
Teresa: Nem eu. Mas diga, o que vocês estão fazendo nesta estrada?
Irene: Estamos indo numa aldeia distante, a fim de nos aproximarmos um do outro e resolver uma crise de Yomas.
Teresa (botando a mão no queixo e olhando para o alto): Por acaso vocês vão para uma missão só para ajudar os humanos ou tem algo a mais nesse passeio que estou intrigada?
Irene: Teresa, Tony e eu não estamos indo a um encontro meio reservado. E não é exatamente isso que está pensando.
Teresa: É mesmo? Ah, que pena. Irene nunca foi desse tipo.
Tony: Ah não esquenta (ele se aproxima de Teresa para cochichar um pouco). Mas deveria ter visto no momento em que fica corada quando a chamo de elfa.
Teresa (sorrindo): Sério?
Tony: É. E uma vez, ela veio aos meus braços e… (interrompida pela Irene)
Irene (furiosa): Tony, já basta!
Ele se afastava um pouco da outra guerreira. Clare ficou um pouco assustada com a reação furiosa da Irene e se esconde atrás de Teresa.
Teresa (sorrindo): Então Irene? Ele é sempre assim?
Irene (insatisfeita): Infelizmente, o tempo todo.
Tony: Ahh. Você tá partindo o meu coração.
Irene: Teresa, porque você não resolveu se apresentar a Organização?
Teresa: Sabe Irene, surgiu algumas coisas no meio do caminho que me impediram de ir para lá. Sabe, alguns ladrões, Yomas e outras coisas estranhas durante a minha jornada.
Irene: Teresa, você sabe que é proibido matar humanos.
Teresa (sorrindo): Calma, Irene. Nenhum humano foi ferido ou morto ao decorrer da história. (pensando: exceto aquele cara que acidentalmente decepei a mão na reação.) De toda forma, não pude retornar a Organização para relatar dos eventos que aconteceram. Nem o Orsay passou por aí esses dias.
Tony estava com uma sensação de insatisfação por ouvir esse nome toda hora.
Tony (pensando): (Por que será que não consigo viver sem escutar o nome daquele esquisitão?)
Irene: E por acaso elas envolvem a criança humana?
Teresa: Aparentemente sim. Bom, já tá ficando tarde. Quando puder, eu passo para onde vocês estão e quero ver o potencial do seu “parceiro”. Vamos Clare?
Clare: Sim Teresa.
Teresa: Irene, Tony, foi um prazer em conversar com vocês. Até o nosso próximo encontro.
Teresa e Clare foram andando no meio da estrada. Tony olhava para a menina de mão dada a sua “nova mãe”.
Tony (pensando): (Ela é uma menina bem encantadora, e bonita. Quem sabe o Destino reserve algo diferente para a Clare.) Ei Irene, você acha que a Teresa havia dito sobre… (parou ao notar que ela estava quieta de repente) … Irene?
Irene (andando): Só não pense que esta missão seja um encontro ou que envolva algo a mais entre a gente. E além do mais, evite de me chamar de elfa, principalmente perto dos outros.
Tony: Tá bem.
Os dois retomaram a sua viagem até o vilarejo. Ele não parava de pensar naquele sorriso encantador daquela guerreira e da jovem menina que acompanhava sua guardiã. Sentia algo que fluía aos poucos nelas a ponto de se tornar uma espécie de elo. Algo similar a um elo de família.
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O sol tinha descido aos poucos durante a viagem. Irene e Tony andaram o bastante. No meio, os dois avistam um campão bem grande com uma grande lagoa ao lado.
Irene: Vamos descansar esta noite.
Os dois descarregam suas coisas no chão. Tony deitou um pouco para alinhar suas costas. Irene tirou as peças metálicas de seu conjunto, estando apenas de uniforme e descalça.
Irene (estendendo sua espada ao lado do rapaz): Gostaria de testar suas habilidades com a minha.
Tony (estranhado): Ué? Já quer um duelo?
Irene: Se quisermos trabalhar juntos, precisamos testar seu potencial com qualquer situação. Mesmo se precisar envolver um confronto com outras guerreiras da Organização.
Tony (levantando): Muito bem, Irene.
Ao avançar um pouco, ela estendeu a ponta da espada nele para dar um toquinho na armadura.
Irene: Sem armadura, sem capa, apenas uniforme e espada.
Tony: Qualé Irene? Até a capa?! Ela é símbolo da família templária. Eu não posso lutar…
Irene (séria): Sem mais desculpas. Vá logo.
Tony tirou seus apetrechos e deixou tudo no chão. Acompanhando a Número 2 numa área livre para duelos, os dois estavam com suas espadas a postos.
Irene: Saiba que não vou pegar leve com você.
Tony: Eu também. Vejamos o que tem de melhor nesta espada.
Os dois avançaram numa velocidade frenética. Cada cruzada de espada, virada e saltos, tudo o que podia se ver no duelo de Tony com Irene. Em um dos saltos deles, eles avançaram com uma série de golpes rápidos, utilizando apenas um braço para direcionar ataques perfurantes.
Em seguida, eles se afastaram por um momento. De repente, Tony nota um corte no rosto de Irene, resultante de um dos seus ataques.
Tony: Nada mal, Irene.
Irene (fechando seus olhos enquanto limpava o corte com o dedo): Deveria cobrir melhor o seu lado esquerdo. Seria o ponto perfeito para receber um golpe definitivo.
Ao ouvir aquilo, seus olhos se arregalaram e sentiu seu braço esquerdo apresentar um corte desagradável a ponto de sangrar. Ele caiu de joelho, apoiando sua espada e a mão esquerda no chão.
Irene: Notei que mantinha uma postura firme e equilibrada ao posicionar sua espada para frente, protegendo ambos os lados. Mas ao direcionar sua força no seu lado direito, isso desfavoreceu a defesa para o lado esquerdo.
Tony: Ah é?! Quem diria que alguém percebeu uma pequena falha minha com o Espadachim Dançarino, para obter tal vantagem.
Ele se levanta, mesmo tendo perdido uma porção de sangue.
Tony (pensando): (A Irene é realmente rápida. Conseguiu analisar bem a minha postura com o Espadachim Dançarino. Será esse o potencial dela? Não importa. Verei se consigo romper a ofensiva dela, usando o Berserker Kaessun.)
Irene mantinha-se estável na sua postura de combate. Tony pegou sua espada e adotou o modo de combate agressivo com duas espadas. Irene olhava o Templário adquirindo força para lutar e no momento que seus olhos abriram novamente, ele despertou o Berserk.
Tony (carregado): Irene! Espero que aguente a força de um Templário frenético dos Kaessun, pois em combate, nada supera a força deles!
Ele avança como um torpedo e suas espadas travaram na arma da Claymore. Os dois lutavam freneticamente. Mas os golpes dele tornaram a situação adversa para Irene quando recuava. Em seguida, usou novamente a série de golpes em Tony.
Tony (pensando): (O mesmo golpe de antes. Pena que não é a mesma para o ataque consecutivo das espadas de Doa'Halar!)
O ataque consecutivo de Doa'Halar é um golpe de esgrimista Kaessun, onde uma espada cruza por cima e a outra cruza por baixo. Originalmente foi feito para ofensiva, mas funciona na defensiva também. Combinada do Berserker, não existe adversário corajoso para avançar diretamente o espadachim Kaessun.
Irene: Tony, lembrem-se que a intenção do duelo é de testar as nossas habilidades! Não leve isso muito a sério!
Tony: Se a intenção é testar nossas forças, então preciso ver se consegue acompanhar o ritmo das minhas energias, pulsando profundamente em meu corpo.
Os dois lutavam intensamente. Ela acionou uma porção da energia Yoki para maximizar a Espada Relâmpago.
Irene (pensando): (Ele é rápido demais. Mesmo usando uma porção do Yoki, mal posso acompanhar seus movimentos.)
Os golpes das espadas dele liberavam faíscas a cada golpe que batia na espada dela. Irene estava assustada. De repente, notou algo em Tony que mudou por pouco a sua situação. A ferida dele começou a sangrar novamente.
Irene (assustada): Tony! Chega! Se continuar assim, sua ferida…!
Tony: Irene, a minha intenção é demonstrar meu potencial neste duelo. Então, tudo está valendo. Até a minha vida, se for preciso.
Irene e Tony continuaram lutando. Mas com a ferida sangrando, Irene pressionou suas forças e conseguiu imobilizar o rapaz ao atingir o outro braço e as pernas. Desse jeito, ele caiu e encerrou a conexão com o Berserker. Agora, estava no chão sem poder reagir direito. Irene avançava nele, só que deixou a espada fincada no chão para atender suas feridas.
Tony (ofegante): Irene… eu não consigo… me… mexer.
Irene: Tony, não reaja. Eu vou buscar medicamentos e bandagens para você.
Tony estava deitado no chão, sentindo suas forças diminuindo aos poucos. O sangue que vazava de seu corpo era tanto para ele sozinho conter.
Quando ela chegou, conseguiu estancar o sangramento dele e foi enfaixar as feridas do rapaz. Ele estava quase pálido por hemorragia.
Irene: Tony, eu não sei quanto a você, mas gostaria que descansasse um pouco.
Ela nota no rosto dele as lágrimas escorrendo pelo rosto.
Tony (lamentando): Irene… eu…
Irene (abraçando seu trainee): Não precisa chorar ou se lamentar. Você é forte, Tony. Eu acredito em você.
Ela o carregou para o lugar em que deixaram as coisas para deixá-lo descansar um pouco.
////
A noite caiu, e no momento que o neófito acordou, o céu inteiro estava estrelado. Irene acendeu uma fogueira no caso de preparar o jantar. Enquanto isso, foi andando para a lagoa. Ao ouvir a voz dele, ela parou um pouco.
Tony: É tão, bonito.
Irene: O que foi?
Tony: As estrelas, o céu. Eu costumava olhar para as estrelas quando estas noites costumam ficar excepcionais.
Irene olhava um pouco para o céu estrelado, conforme o rapaz havia dito sobre a beleza delas. Depois, virou seu olhar a ele.
Irene: Tony, eu vou na lagoa. Gostaria que comesse alguma coisa e depois tomar um banho.
Ele olhava para a guerreira indo para a lagoa.
Em seguida, Tony estava comendo seu jantar. Um prato de sopa com carne de lagarto e caldo de caranguejo, originário da Expedição. Seus ferimentos continuavam enfaixados após aquele duelo, regenerando gradualmente em seu estado de repouso.
////
Na lagoa, Irene tinha tirado seu uniforme para tomar um banho. Só teve alguns cortes decorrentes do seu duelo com o rapaz, localizados nos braços e no rosto. Ela olhava para o reflexo da lua na lagoa, balançando conforme a água era agitada com seus movimentos.
Irene (pensando): (Será que fui realmente dura com ele naquela hora no acampamento? Aquele rapaz, Tony. Não sei, mas sinto que ele é mais do que apenas um potencial ou um lixo. Ele possui a força para guiar seu povo a um caminho diferente do meu.)
Ela olha para o alto no céu. A luz da lua iluminava seu corpo.
Irene: Acredito que a pureza dele é igual a coisas brilhantes como as estrelas no céu. Me pergunto, não sei se a Organização pensaria sobre ele, de ser algo além de nós a ponto de…
Irene parou por um instante para ver se não havia alguém por perto, ouvindo sua fala, ou de espiar seu corpo nu. Voltando a sua atenção para a Lua, tornou a pensar novamente em Tony.
Irene (colocando sua mão no peito): Eu não sei, mas algo me fez chamar a atenção nele. Não é que estou atraída de fato por ele. Não posso pensar naquilo, similar que o da Priscila naquele momento no acampamento. (percebendo a fundo as suas sensações ao relembrar dos momentos com Tony) Mas, sendo chamada de… elfa e… aquele toque de sua mão na cabeça. Será que eu realmente… (dando importância a razão em vez de seus sentimentos, ela se afunda na água) Não! Não posso pensar dessa forma! Não mesmo!
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Naquele lugar, Tony olhava para as estrelas e se deu conta que precisava tomar um banho.
Tony: Bom, acho que já descansei bastante. Vou ver se a elfa já terminou seu banho.
Irene estava na água, pensando mais um pouco. De repente, ouviu um barulho de aproximação. Ao abrir seus olhos, ela saiu da lagoa rapidamente. E para a surpresa, era o Tony. Irene não ficou incomodada por estar sem uniforme, diante de um rapaz como ele. Mas no momento em que viu o corpo dela, ele ficou nervoso.
Irene (séria): A menos que queira se virar para eu me vestir, você vai ter uma longa seção punitiva quando voltarmos ao acampamento.
Tony (nervoso): Tá bem… (virou-se para deixar a Número 2 pegar seu uniforme e vestir)
Ele se manteve de costas para ela. E sim, ele estava um pouco excitado por ter visto o corpo nu de uma Claymore. Entretanto, uma das poucas coisas que ele viu e achou perturbador na Irene era uma grande linha formada por suturas, prendendo o corte cirúrgico da linha da clavícula até a região do sacro. A razão das suturas é pelo fato de terem carne de Yoma inseridos cirurgicamente.
Tony: Sabe, eu não gostaria de ter essas coisas no meu corpo.
Irene (vestindo o uniforme): Se você fosse ser uma de nós, saberia que não há escolha para resistir. Nem faça ideia o que é ter essas coisas no seu corpo.
Tony: Acontece que sei.
Irene (séria): Então diga. O que sabe sobre este estigma?
Tony: Eu vi uma vez, nos registros da capital da Expedição, histórias sobre as Claymores e de experimentos realizados pela Organização sobre implantar carne e sangue de Yoma em corpos de jovens órfãs, selecionadas com uma experiência traumatizante com esses monstros.
Irene: Tony, muita coisa não deveria ser vista com olhos curiosos. Especialmente os seus.
Tony (assustado e bravo): Ah é? E um dos registros que vi, um grupo de cirurgiões da Expedição estudaram corpos de algumas Claymores e Yomas mortos e ficaram aterrorizados com o que viram. E tudo o que sei, é que vocês carregam os demônios na qual caçam a vida toda e sempre que uma saí do controle, vocês são forçadas para matá-la. E eu não quero isso!
Irene: TONY!
Ele saiu correndo aterrorizado. Irene sentia o quão ele estava assustado com tudo aquilo sobre a natureza dela e das outras guerreiras. E boa parte que foi dita era verdade.
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Quando estava correndo para pegar suas coisas, ele tropeçou na subida, devido a ferida na perna após o duelo. E ao se levantar, Irene chegava perto dele.
Tony (assustado): Por favor não! Eu não quero virar um ser capaz de se transformar num monstro! A minha vida não vale nada!
Irene: Tony, me escute! Sei como deve ser difícil saber a verdade sobre nós. Eu já passei por muita coisa difícil quando eles inseriram essas coisas em mim. Você também passou por isso. Teve seu sangue misturado com o sangue de seus mestres.
Tony: Mas eles não colocariam carne de monstros nos corpos de seus fiéis!
Irene: No fundo, nem todas queriam passar por aquilo, mas não tínhamos escolha na época. Lares em ruínas, famílias destruídas como a daquela garota e da Priscila. Nada restava para nós, a não ser desejo insaciável de destruir os responsáveis desses episódios.
Tony (chorando): Mas então… Irene. Por quê?
Irene: Tony, nem tudo na vida sabemos das respostas que tanto procuramos. Mesmo que saiba, existem aqueles que gostariam de esconder a verdade sobre aquilo. E o que gostaria, é que você não seja destruído por qualquer um que tenha medo de você.
Tony continuava a chorar. Irene deslizava sua mão no rosto dele.
Irene: Tony, você é a pessoal mais especial que já conheci. Além do mais, especial para todas nós. Noel, Priscila, Sofia, e a mim. Eu não me incomodaria de você me chamar de elfa outra vez. Só não gostaria, é de ver você chorando por algo que carregamos o tempo inteiro. Consegue ser forte o bastante, para enfrentar os dias mais difíceis da vida?
Ele olhava para os olhos dela. Desta vez, a expressão de Irene não era mais séria ou brava, mas era calma e sincera. O rapaz balançou sua cabeça para cima e baixo em resposta do favor dela. Os dois se abraçaram.
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Após aquele choque, os dois estavam de joelhos no chão e abraçados. Suas vestimentas foram deixadas de lado, trocando afeto e sensações nunca antes experimentadas. Apesar das suturas, isso não impediu o Tony de sentir o corpo da Irene.
Tony (baixinho): Irene…
Irene: Sim Tony.
Tony: Eu não temo ou detesto vocês. No fundo, vocês são como eu. Pessoas bacanas com características incríveis. E eu as gosto bastante, assim como você.
Irene: Eu também, Tony. Também gosto de você.
Tony e Irene passaram aquela noite abraçados. Em seguida, Tony tomava um banho. Irene não se incomodou por ajudá-lo a examinar suas feridas durante o banho. Para a surpresa, algumas delas se fecharam por completo.
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Depois do banho, Tony estava deitado na capa de Templário. Irene estava sentada com a espada nas costas. Quando ele olhava a Número 2, pensava a respeito de seu passado e da descoberta daqueles cirurgiões. Tanto é que lembrava da vez com o Grão Inquisidor.
Grão Inquisidor Yo'shun: Tony, uma palavra.
Ele se aproximava de seu mestre.
Grão Inquisidor Yo'shun: Soube que foi visto nos registros, procurando algo sobre Yomas e Claymores.
Tony: Há algum problema?
Grão Inquisidor Yo'shun: Tony, só gostaria que soubesse de quando nossas forças lutaram numa guerra particular com a Organização. Uma força na qual recrutava jovens órfãs para se tornarem armas de guerra para caçar e destruir. Houve uma época na qual eles recrutavam homens também, mas perceberam que não eram perfeitos o suficiente para esse tipo de experimento.
Tony (confuso): Grão Inquisidor, eu só fui para os registros tentar entender melhor das Claymores de agora. Mas o que vi foi, assustador demais.
Grão Inquisidor Yo'shun: Tony, Claymores são seres que carregam carne e sangue de Yomas, os monstros na qual enfrentamos também. São experimentos genéticos para finalidade bélica. Nós não fazemos isso com nossos próprios irmãos.
Tony: Mas e eu? Eu também sou fruto de engenharia genética.
Grão Inquisidor Yo'shun: O seu é diferente. Fizemos da melhor forma para combinar seu sangue com o nosso. Não gostaria de perder nossos irmãos novamente. Seja para aquelas bruxas ou para aqueles demônios que se transformam em suas vítimas.
Tony: Mas Inquisidor, há relatos de que a Organização estabeleceu acordos de paz conosco. Acha que eles fizeram por fachada?
Grão Inquisidor Yo'shun: De toda forma, devemos sempre estar preparados para isso. Quando chegar a hora, você virá conhecer mais de perto as Claymores de hoje.
Tony: Tá bem, Inquisidor.
Encerrando aquela lembrança, ele estava mais confuso em seu objetivo, se é de tentar descobrir as verdadeiras intenções da Organização ou fazer parte da missão da Irene de eliminar um Yoma numa aldeia distante.
Ele se levanta e foi até Irene. Quando chegou perto dela, a Claymore abriu seus olhos.
Irene: O que foi, Tony?
Tony: Irene, posso te fazer uma pergunta?
Irene: Faça.
Tony: Aquela guerreira, Teresa. Me diga um pouco sobre ela.
Irene: Ela é a Número 1 da Organização. Há vezes que considero ela estranha, mas sua força e características são excepcionais, até para mim. O que mais gostaria de saber sobre a Teresa?
Tony (sorrindo): Bom, o sorriso dela é um tanto curioso.
Irene: Ela é chamada de Teresa do Sorriso Aparente. A razão por este título é nas missões de caçar Yomas. Sempre que matava um, costuma sorrir aparentemente durante suas caçadas. Ela não mede esforços de sua força física. Além disso, ela não possui habilidades similares a minha Espada Relâmpago.
Tony (curioso): Sua o quê?
Irene: É o golpe que você viu nas minhas lutas. Exerço uma quantidade do Yoki no braço para desferir uma série de ataques frenéticos num alvo. Você tem seu estilo de combate, com base em algumas similares da minha técnica, porém longe de serem precisas e fortes.
Tony (lembrando do duelo com ela): É. Você conseguiu romper a minha defensiva com esse tipo de golpe.
Irene: Agora, a Teresa. Em vez de uma técnica como a minha, ou da Noel e da Sofia, Teresa possui um dom raro de localizar quaisquer traços de Yoma a certo alcance. Mas como você não possui nenhuma carne de Yoma, Teresa não poderia lhe rastreá-lo.
Tony (sentando): Você acha que ela sabe de alguma coisa além daquilo que a Organização tem planejado?
Irene (olhando para o alto): Não que eu saiba. Mesmo se soubéssemos e Teresa esteja envolvida em algo, teríamos sido notificados por meio dos homens de preto.
Tony resolve se levantar para pegar sua capa.
Irene: O que você fazer? Já é tarde para sair a procura de comida.
Ele estende a peça de tecido no chão, ao lado da Irene. O que deixou ela um pouco inconformada.
Tony: Posso deitar só hoje em seu colo?
Irene (suspirando por ouvir aquilo, mas depois sorriu): Só hoje.
O rapaz se posicionou no chão, apoiando sua cabeça na perna esquerda de Irene.
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No acampamento que as outras Claymores estavam, Priscila estava sentada na mesa, pensando na Irene e no Tony, Sofia estava deitada na cama lendo um livro e Noel estava praticando seus movimentos com as manobras ágeis. As três começaram a sentir saudades do rapaz.
As três (mesmo em cantos separados): Ele está fazendo uma falta e tanto.
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Dia seguinte, os dois aventureiros estavam numa colina. Lá, conseguiram avistar a aldeia na qual foram com a meta de ajudar o povo.
Irene: Lá está, Tony. Vamos para lá e dar uma assistência.
Tony: Assim espero. Se eles estiverem sofrendo com ataques de Yomas, então cabe a nós de salvar essa gente.
Irene: Mas lembre-se, devemos seguir sempre as regras importantes da Organização, incluindo os detalhes mínimos.
Tony: Tá bem, Irene.
Os dois avançam para o vilarejo. A noção que o Templário tinha sobre a situação parecia mudar a qualquer momento.
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